Autor: Jaqueline

  • HEMOGRAMA NA GRIPE AVIÁRIA

    HEMOGRAMA NA GRIPE AVIÁRIA

    A gripe aviária, também conhecida como Influenza Aviária, é uma doença zoonótica causada pelo vírus Influenza A, com potencial para afetar aves, mamíferos e, em casos esporádicos, humanos. Nos últimos anos, especialmente desde 2022, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) tem registrado surtos persistentes de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em diversos países das Américas, incluindo o Brasil.

    Embora a transmissão do vírus A(H5N1) para humanos seja considerada rara, os impactos dessa doença são significativos, tanto na saúde pública quanto na economia, devido às altas taxas de mortalidade em aves infectadas e à possibilidade de infecção em humanos expostos a aves ou ambientes contaminados.

    Globalmente, casos de gripe aviária em humanos são notificados desde 2003, com uma taxa de letalidade alarmante, atingindo mais de 50% das infecções confirmadas. No Brasil, as primeiras detecções do vírus em aves silvestres ocorreram em 2023, destacando a importância de medidas de biossegurança e monitoramento epidemiológico.

    Neste cenário, conhecer o perfil do hemograma em pacientes acometidos pela doença ganha importância para aprimorar o diagnóstico e promover o manejo adequado da doença.

    CLASSIFICAÇÃO:

    Os vírus da influenza aviária são classificados em dois grandes grupos com base em sua patogenicidade: Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP) e Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)

    Os subtipos de alta patogenicidade (IAAP) são os mais preocupantes, pois causam quadros clínicos graves e disseminados em aves, resultando em altas taxas de mortalidade e sérias consequências econômicas, especialmente na avicultura. Por outro lado, os subtipos de baixa patogenicidade (IABP) apresentam um comportamento mais brando, muitas vezes com sinais clínicos leves ou até mesmo ausência de sintomas visíveis nas aves infectadas.

    TRANSMISSÃO DA GRIPE AVIÁRIA:

    A disseminação do vírus da influenza aviária ocorre principalmente por aves infectadas, que eliminam o agente por meio da saliva, secreções mucosas e fezes. A transmissão pode ocorrer pelo contato direto com aves acometidas, bem como através da inalação de partículas virais pela exposição a superfícies ou ambientes contaminados, e, raramente, de pessoa para pessoa..

    MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM HUMANOS:

    As manifestações clínicas da infecção por influenza aviária em humanos podem variar amplamente, desde quadros respiratórios leves até complicações graves e potencialmente fatais e costumam surgir entre dois e oito dias após contato com o vírus.

    Os sintomas mais comuns incluem febre alta (≥38°C) e tosse, frequentemente seguidos por dispneia ou desconforto respiratório. Em diversos casos, também são relatados sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia

    Em alguns casos há a presença de sintomas como dor de garganta, coriza, dor abdominal, sangramento nasal ou gengival, dor no peito e encefalite. Esses sinais demonstram a capacidade do vírus de causar uma doença sistêmica, afetando múltiplos órgãos.

    As complicações mais graves incluem pneumonia severa, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos, choque séptico e o desenvolvimento de infecções secundárias bacterianas ou fúngicas. 

    HEMOGRAMA NA GRIPE AVIÁRIA:

    Os achados laboratoriais mais comuns são: 

    • Leucopenia ou linfopenia
    • Trombocitopenia
    • Anemia
    • Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
    • Neutrofilia com ou sem desvio à esquerda pode indicar infecção secundária bacteriana.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DE MELO, Andréa Maria Carneiro et al. Doença infecciosas das aves: revisão de literatura. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 1, n. 2, p. 310-314, 2018.

    GRIGOLLO, Eduardo Bianchi et al. INFLUENZA AVIÁRIA. Anais da Feira de Ciência, Tecnologia, Arte e Cultura do Instituto Federal Catarinense do Campus Concórdia, v. 6, n. 1, p. 39-39, 2023.

    MORAES, H. L. S.; SALLE, CARLOS TADEU PIPPI; CARON, LUIZ FELIPE. Influenza aviária. Doenças de Aves. Berchieri Jr A, Macari M. Ed Facta, 2000.

    MARTINS, Nelson Rodrigo da Silva et al. Influenza Aviária. Cad. téc. vet. zootec, p. 09-32, 2015.

    MACHADO, Luanna Cristina Alves; CASTRO, Izabela Cruvinel Di; PARENTE, Leila Maria Leal. INFLUENZA AVIÁRIA A-H5N1: revisão de literatura. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-UNIVERSO–GOIÂNIA, v. 1, n. 8, 2023.

  • CONTAGEM MANUAL DE RETICULÓCITOS

    CONTAGEM MANUAL DE RETICULÓCITOS

    Os reticulócitos são hemácias jovens, representando o estágio final antes da maturação completa dos eritrócitos. Em condições normais, após sua produção na medula óssea, são liberados para a corrente sanguínea, onde finalizam sua maturação em um período de 1 a 2 dias.

