Autor: Atlas em Hematologia

  • ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL

    ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL

    Anemia é a diminuição ou disfunção da hemoglobina (Hb) por unidade de volume de sangue, sendo importante lembrar que as anemias variam de acordo com a idade e gênero. A anemia não deve ser vista como um diagnóstico definitivo, e sim como um achado laboratorial que necessita de investigação etiopatogênica.

    Deficiência de Ferro

    A anemia ferropriva é a forma mais comum de anemia em todo o mundo e resulta da deficiência de ferro no organismo. A medula óssea é o tecido humano que mais consome ferro, pois produz os eritrócitos. Estes, com 95% do seu volume ocupado pela hemoglobina, abrigam a maior parte do ferro corporal. O ferro é um componente essencial da hemoglobina, a proteína transportadora de oxigênio. Sem ferro suficiente, o corpo não pode produzir hemoglobina adequadamente, resultando em sintomas de anemia.

    Metabolismo do Ferro

    • Ingestão: O ferro nos alimentos existe como ferro heme (Fe²⁺), presente em carnes vermelhas e de fácil absorção, e ferro não heme (Fe³⁺), presente em verduras, grãos e cereais, cuja absorção depende de sua conversão para Fe²⁺ pelo pH ácido do estômago.
    • Absorção: Cerca de 1 a 2 mg de ferro são absorvidos diariamente da dieta, a mesma quantidade que se perde por descamação ou menstruação. A absorção ocorre principalmente no duodeno.
    • Transporte: O ferro absorvido é exportado pela ferroportina, cuja atividade é regulada pela hepcidina. No plasma, o ferro é transportado pela transferrina, cuja síntese é inversamente proporcional ao estoque de ferro.
    • Distribuição Corporal: O corpo humano contém aproximadamente 40 a 50 mg de ferro por kg de peso. A maior parte está na hemoglobina, com o restante armazenado nas proteínas ferritina e hemossiderina no fígado, baço e medula óssea. O ferro é perdido principalmente pela descamação celular e menstruação, sem uma via específica de excreção.

    Alterações laboratoriais na Anemia ferropriva

    No hemograma, podem ser observadas hipocromia, microcitose (diminuição do VCM), anisocitose (aumento do índice de anisocitose, RDW), poiquilocitose e plaquetose. O número de reticulócitos, como em qualquer outra anemia hipoproliferativa, está reduzido. A dosagem de ferritina sérica, que avalia os estoques corporais de ferro, é especialmente útil quando os valores são baixos, sendo que níveis abaixo de 15 ng/mL em adultos indicam deficiência de ferro. A saturação da transferrina (calculada pela relação entre o ferro sérico e a capacidade ferropéxica total) indica a quantidade de ferro disponível para a eritropoiese, independentemente dos estoques de ferro. Um índice de saturação de transferrina abaixo de 15% é considerado indicativo de ferropenia.

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    Lâmina de paciente com anemia ferropriva. Fonte: Cellwiki

    Deficiência Vitamina B12 e Ácido Fólico

    A anemia por deficiência de vitamina B12 e ácido fólico é caracterizada pela produção de células sanguíneas anormalmente grandes devido à falta dessas vitaminas. Dentre as funções mais importantes da vitamina B12 e do ácido fólico, destacam-se suas participações na síntese do DNA e, portanto, no processo de divisão celular. As principais causas de deficiência de vitamina B12 são:

    • Dieta inadequada: A vitamina B12 é encontrada principalmente em produtos de origem animal. Vegetarianos estritos e veganos estão em maior risco de desenvolver deficiência.
    • Má absorção: Condições como gastrite atrófica, doença celíaca, doença de Crohn e a cirurgia bariátrica podem interferir na absorção de vitamina B12.
    • Anemia perniciosa: Uma doença autoimune que afeta o fator intrínseco no estômago, essencial para a absorção de vitamina B12.

    Alterações Laboratoriais

    No hemograma, a série vermelha apresenta macrocitose, anisocitose e poiquilocitose, podendo haver alterações em outras séries sanguíneas, como leucopenia, plaquetopenia ou mesmo pancitopenia. Nos leucócitos, é comum a presença de neutrófilos grandes e hipersegmentado (3% ou mais de neutrófilos com 5 lobos ou pelo menos um neutrófilo com mais de 6 lobos). Outras alterações laboratoriais comuns são: aumento de bilirrubina indireta, DHL alto, devido à eritropoiese ineficaz.

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    Lâmina de Anemia Megaloblástica com megaloblastos e neutrófilos hipersegmentados

    Em resumo, as anemias carenciais são as principais anemias que afetam a população mundial. Estar preparado frente às alterações laboratoriais nesses casos é muito importante. Ao revisar o histórico clínico, o analista pode identificar fatores de risco, como dieta inadequada, condições médicas subjacentes ou uso de medicamentos que possam contribuir para deficiências de ferro ou vitaminas essenciais, como a B12 e o ácido fólico. 

    Além disso, compreender o histórico clínico do paciente permite uma abordagem mais personalizada para o tratamento, levando em consideração a idade, o sexo, o estado nutricional e outras condições de saúde que possam influenciar a resposta ao tratamento. Portanto, ao avaliar pacientes com anemias carenciais, é fundamental realizar uma avaliação abrangente do histórico médico, incluindo informações sobre dieta, sintomas prévios, cirurgias, condições médicas crônicas e uso de medicamentos, para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz, visando a recuperação e o bem-estar do paciente

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    Referências


    NAOUM, Flávio Augusto. Doenças que alteram os exames hematológicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

    DE FREITAS DUTRA, Valéria; FIGUEIREDO, Maria Stella. Anemias carenciais.

    CAMPOS, Mirelle Guimarães Vaz de; FERMINO, Fabiana Aidar; FIGUEIREDO, Maria Stella. Anemias carenciais. RBM Revista Brasileira de Medicina, p. 41-44, 2001.

  • LEUCEMIA DE CÉLULAS PILOSAS

    LEUCEMIA DE CÉLULAS PILOSAS

    A leucemia de células pilosas (LCP) é um distúrbio das células B maduras do sistema linfoide, caracterizado por prolongações citoplasmáticas que conferem uma aparência “pilosa” às células. Essa condição é de 4 a 5 vezes mais comum em homens e representa cerca de 2% de todas as leucemias, com a idade média de diagnóstico sendo de 52 anos. 

    A LCP está associada a outras doenças, incluindo distúrbios autoimunes, como poliarterite nodosa, exposição a poeira de carvão e histórico familiar de LCP ou leucemia linfocítica crônica (LLC). As células pilosas raramente são encontradas nos gânglios linfáticos, concentrando-se principalmente na medula óssea, no sangue, na polpa vermelha do baço e nos sinusoides do fígado. Essa distribuição preferencial é influenciada pela superexpressão ou subexpressão de certos marcadores. As células B nessa condição apresentam superexpressão de CD184, enquanto subexpressam L-selectina (CD62L), CXCR5 (receptor 1 do linfoma de Burkitt) e CCR7, o que pode explicar a menor frequência de envolvimento dos tecidos linfáticos.

    As células pilosas são linfócitos anormais que ocorre com um núcleo oval relativamente grande e citoplasma azul-acinzentado com protuberâncias irregulares/peludas, informalmente tem a aparência de ovo frito, com núcleo central redondo e citoplasma claro e alargado. Por este motivo são também apelidados de Hairy cells, do português células cabeludas.

    leucemia de células pilosas
    Linfócitos Atípicos em HLC. Fonte Cellwiki

    O curso desta doença é indolente, geralmente encontrando-se citopenias assintomáticas. Em algumas ocasiões, podem manifestar-se sintomas constitucionais (febre, astenia, sudorese noturna, perda de peso não intencional), mal-estar abdominal devido a organomegalias, principalmente esplenomegalia (em até 96% dos casos) e pode manifestar-se em 15% dos casos como ruptura esplênica espontânea. Às vezes, observa-se linfadenopatia volumosa, lesões líticas ósseas, lesões cutâneas infiltrativas e anemia hemolítica. No passado, a principal causa de morte eram os processos infecciosos devido à neutropenia.

    O diagnóstico de LCP é baseado em evidências morfológicas de células pilosas, um escore imunológico de LCP de três ou quatro com base na expressão de CD11C, CD103, CD123 e CD25. Além disso, a biópsia trefina que permite especificar o grau de infiltração medular tumoral e a presença da mutação somática BRAF V600E.

    Em resumo, a leucemia de células pilosas representa um desafio clínico devido à sua raridade e características únicas. A identificação precisa desta doença é crucial, não apenas para diferenciar LCP de outras doenças linfoproliferativas, mas também para determinar o tratamento mais adequado e otimizar os resultados para os pacientes.

    A identificação celular desempenha um papel fundamental no diagnóstico da LCP. A utilização de técnicas avançadas como a imunofenotipagem por citometria de fluxo e a análise molecular permite a detecção de marcadores específicos, como CD11c, CD25, CD103 e mutações no gene BRAF V600E. Estes marcadores não só confirmam o diagnóstico, mas também fornecem informações valiosas sobre o prognóstico e a resposta ao tratamento.

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    Referências

    MAITRE, E.; CORNET, E.; TROUSSARD, X. Hairy cell leukemia: 2020 update on diagnosis, risk stratification, and treatment. American Journal of Hematology, Hoboken, v. 94, n. 12, p. 1413-1422, dez. 2019. DOI: 10.1002/ajh.25653. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31591741/. Acesso em: 16 maio 2024.

    URIBE-FRANCO, R. C.; MILÃO-SALVATIERRA, A. I. Leucemia de células peludas: comunicação de um caso como parte da abordagem de fibra de origem desconhecida. Revista Hematologia Mexicana, v. 22, n. 3, p. 181-188, 2021.

    Atlas de hematologia: clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

  • LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

    LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

    Classificada como uma neoplasia mieloproliferativa, a leucemia mieloide crônica (LMC) afeta principalmente adultos, ocorrendo com maior frequência entre os 40 e 50 anos. A LMC é uma doença hematopoiética clonal, que envolve uma translocação cromossômica específica conhecida como t(9;22)(q34;q11), resultando no cromossomo Philadelphia (Ph). Esta translocação gera um gene de fusão BCR-ABL1, que codifica uma tirosina quinase constitutivamente ativa, levando à proliferação descontrolada das células mieloides.

    Devido à evolução insidiosa da LMC, o diagnóstico é frequentemente feito de forma acidental. Quando presentes, os sinais e sintomas geralmente incluem fadiga, perda de peso e esplenomegalia.A principal alteração ocorre no hemograma que apresenta leucocitose com desvio à esquerda, com células granulocíticas bem diferenciadas passando por todas as formas precursoras granulocíticas podendo se estender até mieloblastos.Um indicativo da progressão da doença é a presença de basofilia e eosinofilia, pode ocorrer também, plaquetose >600 x 10³/mm³, além de anemia normocítica e normocrômica.

    leucemia mieloide crônica
    Esfregaço típico de um paciente com LMC, mostrando um aumento em quase todas as linhagens mieloides, particularmente nas de granulócitos basofílicos e neutrofílicos. Fonte Cellwiki – disponível em: https://www.cellwiki.net/en/pathology/myeloid-chronic-cml-4

    O diagnóstico da LMC inicial se dá através de aspectos clínicos e hematológicos. Atualmente há avanço de técnicas cada vez mais sensíveis e específicas na identificação citogenética e molecular do cromossomo Filadélfia, do gene BCR-ABL e seus produtos, sendo assim técnicas padrão ouro para diagnóstico. A utilização do hemograma é um  exame de triagem para novos casos, sendo fundamental para a suspeita médica.

    Alguns pacientes podem progredir para a fase acelerada da doença, apresentando piora das alterações laboratoriais e clínicas. Com a evolução da doença, um dos principais critérios de identificação da crise blástica é a contagem de blastos. 

    A morfologia celular e a imunofenotipagem são ferramentas essenciais para o diagnóstico e monitoramento da LMC. Com o advento dos inibidores de tirosina quinase, o tratamento da LMC tornou-se altamente eficaz, transformando o prognóstico de uma doença anteriormente fatal em uma condição crônica manejável.

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    Referências

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. –

    Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    BOLLMANN, Patricia Weinschenker; GIGLIO, Auro del. Leucemia mieloide crônica: passado, presente, futuro. Einstein (São Paulo), v. 9, p. 236-243, 2011.

    Swerdlow SH, Campo E, Harris NL, Jaffe ES, Pileri SA, Stein H, Thiele J, Vardiman JW. WHO Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues. Lyon: IARC Press; 2008. 

    SOSSELA, Fernanda Roberta; ZOPPAS, Barbara Catarina de Antoni; WEBER, Liliana Portal. Leucemia Mieloide Crônica: aspectos clínicos, diagnóstico e principais alterações observadas no hemograma. RBAC, v. 49, n. 2, p. 127-30, 2017.