    Morfologicamente, os reticulócitos são células anucleadas que ainda contêm RNA ribossômico residual em seu citoplasma. A combinação entre a basofilia citoplasmática, devido ao RNA, e a acidofilia da hemoglobina resulta em uma coloração característica, conhecida como policromatocitose ou policromasia. Contudo, nem todos os reticulócitos apresentam quantidade suficiente de RNA para evidenciar essa característica em preparações coradas pelos métodos de Romanowsky.

    A contagem de reticulócitos tem como objetivos principais avaliar a eritropoiese, investigar anemias hemolíticas e monitorar a eficácia da resposta terapêutica. O método consiste na identificação dessas células no sangue periférico, oferecendo informações valiosas sobre a atividade da medula óssea.

    Embora existam tecnologias automatizadas que garantem maior precisão e agilidade nos resultados, a contagem manual de reticulócitos ainda é amplamente empregada em muitos laboratórios, especialmente quando é necessário um exame detalhado ou confirmação dos dados obtidos de forma automatizada.

    • Aumento do reticulócito pode estar associado a: anemia hemolítica, hemorragia, início do tratamento da anemia ferropriva e megaloblástica.
    • Diminuição do reticulócito pode estar associada a: anemia aplástica, ferropriva e megaloblástica antes do início da terapêutica.

    TÉCNICA DE COLORAÇÃO AZUL DE CRESIL BRILHANTE

    Os reticulócitos são observados por meio da coloração supravital, de uso amplo é utilizando o corante azul de cresil brilhante, sendo a análise baseada na observação microscópica. 

    1. Homogeneíza-se a amostra sanguínea e aspiram-se 50 µL do sangue total com EDTA do paciente, juntamente com 50 µL do reagente azul de cresil brilhante (1:1).
    2. O conteúdo é colocado em um tubo de ensaio e homogeneizado.
    3. A amostra é aquecida em banho-maria a 37°C por 15 minutos.
    4. Após o tempo de incubação, o tubo é homogeneizado novamente e um esfregaço é feito na lâmina.
    5. Após a secagem do esfregaço, a lâmina é analisada no microscópio óptico na objetiva de 1000X sob imersão.

    O valor de referência para reticulócitos é de 0,5 a 2,0%.

    COMO QUANTIFICAR:

    A contagem de reticulócitos geralmente  é realizada com base na contagem em 1000 hemácias, tradicionalmente  são 5 campos com cerca de 200 hemácias cada (tem visualmente a quantidade de hemácias para pacientes normais). Obviamente que  o número de campos contados podem variar de acordo com a condição do paciente. Assim, mais ou menos campos podem ser contados.

    Fórmulas utilizadas:

    Percentual de reticulócitos = (Número de reticulócitos contados / 1000) x 100 

    Contagem corrigida de reticulócitos (CCR): CCR = Percentual de reticulócitos x (Hematócrito do paciente / Hematócrito padrão)

    Índice de produção de reticulócitos (IPR): IPR = CCR / Tempo de maturação dos reticulócitos

    Lembrando que esse cálculo da correção dos reticulócitos é aplicável em pacientes com certas condições como anemia. O hematócrito padrão utilizado nos cálculos varia de acordo com o sexo e a idade do paciente, geralmente utiliza-se 45% para homens adultos e 40% em mulheres adultas, adolescentes e crianças de ambos os sexos.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015. 

    OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: Como fazer e interpretar. 1ª edição. Editora LMP, 2007. 

    ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de hematologia. Atheneu. 899p. 2013.

  • ENTENDENDO OS PARÂMETROS DO HEMOGRAMA AUTOMATIZADO

    ENTENDENDO OS PARÂMETROS DO HEMOGRAMA AUTOMATIZADO

    O hemograma é um dos exames laboratoriais mais solicitados na prática clínica, desempenhando um papel essencial no diagnóstico e no monitoramento de diversas condições de saúde. Esse exame avalia quantitativa e qualitativamente os três principais tipos celulares do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. 

    A análise é feita de maneira sistemática, sendo segmentada em eritrograma, leucograma e plaquetograma, o que permite ao profissional de saúde identificar alterações que podem indicar desde anemias e infecções até distúrbios hematológicos mais complexos.

    Ao longo dos anos, o hemograma passou por uma grande evolução tecnológica. No início, a realização desse exame exigia processos manuais demorados e o uso de diversos equipamentos individuais, que forneciam laudos parciais. Essa abordagem, apesar de funcional, demandava um tempo significativo para completar a análise de todos os tipos celulares. 

    Com os avanços na automação laboratorial, os hemogramas modernos oferecem resultados rápidos e precisos, incluindo parâmetros detalhados e sinais de alerta, conhecidos como “flags”, que auxiliam na interpretação diagnóstica.

    Além do impacto tecnológico, o avanço nos equipamentos automatizados trouxe novas demandas para os profissionais da área da saúde. A interpretação dos resultados, que vai além da simples leitura de números, exige um entendimento profundo dos parâmetros e gráficos fornecidos pelos analisadores. 

    Assim, enquanto a automação aprimora a eficiência, a capacitação profissional continua sendo indispensável para garantir uma análise criteriosa e segura.