  • SÍNDROME HEMOLÍTICA URÊMICA

    SÍNDROME HEMOLÍTICA URÊMICA

    A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) é uma condição rara, mas grave, que afeta principalmente crianças pequenas. A SHU é mais frequentemente causada por infecções bacterianas, particularmente pela verotoxina produzida por diversas cepas de Escherichia coli. Esta condição causa danos ao endotélio, resultando em uma série de eventos como adesão e agregação plaquetária, além de depósitos de fibrina, que culminam na formação de trombos na microcirculação, conhecida como microangiopatia trombótica.

    A SHU se caracteriza pela combinação de insuficiência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática. Os fatores desencadeantes mais comuns são a diarreia e infecções do trato respiratório superior, causadas por Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC), que é transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Além da STEC, outras bactérias como Shigella dysenteriae também podem ser responsáveis. Existem formas não infecciosas da síndrome hemolítica urêmica, que podem estar associadas a doenças crônicas, condições autoimunes ou medicamentos.

    Na SHU, a hemólise é principalmente resultado de danos aos glóbulos vermelhos ao passarem por pequenos vasos sanguíneos afetados por trombos e lesões endoteliais.

    Observe a sequência de eventos:

    1. Produção de Verotoxina: A infecção por Escherichia coli produz a toxina que é absorvida pelo intestino e entra na circulação sanguínea.
    2. Ligação da Toxina Shiga: A toxina Shiga se liga aos receptores no endotélio dos vasos sanguíneos, particularmente nos rins, causando danos às células endoteliais. Este dano induz uma resposta inflamatória que expõe o colágeno subendotelial e outros fatores pró-coagulantes.
    3. Formação de Microtrombos: A lesão endotelial resulta na adesão e agregação de plaquetas, bem como na deposição de fibrina. Isso leva à formação de microtrombos nos pequenos vasos sanguíneos, uma condição conhecida como microangiopatia trombótica.
    4. Fragmentação dos Glóbulos Vermelhos: À medida que os glóbulos vermelhos passam através dos pequenos vasos sanguíneos obstruídos pelos trombos, eles são submetidos a forças mecânicas intensas. A passagem através de microtrombos e a interação com superfícies irregulares danificadas levam à fragmentação dos glóbulos vermelhos, resultando em esquizócitos (fragmentos de glóbulos vermelhos).
    5. Hemólise Intravascular: A fragmentação dos glóbulos vermelhos causa hemólise intravascular, onde os glóbulos vermelhos são destruídos dentro dos vasos sanguíneos. Esse processo libera hemoglobina na circulação, contribuindo para a anemia hemolítica observada na SHU.

    A SHU deve ser distinguida da Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), uma vez que existe uma superposição clínica e morfológica, porém as medidas terapêuticas diferem. Ambas as doenças compartilham fatores de microangiopatias trombóticas, causadas pela ativação e dano das células endoteliais, porém, por meio de mecanismos diferentes. Na SHU, o quadro de Microangiopatia Trombótica (MAT) ocorre pela hiperativação da via alternativa do complemento, enquanto na PTT é principalmente desencadeado pela deficiência grave na atividade de uma metaloprotease responsável pela clivagem de multímeros do Fator de von Willebrand (FvW).

    As principais alterações no hemograma incluem anemia e trombocitopenia, poiquilocitose com presença de esquizócitos (eritrócitos fragmentados), além de presença de reticulócitos e policromasia devido à hiperatividade medular que tenta compensar a destruição celular.

    Síndrome Hemolítica Urêmica
    Células fragmentadas e policromasia em SHU Fonte: CellWiki

    A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) é uma condição complexa e potencialmente fatal que exige uma abordagem multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento eficazes. Considerar detalhadamente os dados clínicos do paciente é essencial para identificar precocemente os sinais e sintomas característicos da SHU, como insuficiência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática. A integração dos achados clínicos com os resultados laboratoriais, especialmente os exames hematológicos, é fundamental para uma avaliação precisa da gravidade da condição e para a implementação de intervenções terapêuticas adequadas.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

    Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

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    Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

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    Referências

    JAIME FAGUNDO, Juan Carlos et al. Síndrome hemolítica urémica. Revista Cubana de Hematología, Inmunología y Hemoterapia, v. 19, n. 2-3, p. 0-0, 2003.

    VAISBICH, Maria Helena. Síndrome hemolítico-urêmica na infância. Brazilian Journal of Nephrology, v. 36, p. 208-220, 2014.

    Naoum, Flávio Augusto. Doenças que alteram os exames hematológicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

  • LEUCEMIA DE GRANDES LINFÓCITOS GRANULARES

    LEUCEMIA DE GRANDES LINFÓCITOS GRANULARES

    A leucemia de grandes linfócitos granulares (LGLG) é uma condição rara e crônica caracterizada pela proliferação anormal de linfócitos T ou linfócitos NK (natural killer) grandes granulares.

    Os linfócitos grandes granulares (GLG) formam uma categoria distinta de células linfoides, compreendendo aproximadamente 10% a 15% do conjunto total de células mononucleares no sangue periférico de um indivíduo adulto normal. A maior parte dessas células (85%) origina-se da linhagem dos linfócitos natural killers (NK) CD3-, enquanto os 15% restantes derivam da linhagem dos linfócitos TCD3+.

    A causa subjacente da LGLG ainda não está completamente compreendida. Há uma sugestão de que processos autoimunes ou antígenos virais podem desencadear a ativação das células T, resultando em uma produção aumentada de GLG´s de forma crônica. Foi identificado o vírus HTLV II em alguns pacientes com LGLG, levantando a possibilidade de sua contribuição como agente causal. No entanto, a maioria dos pacientes com LGLG não apresenta evidências sorológicas de infecção pelo HTLV I ou II. Além disso, há indícios de que o vírus Epstein-Barr (EBV) possa estar relacionado ao desenvolvimento da forma agressiva de LGLG-NK.

    A avaliação microscópica do sangue periférico, torna-se crucial ao se suspeitar de de LGLG. Os GLG’s são identificados como células de tamanho médio a grande, com citoplasma abundante, levemente basofílico, contendo grânulos azurófilos. O núcleo dessas células geralmente está localizado na periferia, sendo uma característica predominante.

    Grandes Linfócitos Granulares. Fonte Cellwiki

    A imunofenotipagem, realizada através da análise de biomarcadores no sangue periférico com anticorpos por citometria de fluxo, tem fundamental papel no diagnóstico e na distinção entre LGLG-T e LGLG-NK. É habitualmente utilizado um painel com os marcadores CD3, CD4, CD8, CD16, CD56, CD57 e, algumas vezes, HLA-DR.

    A citometria de fluxo em pacientes com LGLG-T apresenta CD3+, CD4-, CD8+, CD16+, CD56-, CD57+ e, algumas vezes, HLA-DR+. A variante agressiva de LGLG-T costuma expressar CD3+ e CD56+.

    Em conclusão, a leucemia de grandes linfócitos granulares é uma condição hematológica complexa e heterogênea que apresenta desafios diagnósticos e terapêuticos. A compreensão aprofundada da fisiopatologia, dos marcadores moleculares e das características morfológicas é fundamental para um diagnóstico preciso e uma abordagem terapêutica eficaz. Além disso, a identificação de subtipos específicos da doença e o desenvolvimento de terapias direcionadas têm o potencial de melhorar significativamente os resultados clínicos para os pacientes afetados.

    A revisão microscópica desempenha um papel fundamental no diagnóstico e manejo da leucemia de grandes linfócitos granulares (LGL). Através dessa abordagem, é possível examinar minuciosamente as características morfológicas das células linfoides, identificando padrões específicos que podem ser indicativos da presença da LGLG.

    Além disso, a revisão microscópica é essencial para monitorar a progressão da doença ao longo do tempo e avaliar a resposta ao tratamento. Alterações na morfologia celular, como a presença de células anormais, podem fornecer insights valiosos sobre a eficácia das terapias empregadas e auxiliar na tomada de decisões clínicas.

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    Referências

    SOKOL, Lubomir; LOUGHRAN JR, Thomas P. Leucemia de linfócitos grandes granulares. The oncologist, v. 11, n. 3, p. 263-273, 2006.

    TERRA, Bruno; MAIA, Amanda M. Leucemia de grandes linfócitos granulares. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, p. 141-148, 2010

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

  • BLASTOS ASA DE BORBOLETA EM LPA

    BLASTOS ASA DE BORBOLETA EM LPA

    Normalmente, os núcleos dos blastos têm uma forma arredondada e, à medida que as células amadurecem, a forma do núcleo pode mudar, dependendo da linhagem celular. Contudo, é possível encontrar núcleos bilobulados, destaque para a leucemia promielocítica aguda (LPA), um tipo de Leucemia Mieloide Aguda(LMA), onde é possível encontramos os blatos asa de borboleta.

    É interessante como a morfologia do núcleo pode fornecer pistas importantes sobre o diagnóstico. Os núcleos bilobulados são realmente uma característica distintiva para LPA, onde são apelidados de “asas de borboleta “. Essa observação morfológica é valiosa para os médicos durante o diagnóstico.

    BLASTOS ASA DE BORBOLETA EM LPA
    Blastos Asas de anjo em Leucemia Promielocítica Aguda

    Apesar de ser classificada como um subtipo de LMA, a LPA é geralmente tratada separadamente devido às suas características únicas em termos de etiologia, apresentação clínica, exames laboratoriais e abordagens terapêuticas. 

    Essa leucemia é caracterizada por uma translocação recorrente entre os cromossomos 15 e 17, resultando na formação do gene de fusão PML-RARA. O gene de fusão PML-RARA codifica uma proteína de fusão anormal que interfere nos processos de diferenciação celular e leva à proliferação descontrolada de promielócitos na medula óssea, caracterizados por núcleos bilobulares ou fendidos, uma zona de Golgi pouco evidente e uma intensa granulação citoplasmática. Por este motivo, quando evidenciadas as características no esfregaço, costuma-se enquadrá-los também como blastos/promielócitos anômalos.

    Uma das complicações mais significativas associadas à LPA é a síndrome de coagulação intravascular disseminada (CIVD), desencadeada pela liberação de substâncias pró-coagulantes dos grânulos anômalos dos promielócitos. Essa síndrome se manifesta com hemorragias graves e marcadores laboratoriais característicos, como prolongamento dos tempos de coagulação, diminuição dos níveis de fibrinogênio e aumento dos produtos de degradação da fibrina, como os dímeros-D. Essas alterações sanguíneas refletem a ativação generalizada do sistema de coagulação, contribuindo para complicações hemorrágicas significativas e aumentando a mortalidade na LPA.

    A confirmação diagnóstica deve ser feita por técnicas capazes de detectar a t(15;17) ou o gene híbrido PML-RARa. Citogenética convencional, hibridização por sondas de fluorescência in situ (FISH, do inglês Fluorescence in situ hybridization) e reação em cadeia de polimerase por transcriptase reversa (RT-PCR) são opções disponíveis. No entanto, na menor suspeita, o analista deve fazer contato com equipe médica, uma vez que o tratamento não é prejudicial nos casos negativos, mas com altas chances de óbito em caso positivo.

    A LPA é o primeiro modelo de doença genética adquirida tratada com uma droga específica, o ácido all-trans-retinoico (ATRA), que induz diferenciação terminal seguida de apoptose das células leucêmicas.

    Assim, a morfologia celular continua a desempenhar um papel fundamental na avaliação, diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento em pacientes com LPA, fornecendo informações valiosas sobre a eficácia terapêutica e a progressão da doença. Portanto, a análise cuidadosa da morfologia celular é uma ferramenta indispensável no manejo clínico.

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    Referências

    Naoum, F. A. (2017). Doenças que alteram os exames hematológicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu.

    Jacomo, R. H., Figueiredo-Pontes, L. L., & Rego, E. M. (2008). Do paradigma molecular ao impacto no prognóstico: uma visão da leucemia promielocítica aguda. Revista da Associação Médica Brasileira, 54, 82-89.

  • SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA

    SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA

    A síndrome hemofagocítica (SH) é uma condição séria desencadeada por uma hiperativação na resposta imunológica que desencadeiam a ativação generalizada de macrófagos levando a um processo inflamatório agudo grave e rapidamente progressivo.

    Há duas formas dessa síndrome: A primária, causada por mutações genéticas que afetam a função das células TCD8 e Natural Killers, ocorrendo principalmente na infância (com maior incidência em crianças menores de dois anos – 80% dos casos), conhecida como Linfohistiocitose Eritrofagocítica Familiar. Esta forma geralmente tem um histórico familiar positivo ou envolve consanguinidade e é caracterizada por mutações recessivas autossômicas no gene da perforina-PRF1 (40%). A perforina é uma proteína presente em linfócitos, macrófagos e outras células precursoras da medula óssea, que desempenha um papel nos processos citotóxicos, na ativação contínua de linfócitos e no aumento das citocinas, levando à ativação de macrófagos.