    PARÂMETROS DO ERITROGRAMA:

    • Contagem de hemácias (RBC)
    • Hemoglobina (HB)
    • Volume Corpuscular Médio (VCM)
    • Hemoglobina Corpuscular Média (HCM)
    • Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)
    • Variação de Volume Eritrocitário (RDW-CV e RDW-SD)
    • Contagem de Reticulócitos (RET)
    • Fração de Reticulócitos Imaturos (IRF)
    • Variação da Concentração de Hemoglobina nos Eritrócitos (HDW – Hemoglobin Distribution Width) 
    • Volume Celular Esférico Médio (MSCV)
    • Contagem de Eritroblastos (NRBC)

    PARÂMETROS DO LEUCOGRAMA:

    • Contagem total (WBC)
    • Contagem Diferencial Absoluta e Relativa
    • WBC 2 DIFF SCATTERGRAM (FSC x SSC)
    • WBC 3 DIFF SCATTERGRAM (FSC x SSC x FL)

    PARÂMETROS DO PLAQUETOGRAMA:

    • Contagem (PLT)
    • Volume Plaquetário Médio (VPM)
    • Variação de Volume Plaquetário (PDW)
    • Quantidade Relativa de Macroplaquetas (P-LCR)
    • Fração de Plaquetas Imaturas (IPF)

    As metodologias mais utilizadas na automação em hematologia são: Análise de Impedância Elétrica e Análise Óptica Associada à Fluorescência.

    Em resumo, a evolução tecnológica no hemograma trouxe agilidade e precisão para as análises, entretanto depende diretamente de profissionais capacitados e especializados para entender o que significa cada parâmetro e gráfico, interpretar os resultados e compreender os “flags” gerados pelos analisadores. 

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DE OLIVEIRA, A. B. NOVOS PARÂMETROS DO HEMOGRAMA AUTOMATIZADO. ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. SÃO PAULO, 2018.

    OLIVEIRA, Sérgio Silva; SILVA, Caroline Carvalho Marinho; SANTOS, Fabiano Sant’Anna. INOVAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS NO HEMOGRAMA AUTOMATIZADO. In: 9th International Symposium on Technological Innovation. 2018.

    SILVA, C. C. M. et al. INOVAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS NO HEMOGRAMA AUTOMATIZADO. INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TECHNOLOGICAL INNOVATION. 2018.

  • METODOLOGIAS MANUAIS PARA CONTAGEM DE PLAQUETAS

    METODOLOGIAS MANUAIS PARA CONTAGEM DE PLAQUETAS

    As plaquetas desempenham um papel fundamental no processo de coagulação e hemostasia, sua avaliação laboratorial envolve não apenas a análise quantitativa, mas também a investigação de sua função que mais diretamente pode estar associada a sua morfologia.

    A contagem plaquetária por métodos automatizados é amplamente utilizada devido à sua precisão. Os equipamentos, além de fornecerem dados sobre o número de plaquetas, também analisam sua distribuição volumétrica, sugerindo características como a presença de macroplaquetas e plaquetas gigantes.

    Embora os contadores automáticos ofereçam maior precisão com um coeficiente de variação pequeno, metodologias manuais para contagem de plaquetas ainda são aplicadas em situações específicas. 

    Realizadas em lâminas, essas técnicas manuais oferecem uma alternativa, especialmente em laboratórios com recursos limitados ou para confirmar discrepâncias nos resultados automatizados, como nos casos de número aumentado de macroplaquetas e plaquetas gigantes (plaquetas contadas como hemácias), ou na presença de grande número de fragmentos de hemácias (fragmentos contados como plaquetas). 

    Apesar de apresentarem maior variação nos resultados, essas metodologias desempenham um papel relevante na rotina laboratorial e merecem atenção especial em sua aplicação e interpretação.

    Método de Bárbara H. O’Connor:

    A avaliação plaquetária pelo método de Bárbara O’Connor é realizada através da confecção de extensões sanguíneas a partir de amostras de sangue total anticoagulado com K3EDTA.

    As plaquetas são contadas em 10 campos diferentes utilizando um microscópio óptico com aumento de 1.000 vezes, e a média de plaquetas por campo é calculada. Esse valor médio é então multiplicado por 13.000, que é a constante de multiplicação, para estimar o número de plaquetas por microlitro (µL) de sangue, proporcionando uma estimativa da quantidade plaquetária na amostra.

    Método de Fônio Modificado:

    O método Fônio modificado utiliza extensões sanguíneas preparadas a partir de amostras de sangue total coletadas com K3EDTA. As plaquetas são contadas sob microscópio ótico com aumento de 1.000 vezes, analisando-se a presença de plaquetas em 1.000 eritrócitos. 

    Para determinar o número estimado, o cálculo é feito multiplicando o número de plaquetas contadas pelo número de eritrócitos observados (dado pela automação) e dividindo o resultado por 1.000, proporcionando uma estimativa da quantidade de plaquetas na amostra.

    Método de Nosanchunk, Chang e Bennett

    O método de Nosanchunk, Chang e Bennett também envolve a confecção de extensões sanguíneas a partir de amostras de sangue total anticoagulado com K3EDTA. As plaquetas são contadas em oito campos sob microscópio óptico com aumento de 1.000 vezes. 