    Por outro lado, a forma secundária está associada a processos infecciosos em cerca de 50% dos casos, seguidos por casos neoplásicos, reumatológicos e autoimunes que podem afetar adultos de todas as idades. Essa forma também é chamada de síndrome de ativação macrofágica. Na SH secundária, as infecções agudas podem ser tanto primárias em indivíduos saudáveis quanto desencadeadoras em pacientes com condições autoimunes ou neoplásicas pré-existentes. Entre os patógenos envolvidos, as infecções virais são as mais comuns, especialmente aquelas causadas pelos vírus Epstein-Barr (EBV) e citomegalovírus (CMV).

    Devido ao quadro inflamatório disseminado, as principais alterações laboratoriais incluem o aumento de ferritina, disfunção hepática, com altos níveis de lactato desidrogenase, AST, ALT, TP e bilirrubina total. As enzimas hepáticas podem ter um incremento  3 vezes maior que valor de referência. Outras alterações podem incluir a hipertrigliceridemia, que ocorre devido à inibição da lipoproteína lipase pelo TNF-alfa, elevação do D-dímero, causada pela coagulação intravascular disseminada. 

    O nível de Gama Glutamil Transferase (GGT) também se encontra aumentado, em função da infiltração do trato biliar pelos linfócitos e macrófagos. No hemograma ocorre leucocitose, e é possível observar em lâmina uma monocitose com presença de grandes monócitos ativados:

    síndrome hemofagocítica
    Monócitos ativados com muitos vacúolos e restos celulares fagocíticas. Fonte CellWiki

    Por fim, a síndrome hemofagocítica é uma condição grave que requer uma abordagem multidisciplinar para diagnóstico e tratamento. Embora seja uma condição rara, é importante considerá-la em pacientes com sintomas sugestivos, especialmente em indivíduos com doenças subjacentes predisponentes.

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    Referências

    VIEIRA, Karoline Araujo; SOUZA, Gustavo Henrique Gandolfo. Síndrome hemofagocítica: um relato de caso. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 1, p. 248-255, 2023.

    JÚNIOR, Ivo Ronchi et al. Síndrome hemofagocítica. Relacionado ao caso. Revista da Sociedade Brasileira de, v. 5, pág. 382-8, 2011.

    JORDAN, Michael B. et al. How I treat hemophagocytic lymphohistiocytosis. Blood, The Journal of the American Society of Hematology, v. 118, n. 15, p. 4041-4052, 2011.

  • MONONUCLEOSE INFECCIOSA

    MONONUCLEOSE INFECCIOSA

    A mononucleose infecciosa é uma enfermidade febril aguda, contagiosa, provocada pelo vírus Epstein-Barr, que afeta predominantemente pessoas com idades entre 15 e 25 anos, a taxa de mortalidade é baixa, sintomas variam de leves a graves.

    Os sintomas devem se manifestar após um período de incubação de uma a duas semanas. Além da fadiga extrema e da febre, os pacientes podem experimentar dor de garganta intensa devido à inflamação das amígdalas, aumento dos gânglios linfáticos, erupção cutânea, dor de cabeça e desconforto abdominal. Em alguns casos raros, complicações como hepatite, inflamação do baço (esplenomegalia) e anemia podem ocorrer.

    Após a transmissão, o vírus infecta o revestimento da orofaringe, especialmente o tecido linfático nas amígdalas e nas glândulas salivares, a partir de onde se dissemina para outras células. Isso inclui a infecção dos linfócitos B presentes nas criptas das amígdalas, sendo. O vírus Epstein-Barr (EBV) tem a capacidade de infectar linfócitos B maduros, incluindo os de memória, estimulando sua proliferação, além de afetar linfócitos T e células NK. Após a infecção pelo EBV, essas células podem entrar em um estado de latência, permanecendo inativas na garganta e no sangue por longos períodos, possivelmente durante toda a vida do indivíduo, com a ocorrência ocasional de replicação viral sem sintomas aparentes.

    No hemograma, pode-se observar uma contagem de leucócitos normal ou uma leucocitose, com níveis entre 10.000 e 20.000 células/mm³. Em alguns casos, podem ocorrer reações leucemoides. A leucocitose geralmente apresenta uma predominância de linfócitos, representando mais de 50% do total de leucócitos. Um achado típico, embora não exclusivo, da doença é a presença de linfócitos reativos, também conhecidos como células de Downey, que constituem pelo menos 10% dos linfócitos totais. Essas células variam em tamanho e forma, sendo notavelmente maiores,  formato pode ser regular ou não, citoplasma basofílico abundante, e cromatina que pode ser mais frouxa. Além disso, as aminotransferases ALT e AST podem se elevar em até 90% dos casos. A concentração sérica de bilirrubina está aumentada em até 40% das situações, apesar da icterícia ser infrequente.

    mononucleose infecciosa
    Linfócitos reativos em Mononucleose infecciosa. Fonte: CellWiki

    Em resumo, a mononucleose infecciosa, apesar de ser comumente conhecida como “doença do beijo”, é uma condição viral séria que pode causar desconforto significativo e, em alguns casos, complicações graves. Um diagnóstico precoce, seguido de um manejo adequado dos sintomas, é essencial para garantir uma recuperação rápida e completa.

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    Referências

    DE OLIVEIRA, Juliana Linhares et al. O vírus Epstein-Barr e a mononucleose infecciosa. Rev Bras Clin Med. São Paulo, v. 10, n. 6, p. 535-43, 2012.

    HUTT-FLETCHER, Lindsey M. Entrada do vírus Epstein-Barr. Revista de virologia , v. 81, n. 15, pág. 7825-7832, 2007.

    Gomes AP, Bazzolli DMS, Fontes GG, et al. Laboratório aplicado a clínica – manual prático. Viçosa; UFV, 2012

  • GRANULAÇÕES GROSSEIRAS

    GRANULAÇÕES GROSSEIRAS

    Significado Clínico

    Os grânulos dos granulócitos constituem em estruturas fundamentais para a função dessas células. O neutrófilo é dos granulócitos, a célula  de maior representatividade e com funções mais claras e estabelecidas. Assim, mais especificamente para célula, a granulação tem maior destaque. Os neutrófilos possuem 4 tipos de grânulos, sendo:

    • Primários ou Azurófilos: Estão presentes e podem ser visualizados já na fase de mieloblasto, e células mais jovens. Esse tipo de grânulo não é produzido nas células mais jovens. Caracteristicamente são grânulos grosseiros de de maior tamanho. No processo maturativo dos neutrófilos essas estruturas vão se diluindo conforme vão ocorrendo as divisões celulares, diminuindo a sua concentração nas células mais jovens.
    • Secundários ou específicos: Mais delicados, e começam a acumular-se no citoplasma dos promielócitos tardios. Essa granulação se acumula nos neutrófilos, sendo predominante. 
    • Terciários ou de gelatinase: Alguns estudiosos podem enquadrá-los como um subtipo de grânulos secundários. Morfologicamente são menos densos porém ricos em gelatinas.
    • Vesículas secretoras: Caracterizadas pela grande quantidade de receptores  de membrana, auxiliando indiretamente também na adesão celular.

    A hipergranulação grosseira neutrófila é um fenômeno observado na análise microscópica do sangue periférico e pode ser indicativo de várias condições médicas, sua identificação e interpretação têm significado clínico relevante.

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    GRANULAÇÕES TÓXICAS
    Hipergranulações grosseiras em Neutrófilos. Fonte: CellWiki

    As granulações grosseiras indicam uma disfunção na maturação dessas células, resultando na persistência dos grânulos azurófilos (granulação primária) em estágios celulares maduros. Essa condição pode ser observada em uma ampla gama de condições patológicas, como infecções sistêmicas, câncer, pneumonia, coma diabético ou hepático, toxemia da gravidez, envenenamento químico, entre outros estados de toxicidade.

    Em resumo, a presença de granulações grosseiras nos neutrófilos representa um achado significativo na análise laboratorial do sangue periférico, com implicações clínicas relevantes. Essas alterações morfológicas podem servir como um marcador valioso de processos inflamatórios agudos, infecções bacterianas graves e outras condições médicas subjacentes. A identificação e interpretação adequadas dessas granulações nos neutrófilos podem auxiliar o médico no diagnóstico precoce, prognóstico e monitoramento do paciente, contribuindo para uma abordagem clínica mais precisa e eficaz.

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    Referências

    Atlas de hematologia: clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

    SALGADO, Danielle Nazaré S. et al. Importância da presença de granulações tóxicas para o diagnóstico hematológico de septicemia. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 29, p. 373-377, 2007.

  • ANOMALIA DE PELGER-HUET

    ANOMALIA DE PELGER-HUET

    A Hiposegmentação dos Neutrófilos

    A Anomalia de pelger-Huet é uma anomalia benigna onde os neutrófilos apresentam núcleos hipossegmentados, ou seja, com menos lobos do que o normal. Além disso, os pacientes não apresentam sintomas, já que a anomalia não afeta a função imunológica dos neutrófilos.

    A APH tem caráter autossômico dominante, onde nos indivíduos heterozigotos, o núcleo geralmente apresenta dois lobos simétricos e arredondados, conectados por uma ponte estreita, assemelhando-se a um par de óculos ou halteres; a presença de neutrófilos com três ou mais lobos no núcleo é rara. 

    Já nos indivíduos homozigotos, os neutrófilos apresentam núcleos não segmentados, permanecendo ovalados ou arredondados. É comum que observadores menos experientes identifiquem erroneamente um neutrófilo hiposegmentado como bastonete ou metamielócito, resultando em uma contagem diferencial errônea e incompatível com a realidade.

    Anomalia de pelger-Huet
    Neutrófilos Hiposegmentados característicos de anomalia de Pelger-Huet  Fonte: CellWiki

    A APH está associada ao cromossomo 1q, foram identificadas duas mutações no gene LBR, responsável pela codificação do receptor de lâmina B. Esse receptor é uma proteína essencial no envelope nuclear, que interage com a cromatina e pertence à família da esterol redutase. A mutação no gene LBR afeta a atividade da enzima redutase dos neutrófilos, o que está diretamente ligado às alterações na segmentação.

    Uma boa alternativa para evitar a confusão entre neutrófilos hiposegmentados e células jovens, é a observação da cromatina, que se apresenta condensada e compactada, indicando maturação celular completa.

    Embora a APH seja uma condição rara e geralmente benigna, é importante que o analista esteja ciente dela para evitar diagnósticos incorretos e garantir um manejo adequado dos pacientes afetados.

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    Referências

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. -Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    XAVIER, J. L. P. Anomalia de Pelger-Huët: Revisão da literatura. Visão Acadêmica, 2015.

  • ANEMIA SIDEROBLÁSTICA

    ANEMIA SIDEROBLÁSTICA

    A anemia sideroblástica é uma anemia refratária caracterizada pela presença de “sideroblastos em anel” na medula óssea, que são eritroblastos com acúmulo de ferro sob a forma de grânulos dispostos ao redor do núcleo. Isso ocorre devido à incapacidade dos eritroblastos de incorporar o ferro ao grupo heme, provocando o seu acúmulo dentro das mitocôndrias e prejudicando a produção de hemoglobina.

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    As inclusões de ferro também podem ser observadas nos eritrócitos mais maduros e são chamadas de corpos de Pappenheimer (ou siderócitos). A deposição de ferro mitocondrial ocorre devido a uma alteração na síntese do heme nas células eritroides da medula óssea, seja pela diminuição da produção de protoporfirina ou pela inserção defeituosa do ferro na mesma. Os mecanismos que dão origem às diferentes anemias sideroblásticas são diversos, mas em todas elas a síntese do heme é defeituosa.

    anemia sideroblástica
    corpúsculos de pappenheimer – Inclusões azul/roxas irregulares Fonte: CellWiki Disponível em: https://www.cellwiki.net/en/aberrations/erythrocytes-pappenheimer

    A anemia frequentemente é a única manifestação dessa doença; portanto, os achados laboratoriais são a base para o diagnóstico das anemias sideroblásticas. Entre os achados principais destacam-se: anemia microcítica, normocítica ou macrocítica, presença de sideroblastos em anel na análise da medula óssea e evidência de sobrecarga sistêmica de ferro.

    Na anemia sideroblástica, os níveis de hemoglobina geralmente estão abaixo de 7 g/dL no momento do diagnóstico, enquanto os leucócitos e plaquetas geralmente estão dentro dos valores normais, sendo mais severas nas formas hereditárias do que nas adquiridas. Os pacientes com a forma autossômica recessiva ligada ao cromossomo X geralmente apresentam anemia grave na infância e quase sempre necessitam de suporte transfusional contínuo. A maioria está clinicamente associada à reticulocitopenia, eritropoiese ineficaz e sobrecarga secundária de ferro.