    A soma das plaquetas observadas nesses campos é multiplicada por 2.000, que é a constante de multiplicação, para estimar o número total de plaquetas por microlitro (µL) de sangue.

    Método Alternativo:

    No método alternativo, as plaquetas são contadas no microscópio óptico com aumento de 1.000 vezes em 10 campos diferentes. Em seguida, calcula-se o valor médio de plaquetas por campo. Esse valor médio é multiplicado pela concentração de hemoglobina do paciente, expressa em g/dL, e o resultado é multiplicado por 1.000 para fornecer o valor estimado de plaquetas por microlitro (CPM) de sangue.

    Vale ressaltar que esses métodos manuais de contagem de plaquetas possuem uma precisão inferior à dos sistemas automatizados, sendo, portanto, recomendados apenas em situações específicas em que a automação não está disponível ou quando há necessidade de confirmação dos resultados. Devido à maior variação nos valores obtidos, esses métodos devem ser utilizados com cautela.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    COMAR, Samuel R.; DANCHURA, Heloísa SM; SILVA, Paulo H. Contagem de plaquetas: avaliação de metodologias manuais e aplicação na rotina laboratorial. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 31, p. 431-436, 2009.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: Como fazer e interpretar. 1ª edição. Editora LMP, 2007.

    ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de hematologia. Atheneu. 899p. 2013.

  • PRINCIPAIS CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NOS RESULTADOS DO HEMOGRAMA

    PRINCIPAIS CONDIÇÕES QUE INTERFEREM NOS RESULTADOS DO HEMOGRAMA

    Na rotina da hematologia, é essencial conhecer as condições que interferem nos resultados do hemograma. Fatores como lipemia, icterícia, hemólise, amostras antigas e até mesmo a presença de agregados plaquetários podem impactar diretamente os parâmetros analisados, exigindo ações corretivas específicas para minimizar os efeitos dessas interferências.

    Lipemia e Icterícia:

    A lipemia e a icterícia são condições que podem interferir nos resultados da maioria dos analisadores, especialmente nos parâmetros de hemoglobina total (Hgbt), HCM e CHCM. Essas condições levam ao aumento da turbidez no plasma, que afeta a leitura espectrofotométrica, resultando em valores erroneamente aumentados nesses parâmetros. Para corrigir esse problema, recomenda-se substituir o plasma por uma quantidade equivalente de salina, porém no laudo final, no eritrograma devem ser utilizados esses valores novos após correção e no leucograma deve-se manter os resultados da primeira leitura.

    Crioaglutininas:

    As aglutininas frias podem alterar de forma falsa e significativa em vários parâmetros do eritrograma, como a diminuição do número de eritrócitos e hematócrito, e elevação de volume corpuscular médio (VCM), Hemoglobinas na Corpuscular Media (HCM), hemoglobina corpuscular média (CHCM) e do RDW (Amplitude de distribuição dos eritrócitos). 

    Essas alterações ocorrem devido à aglutinação das hemácias que muitas vezes são contadas como apenas uma hemácia. para corrigir é recomendado aquecer a amostra a 37 °C em banho maria por em média 30 minutos e reanalisar.

    Hemólise:

    A hemólise é uma condição que interfere nos resultados ao causar diminuição na contagem de eritrócitos e do volume globular. Esse efeito ocorre porque os eritrócitos lisados não são contabilizados pelos analisadores, levando a resultados comprometendo a precisão do exame. Para corrigir essa situação deve-se solicitar uma nova amostra.

    Agregados plaquetários:

    Os agregados plaquetários podem causar uma diminuição aparente na contagem de plaquetas e um aumento falso nos leucócitos. Isso ocorre porque os agregados também são contados como leucócitos. Para corrigir, deve-se solicitar nova coleta da amostra em citrato de sódio e o resultado deve ser multiplicado por 1,1 (fator de correção).

    Micrócitos e esquistócitos:

    A presença de micrócitos e esquistócitos podem gerar diminuição dos eritrócitos e aumento da quantidade de plaquetas. Isso porque os micrócitos e eritrócitos são menores que o limite de corte inferior para as hemácias. No histograma pode aparecer a forma de correção é que deve-se revisar a lâmina e realizar outro método de contagem para as plaquetas.

    Amostra envelhecida:

    A utilização de amostras depois de um longo período  da coleta, pode comprometer os resultados laboratoriais, causando aumento no volume corpuscular médio (VCM) e no volume plaquetário médio (VPM), além de diminuição na contagem de plaquetas e erros na contagem diferencial de leucócitos. 

    Essas alterações ocorrem porque os eritrócitos se incham à medida que a amostra envelhece, as plaquetas aumentam de tamanho e degeneram, e os leucócitos sofrem alterações devido à exposição prolongada ao EDTA. Para evitar esses problemas, é essencial solicitar uma nova amostra e definir um critério de aceitabilidade de amostra de acordo com as normas da qualidade laboratorial.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático. Tradução de Renato Failace. 5ª edição. Editora Artmed, 2016.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: Como fazer e interpretar. 1ª edição. Editora LMP, 2007.