    Em resumo, A anemia sideroblástica é uma condição hematológica complexa caracterizada pela acumulação de sideroblastos na medula óssea. As principais alterações observadas no hemograma incluem anemia microcítica, a presença de sideroblastos anelados e reticulocitopenia. O reconhecimento precoce dessas alterações no hemograma é crucial para o diagnóstico e manejo adequados dessa condição.

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    Referências

    RAMÍREZ-IZCOA, Alejandro et al. Anemia sideroblástica. Revista de Hematologia, 2016.

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • LINFOCITOSE POLICLONAL PERSISTENTE DE CÉLULAS B

    LINFOCITOSE POLICLONAL PERSISTENTE DE CÉLULAS B

    A linfocitose policlonal persistente de células B (LPPB) é uma condição rara, documentada pela primeira vez em 1982, que é mais comum em mulheres fumantes. Esta condição é caracterizada por um aumento generalizado de linfócitos com núcleos binucleados ou bilobados circulantes, acompanhado de um aumento policlonal de IgM. Na maioria dos casos, os pacientes não apresentam sintomas, sendo identificados na maioria dos casos, em exames de rotina. Mas há relatos de casos com fadiga significativa, aumento do baço e, em casos raros, aumento do fígado e/ou gânglios linfáticos.

    linfocitose policlonal
    Linfócitos bilobados/binucleados, característicos da LPPB. Fonte: CellWiki

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    A linfocitose é do tipo de células B, os linfócitos reagem com os antígenos CD19, CD20 e CD22. Ambas as cadeias leves kappa e lambda são expressas, indicando uma expansão policlonal do pool de linfócitos B. A presença de linfócitos B atípicos, frequentemente binucleados, é uma característica distintiva da LPPB e muitas vezes serve como uma pista diagnóstica importante.

    A detecção da LPPB é crucial para diferenciá-la de outras condições de aumento crônico de linfócitos. Há incerteza persiste sobre se essa síndrome é uma condição pré-maligna ou benigna. Embora dados de acompanhamento prolongado indiquem que a transformação maligna ocorre apenas após um longo período. O curso clínico favorável e a ausência de mudanças biológicas significativas, na maioria dos casos de LPPB, sugerem que identificá-la evita intervenção terapêutica agressiva.

    Embora sua etiologia exata permaneça em grande parte desconhecida, avanços na compreensão dos mecanismos subjacentes podem abrir caminho para novas estratégias terapêuticas e melhorias no manejo clínico desta condição intrigante. O diagnóstico precoce e a compreensão dos padrões clínicos e laboratoriais associados à LPPB, são essenciais para uma abordagem eficaz e individualizada do paciente.

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    Referências

    FIGUEIREDO, António et al. Linfocitose Policlonal Persistente de Células B (LPPB): Uma Entidade que Não É o que Parece. Acta Médica Portuguesa, 2024.

    TROUSSARD, Xavier et al. Polyclonal B-cell lymphocytosis with binucleated lymphocytes (PPBL). OncoTargets and therapy,2008.

    Casassus, P., Lortholary, P., Komarover, H., Lejeune, F., & Hors, J. (1987). Linfocitose B policlonal persistente relacionada ao tabagismo. Um estado pré-maligno. Arquivos de patologia e medicina laboratorial.

  • BASÓFILOS: FUNÇÕES E IDENTIFICAÇÃO

    BASÓFILOS: FUNÇÕES E IDENTIFICAÇÃO

    No complexo universo das células sanguíneas, os basófilos são frequentemente obscurecidos pela atenção concedida aos seus companheiros mais proeminentes, os neutrófilos, linfócitos, monócitos, ou mesmo os eosinófilos. No entanto, essas pequenas células desempenham um papel vital na resposta imunológica do corpo e merecem ser exploradas.

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    Os basófilos são o tipo celular menos abundante no sangue periférico, correspondendo a menos de 1% dos leucócitos circulantes, estão envolvidos nos mecanismos imunológicos de processos alérgicos e secundariamente de parasitoses. Dada a sua função, os basófilos possuem receptores de alta afinidade pelos anticorpos IgE circulantes em sua membrana celular.

    Quando determinado alérgeno promove ligação cruzada entre duas IgEs (tipos diferentes de IgE), que estão unidas aos basófilos, é desencadeada uma cascata de reação que culmina na liberação de mediadores inflamatórios pré formados existentes nos grânulos citoplasmáticos. Essa degranulação não ocorre somente em reações mediadas por IgE, podendo também ser desencadeada por outros estímulos diretos para os quais os basófilos possuem receptores.

    A ativação dos basófilos pode ser detectada por meio do marcador CD63 uma glicoproteína pouco abundante na membrana celular da célula em repouso, mas presente em grande quantidade nas membranas em seus grânulos citoplasmáticos armazenadores de mediadores pró inflamatórios.

    Quando ocorre ativação dos basófilos, há fusão de membranas dos grânulos com a membrana celular, liberação dos mediadores pré-formados e aumento do número de moléculas CD63 na superfície celular.

    Identificação Morfológica

    Núcleo Lobulado: Os basófilos têm um núcleo lobulado que é geralmente bilobulado ou trilobulado. Esse tipo de núcleo é uma característica comum dos leucócitos granulócitos. Muito embora, essa característica seja pouco visualizada, já que a granulação desta célula geralmente impede tal característica.

    Grânulos Citoplasmáticos: O citoplasma dos basófilos contém muitos grânulos, que são caracterizados pela cor púrpura, quando corados com corantes básicos. Esses grânulos são ricos em substâncias como histamina, heparina e outros mediadores inflamatórios.

    Tamanho Relativamente Pequeno: Os basófilos são leucócitos relativamente pequenos, com um diâmetro de cerca de 10-12 µm.

    Basófilos Maduros. Crédito: Cellwiki Disponível em: https://www.cellwiki.net/en/cells/granulocytes-basophil-segment

    Em resumo, a identificação correta dos basófilos desempenha um papel importante na prática clínica, permitindo o diagnóstico e o monitoramento de uma variedade de condições médicas, incluindo alergias, infecções parasitárias, doenças hematológicas e distúrbios imunológicos. Assim, é essencial que os profissionais de saúde estejam bem informados sobre as características morfológicas dessas células e sua relevância clínica.