  • SÍNDROME DE BERNARD-SOULIER

    SÍNDROME DE BERNARD-SOULIER

    A síndrome de Bernard-Soulier é uma desordem hereditária rara que afeta o processo de coagulação sanguínea, sendo considerada o sétimo distúrbio de coagulação mais comum. 

    Com herança predominantemente autossômica recessiva, embora existam variantes dominantes, a síndrome é marcada por uma disfunção ou ausência do complexo glicoproteico Ib-IX-V, principal receptor do fator de von Willebrand. Esse complexo, composto pelas glicoproteínas GPIbα, GPIbβ, GPIX e GPV, desempenha um papel crucial na adesão plaquetária ao subendotélio durante a formação do coágulo. 

    A ausência ou a alteração dessas proteínas resulta em uma condição conhecida como macrotrombocitopenia, caracterizada por plaquetas gigantes e redução no número das mesmas no sangue periférico.

    Quando ocorre uma mutação no receptor, várias mudanças são desencadeadas, impedindo que o domínio N-terminal da GPIbα, responsável por se ligar a proteínas de adesão, fatores de coagulação e receptores, se conecte ao fator von Willebrand. Isso prejudica a fixação das plaquetas no local da lesão, afetando principalmente a hemostasia primária e também a habilidade da trombina de ativar as plaquetas.

    Manifestações Clínicas:

    A epistaxe é o sintoma mais comum, sendo frequentemente acompanhada por equimoses e hemorragias gengivais. Os episódios de sangramentos mais graves estão frequentemente ligados a intervenções cirúrgicas, extrações dentárias ou acidentes. 

    No entanto, as hemorragias fatais são raras, e a meia-vida das plaquetas nesses pacientes tende a ser reduzida em comparação ao normal. 

    Nos indivíduos homozigotos para a síndrome de Bernard-Soulier, o sangramento pode iniciar na infância, mas a gravidade dos sintomas pode variar ao longo da vida. Os heterozigotos geralmente não manifestam sintomas, mas apresentam plaquetas gigantes e níveis reduzidos de GPib/IX/V.

    Achados laboratoriais:

    As principais alterações laboratoriais em pacientes com a síndrome de Bernard-Soulier é a plaquetopenia leve a moderada, plaquetas gigantes,prolongamento do tempo de sangramento, ausência de agregação pela ristocetina, ausência ou falha no complexo de glicoproteína Ib da membrana plaquetária.

    Embora a síndrome de Bernard-Soulier seja uma entidade rara, ela deve ser considerada como uma possível causa de epistaxe, especialmente quando os episódios de sangramento forem repetitivos e graves. A identificação precoce da síndrome é crucial para o manejo adequado, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com outros distúrbios hemorrágicos mais comuns.

    Esfregaço sanguíneo com presença de macroplaquetas e plaquetas gigantes em Síndrome de Bernard-Soulier. Fonte: CellWiki.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    ARAÚJO, S. A. et al. Epistaxe como manifestação freqüente da síndrome de Bernard-Soulier. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 68, p. 284-286, 2002.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    NETO, José F. Lubianca; DE BRITO, Lílian BT; DOS SANTOS, Édson Figueira. Epistaxe como manifestação da Síndrome de Bernard-Soulier. 1997.

  • PICNÓCITOS: CARACTERÍSTICAS E RELEVÂNCIA CLÍNICA

    PICNÓCITOS: CARACTERÍSTICAS E RELEVÂNCIA CLÍNICA

    Os picnócitos, também conhecidos como dagmócitos, são um tipo específico de hemácia que apresenta uma morfologia característica, sendo marcados pela retração da hemoglobina para as laterais da célula. Essa alteração estrutural deixa a região central da célula sem hemoglobina, resultando em um aspecto vazio e alongado. Apesar de ser um poiquilocito raro, os picnócitos podem estar presentes em diversas condições clínicas.

    Morfologia:

    Suas principais características incluem:

    • Formato alongado: O formato irregular e alongado é uma das marcas distintivas dessas células.
    • Hemoglobina retraída: A concentração da hemoglobina nas extremidades laterais da célula cria uma aparência central clara e sem pigmentação.

    Condições Associadas aos Picnócitos:

    A presença de picnócitos pode ser observada em diversas patologias, muitas das quais envolvem alterações no metabolismo celular ou danos nas hemácias. Dentre essas condições, destacam-se:

    • Deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase): Um distúrbio enzimático hereditário que afeta a capacidade antioxidante das hemácias, tornando-as mais suscetíveis à hemólise.
    • Anemia hemolítica intravascular: Um tipo de anemia causada pela destruição acelerada das hemácias dentro dos vasos sanguíneos.
    • Anemia microangiopática: Condição em que há lesão mecânica das hemácias ao passarem por vasos estreitos ou danificados.
    • Anemias hemolíticas graves: Caracterizadas pela destruição maciça das hemácias, resultando em diversas alterações morfológicas, incluindo os picnócitos.
    • Deficiência hereditária de lipoproteínas: Uma condição genética rara que pode afetar a integridade da membrana celular das hemácias.

    Embora os picnócitos sejam de baixa ocorrência e pouco comentados, é imprescindível que o analista clínico saiba identificar e relatar no laudo hematológico.

    Como relatar no hemograma: Poiquilocitose com presença de (raros ou +/alguns ou ++/numerosos ou +++) picnócitos.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    AIXALÁ, Mónica et al. Eritropatías. Sociedad Argentina de Hematología – Guías de Diagnóstico y Tratamiento. 2023. Disponível em: <https://sah.org.ar/docs/guias/2023/Eritropatias-Guia_2023-Libro.pdf>. Acesso em 25 Nov. de 2024.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    FRAGA, Ana et al. Picnocitosis, una forma rara de anemia hemolítica neonatal. An. pediatr.(2003. Ed. impr.), p. 455-456, 2023.

  • SÍNDROME DA PLAQUETA CINZENTA

    SÍNDROME DA PLAQUETA CINZENTA

    A Síndrome da Plaqueta Cinzenta (Gray Platelet Syndrome – GPS) é uma rara desordem congênita caracterizada pela ausência ou redução significativa dos grânulos alfa das plaquetas. Esses grânulos, fundamentais para o armazenamento de proteínas envolvidas na hemostasia e na cicatrização, são responsáveis por conferir a coloração típica das plaquetas normais. Na GPS, sua deficiência resulta em plaquetas de aspecto acinzentado, maior tamanho e com funções comprometidas.

    Essa condição, identificada pela primeira vez em 1971, manifesta-se clinicamente por trombocitopenia, petéquias, equimoses e uma maior predisposição a sangramentos. O nome “plaquetas cinzentas” deriva da coloração acinzentada observada nas plaquetas de indivíduos afetados.

    Fatores Genéticos:

    Os indivíduos com diagnóstico de GPS apresentam mutações no gene NBEAL2 (Neurobeachin Like 2), que desempenha papel crucial no amadurecimento dos megacariócitos e na formação das plaquetas. Essas mutações comprometem a retenção das proteínas nos grânulos alfa durante o processo de diferenciação celular, resultando em sua deficiência. Entre as proteínas afetadas estão o fator IV plaquetário e a beta-tromboglobulina, marcadores importantes de ativação plaquetária, além do fibrinogênio e do fator de crescimento derivado de plaquetas, essenciais para a função hemostática.


    Estudos realizados em megacariócitos maduros (MKs) de camundongos com mutações no gene NBEAL2, demonstraram que, embora os grânulos alfa sejam inicialmente formados, eles não são retidos pelos megacariócitos.

    Manifestações Clínicas:

    A sintomatologia da Síndrome da Plaqueta Cinzenta são heterogêneas, variando em gravidade entre os pacientes e manifestam-se desde a infância. 

    Em geral, os acometidos apresentam:

    • Sangramentos leves a moderados, embora casos mais graves possam ocorrer, incluindo hemorragias potencialmente fatais. 
    • Epistaxe
    • Equimoses frequentes
    • Sangramentos menstruais prolongados.

    Outras complicações incluem trombocitopenia leve, esplenomegalia (em casos mais raros, mas com potencial gravidade que pode justificar esplenectomia) e mielofibrose.

    As manifestações hemorrágicas mais comuns são mucocutâneas, mas em pacientes sob terapias antiagregantes, o quadro hemorrágico pode se intensificar significativamente, exigindo monitoramento rigoroso.

    Diagnóstico e Alterações laboratoriais:

    O diagnóstico não é simples devido à raridade da síndrome, mas é realizado  com base em uma combinação de fatores, como a clínica do paciente, o hemograma e a análise do esfregaço sanguíneo.

    A análise microscópica revela plaquetas grandes, cinzentas e hipogranulares, características da redução ou ausência dos grânulos alfa, além da presença de vacúolos onde esses grânulos deveriam estar localizados. Além disso, é muito comum que o tempo de sangramento esteja prolongado. 

    A avaliação da medula óssea pode identificar mielofibrose, uma complicação associada à GPS. Em casos específicos, biópsias da medula óssea são realizadas para confirmar a mielofibrose e excluir outras doenças hematológicas que possam apresentar sintomas semelhantes. O analista deve estar atento, levando sempre em consideração não só a morfologia, mas também os aspectos clínicos e demais exames do paciente.

    Gray Platelet Syndrome. Fonte: American Society of Hematology.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    FREITAS, Elian. CLEMENTINO, Lucas José Rodrigues. FERREIRA, Valéria. SÍNDROME DA PLAQUETA CINZENTA: COMPREENDENDO A ORIGEM E CONDIÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL. Revista Ft. Paraná, 2023.

    HORTOLAN, Eduardo. Alterações Quantitativas Plaquetárias: Revisão da Literatura. Academia de Ciência e Tecnologia. São José do Rio Preto, 2017.

    SILVESTRE, Joana et al. Síndrome da plaqueta cinzenta. Acta Médica Portuguesa, v. 22, n. 1, p. 99-104, 2009.