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    Referências

    CAMPOS, Lucila de. Teste de ativação de basófilos como biomarcador para o diagnóstico de reações de hipersensibilidade aos taxanos. 2022. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

    LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA

    A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia mais frequente na infância, constituindo cerca de 30% de todas as leucemias agudas pediátricas. Como em qualquer doença neoplásica, a sequência de eventos que levam à transformação da malignidade de uma célula é multifatorial. No caso da LLA, esses eventos são produzidos durante o desenvolvimento de linhagem linfoide. Os precursores apresentam alta taxa de proliferação e rearranjos genéticos; características que favorecem aparecimento de mutações espontâneas e de outras alterações citogenéticas que facilitam a transformação maligna.

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    Os Sintomas iniciais no diagnóstico geralmente são consequência da infiltração de linfoblastos na medula óssea: Anemia, trombopenia, leucopenia, dor óssea, etc.

    Os fatores genéticos que podem desencadear o desenvolvimento de LLA incluem:

    • Cromossomos Philadelphia (Ph): Esta é uma alteração genética comum na LLA de células B, onde há uma translocação entre os cromossomos 9 e 22, resultando na formação do cromossomo Philadelphia (Ph). Esse rearranjo cria o gene de fusão BCR-ABL1, que produz uma proteína quimérica com atividade tirosina quinase aumentada, promovendo a proliferação celular descontrolada.
    • Mutação em genes reguladores da hematopoiese: Mutações em genes como IKZF1 (IKAROS), PAX5, EBF1 e BTG1, que desempenham papéis importantes na regulação da hematopoiese normal, são comuns e podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
    • Cerca de 5% dos casos estão relacionados ao aparecimento de síndromes genéticas, como Down, imunodeficiência hereditária ou adquirida, como deficiência de imunoglobulina A; gamaglobulinemia e síndrome de Wiskott-Aldrich.

    Entre os fatores ambientais que podem facilitar o desenvolvimento da leucemia, destaca a exposição à radiação ionizante e uso de alguns medicamentos como a fenitoína. Além do tabagismo e ingesta de álcool antes e durante a gravidez.

    Morfologia Celular

    Blastos Linfoides: Esses blastos geralmente apresentam um núcleo grande, com cromatina finamente dispersa e um ou mais nucléolos proeminentes, as vezes sem nucléolos evidentes. A relação núcleo-citoplasma geralmente é alta. Estas células podem exibir características morfológicas variadas dependendo do subtipo de LLA.

    Inclusões Citoplasmáticas: Em alguns casos, inclusões citoplasmáticas podem ser observadas nas células leucêmicas. Essas inclusões podem ser indicativas de atividade metabólica aumentada ou alterações específicas associadas à LLA.

    Em suma, a leitura cuidadosa da lâmina sanguínea é um passo crucial no diagnóstico e manejo da LLA. A combinação de avaliação morfológica, análise imunofenotípica e caracterização genética oferece uma abordagem abrangente para o diagnóstico e estratificação de risco nessa doença heterogênea. Um entendimento aprofundado dessas técnicas diagnósticas é essencial para garantir uma abordagem terapêutica individualizada e otimizada para pacientes com LLA.

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    Referências

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    ATIENZA, A. Lassaletta. Leucemias. Leucemia linfoblástica aguda. Pediatría integral, v. 20, n. 6, p. 380-389, 2016.

    SÁNCHEZ, Manuel Alfredo Ortega; ORTEGA, María Luisa Osnaya; BARRIENTOS, José Vicente Rosas. Leucemia linfoblástica agudaMedicina interna de Mexico, v. 23, n. 1, p. 27-33, 2007.

  • LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA

    LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA

    A leucemia de células maduras

    As leucemias, como a leucemia linfóide crônica, surgem de alterações genéticas em uma célula precursora específica, podendo ser uma única mutação ou várias, que levam à ativação de um gene causador de câncer ou à supressão de um gene que normalmente inibe o crescimento celular descontrolado. Esse processo resulta na multiplicação descontrolada da célula afetada, levando à formação de um grupo de células leucêmicas.

    No caso da leucemia linfoide crônica (LLC), ocorre uma evasão dos sistemas de apoptose. Assim, as células responsáveis pela leucemia que são os linfócitos B CD5+, não sofrem apoptose facilmente, levando a um acúmulo destes no sangue periférico. O sintoma mais comum da doença é adenomegalia, contudo, a maioria dos pacientes são idosos assintomáticos. 

    Alterações Laboratoriais e Achados clínicos

    A alteração mais preditiva é leucocitose e linfocitose no hemograma, que pode variar de 10 a 150 mil leucócitos no hemograma, sendo marcante a presença de linfócitos pequenos, morfologicamente maduros e uniformes, muitas vezes apresentando um desenho de rachadura na cromatina (cromatina em bloco, ou cromatina heterogênea), embora não funcionais. Outro achado característico é a presença das chamadas manchas de Gumprecht, formadas durante a confecção da extensão sanguínea, são manchas nucleares formadas devido a fragilidade desses linfócitos, que se rompem. Embora na LLC, citopenias,

    leucemia linfoide crônica
    Lâmina de paciente com LLC, presença de linfocitose com linfócitos pequenos e maduros, além de manchas de Gumprecht

    Anormalidade Cromossômica e Diagnóstico

    A anormalidade identificada mais comum em pacientes com LLC é a trissomia 12, ou seja, há uma cópia adicional do cromossomo 12 nas células desses indivíduos. Isso significa que, em vez de existir o par usual de cromossomos 12 em cada célula, há três cópias desse cromossomo. Esta condição é um tipo de aneuploidia, que ocorre quando há um número anormal de cromossomos em uma célula.

    Atualmente, para o diagnóstico de LLC, não é especificada uma contagem mínima de linfócitos no sangue periféricos. Contudo, existe especificações quanto à morfologia, devendo os linfócitos serem pequenos e maduros, e, caracteristicamente acompanhados de células de gumprecth. Na imunofenotipagem, ao menos um dos marcadores de células B (CD19, CD20 ou CD23) e positividade quanto ao CD5 (na ausência de células T). Também é característica a negatividade para FMC7, CD22 (ou baixa expressão) e CD79b, com baixa densidade de Ig de superfície é considerado marcadores para diagnóstico de LCC.

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    Referências

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    CHAUFFAILLE, Maria de Lourdes LF. Citogenética e biologia molecular em leucemia linfocítica crônica. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 27, p. 247-252, 2005.

    GONÇALVES, Romélia P. et al. Avaliação do perfil hematológico de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC-B) em um hemocentro estadual. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 31, p. 228-234, 2009.