  • HEMOGRAMA NA LEPTOSPIROSE

    HEMOGRAMA NA LEPTOSPIROSE

    A leptospirose é uma zoonose amplamente distribuída pelo mundo, causada por bactérias do gênero Leptospira. Sua transmissão ocorre principalmente pelo contato com urina de animais infectados, especialmente roedores, ou com água, solo e lama contaminados, o que a torna uma doença frequentemente associada a condições de saneamento precário e períodos de enchentes. 

    No Brasil, a leptospirose é um desafio significativo para a saúde pública, sobretudo em áreas urbanas densamente povoadas e com infraestrutura sanitária inadequada. 

    O ciclo de transmissão é agravado por inundações sazonais, que aumentam a exposição da população à água contaminada. Além disso, a ampla gama de animais reservatórios, incluindo ratos, bovinos, suínos e cães, facilita a manutenção da bactéria no ambiente, contribuindo para surtos recorrentes em períodos chuvosos. 

    Por ser uma doença amplamente difundida em todo o país, é crucial conhecer o perfil do hemograma de pacientes que apresentam essa condição. A rápida identificação da doença e o monitoramento clínico são essenciais para um diagnóstico preciso.

    Manifestações Clínicas da Leptospirose:

    As manifestações clínicas da leptospirose apresentam um amplo espectro, desde formas assintomáticas até quadros potencialmente fatais. 

    A doença evolui em duas fases principais: a fase precoce (ou leptospirêmica) e a fase tardia (ou imune). 

    Fase Precoce:

    Essa fase dura de 4 a 9 dias, os sintomas mais comuns incluem febre alta (chegando a 39 °C), dores musculares intensas, principalmente nas panturrilhas, dor de cabeça, náuseas, vômitos e falta de apetite. Podem também surgir conjuntivite, fotofobia, tosse e, mais raramente, exantema cutâneo e aumento de fígado ou baço. 

    Fase tardia:

    As complicações graves tornam-se mais evidentes. A síndrome de Weil, uma das manifestações clássicas, é caracterizada por uma tríade de icterícia intensa, insuficiência renal e hemorragias. 

    Outras complicações incluem a síndrome de hemorragia pulmonar, que pode causar tosse seca, dispneia e expectoração com sangue, e lesões pulmonares graves, como sangramentos maciços e a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Além disso, podem surgir manifestações hemorrágicas em diferentes sistemas do corpo, incluindo pele, mucosas, órgãos internos e sistema nervoso central, refletindo a gravidade e complexidade dessa fase da leptospirose.

    Diagnóstico

    O diagnóstico da leptospirose combina métodos laboratoriais diretos e indiretos, escolhidos com base na fase evolutiva da doença. 

    Na fase precoce, que ocorre nos primeiros dias de sintomas, são utilizados métodos diretos como a detecção da bactéria por meio de cultura ou pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), que identifica o DNA do agente infeccioso. 

    Já na fase tardia, que ocorre após a produção de anticorpos pelo organismo, são recomendados exames indiretos, como o teste de ELISA-IgM e o teste de microaglutinação (MAT), que detectam a presença de anticorpos específicos contra Leptospira

    Além disso, outros exames são essenciais para avaliar possíveis complicações e ajudar no manejo clínico. Entre eles, destacam-se o hemograma e análises bioquímicas (ureia, creatinina, bilirrubinas (total e frações), TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina, CPK, sódio e potássio). Esses exames auxiliam no diagnóstico diferencial e na identificação precoce de quadros graves, como insuficiência renal e danos hepáticos, frequentes em casos de leptospirose avançada.

    HEMOGRAMA NA LEPTOSPIROSE

    Alterações hematológicas mais frequentes, especialmente na fase tardia da doença, incluem:

    • Leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda
    • Anemia intensa
    • Trombocitopenia

    Nas fases iniciais da leptospirose, os exames laboratoriais podem apresentar alterações inespecíficas, mas o leucograma tem papel fundamental no auxílio diagnóstico, especialmente após o terceiro dia de sintomas. Esse exame pode ajudar a diferenciar a leptospirose de infecções virais agudas, além disso em pacientes com formas mais graves, como aqueles ictéricos, a contagem de leucócitos pode atingir até 50.000/µL.

    A anemia, geralmente normocrômica, pode ser explicada pela hemólise intravascular, que também provoca elevação nos níveis de bilirrubina sérica (normalmente abaixo de 20 mg/dL, mas podendo chegar até 40 mg/dL em infecções graves). Além disso, a redução nos níveis de Hb e Ht durante exames laboratoriais repetidos, sem sinais evidentes de sangramentos, pode ser um indicativo precoce de sangramento pulmonar.

    A trombocitopenia é um achado comum na fase tardia, especialmente na quando há Síndrome de Weil, e pode ser associada a manifestações hemorrágicas como epistaxes, petéquias e equimoses.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Leptospirose: diagnóstico e manejo clínico. Brasília – DF, 2014.

    COSTA, Everaldo et al. Formas graves de leptospirose: aspectos clínicos, demográficos e ambientais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 34, p. 261-267, 2001.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    NICODEMO, Antônio Carlos et al. Alterações hematológicas na leptospirose. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 31, p. 71-79, 1989.

    RIBEIRO, Ana Freitas. Leptospirose, avaliação de fatores prognósticos da doença, município de São Paulo, 2005. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 3, n. 28, p. 2-8, 2006.

    SIMÕES, Luciana Senna et al. Leptospirose–revisão. PubVet, v. 10, n. 2, p. 138-146, 2016.

  • HEMOGRAMA NA COVID-19

    HEMOGRAMA NA COVID-19

    A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, emergiu no final de 2019 e rapidamente se tornou uma pandemia, impactando milhões de vidas ao redor do mundo. Além disso, esse vírus, pertencente à família dos coronavírus, é conhecido por sua alta transmissibilidade e sua capacidade de causar uma ampla gama de manifestações clínicas, variando desde casos assintomáticos até formas graves de pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e falência de múltiplos órgãos.

    A doença representou um desafio significativo para os sistemas de saúde globais, não apenas pelo número elevado de casos, mas também pela necessidade de um diagnóstico rápido e preciso. Dessa forma, é indispensável que os profissionais de saúde estejam atentos às alterações características do hemograma na COVID-19, para aprimorar o diagnóstico e garantir um manejo clínico mais eficiente.

    Principais Alterações no Hemograma de Pacientes com COVID-19

    A COVID-19 pode desencadear diversas alterações hematológicas e de coagulação, que variam de acordo com a gravidade da doença, refletindo tanto a resposta imunológica do organismo quanto o impacto sistêmico causado pelo vírus.

    Portanto, dentre as principais alterações, encontra-se:

    • Leucocitose
    • Linfopenia, com presença de linfócitos reativos
    • Aumento da amplitude do volume dos monócitos (MDW)
    • Microcitose
    • Diminuição da hemoglobina
    • Aumento do VHS (Velocidade de Hemossedimentação)
    • Plaquetopenia
    • Prolongamento do TP (Tempo de Protrombina)
    • Aumento do Dímero-D

    Fases da COVID-19 e Suas Alterações no Hemograma

    Estudos realizados em 2020 detalharam as principais alterações laboratoriais observadas em pacientes com COVID-19, variando conforme a fase da doença:

    Estágio 1 (Primeira semana de sintomas): Nesta fase inicial, a COVID-19 costuma se manifestar de forma leve, similar a um resfriado comum. O hemograma pode revelar discreta linfopenia, uma vez que os linfócitos, que expressam os receptores ACE2, tornam-se alvos do coronavírus. 

    Estágio 2 (Segunda semana): À medida que os sintomas se intensificam, a linfocitopenia tende a piorar. Além disso, é comum o aumento do dímero-D, que indica maior produção de trombina e diminuição da fibrinólise, resultando em um estado de hipercoagulabilidade.

    Estágio 3: Cerca de 20% dos pacientes com COVID-19 evoluem para essa fase grave, na qual o dímero-D pode subir até seis vezes o valor normal, evidenciando a hipercoagulabilidade. Além disso, alterações no coagulograma, como aumento do tempo de tromboplastina parcial (PTT) e trombocitopenia, são frequentes, assim como o agravamento da linfopenia observada no hemograma.

    Estágio 4 (Fase crítica): Cerca de 50% dos pacientes nesta fase apresentam complicações respiratórias e hematológicas graves, muitas vezes necessitando de intubação. Outrossim, o coagulograma demonstra alterações significativas, com a contínua produção de proteínas virais que afetam as hemácias e a hemoglobina, piorando a hipóxia e ativando o sistema de coagulação. Em alguns casos, pode ocorrer a síndrome hemofagocítica.

    Além disso, pacientes que apresentam leucocitose com neutrofilia geralmente têm um prognóstico ruim, sugerindo a presença de infecções secundárias além do coronavírus. 

    Outrossim, uma observação curiosa que pode ocorrer no sangue periférico na covid é a presença de inclusões Howell-Jolly Like. Podendo representar um achado potencialmente diferenciador para outras infecções, como a pneumonia bacteriana.

    Inclusões de Howell-Jolly Like em neutrófilos. Fonte: American Society of Hematology.

    Esfregaço sanguíneo com presença de Linfócitos Reativos. Fonte: Cellwiki.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    CARELLI, Guilherme Zart et al. Alterações laboratoriais em pacientes com COVID-19. Research, Society and Development, v. 9, n. 12, p. e30191211115-e30191211115, 2020. 

    DE OLIVEIRA JUNIOR, Ricardo Brito; LOURENÇO, Patrick Menezes. Alterações laboratoriais ea COVID-19. RBAC, v. 52, n. 2, p. 198-200, 2020. 

    ROSE, S. Howell-Jolly Body-like Inclusions in a COVID-19 Patient: A Case Report. Case Reports in Pathology, v. 2020, p. 1-3, 2020.

    SEBOTAIO, Matheus Coimbra; ASTURIAN, Kathleen; NETO, Olavo José Vicente. Alterações de parâmetros laboratoriais em pacientes com COVID-19: uma revisão sistemática. Revista de Ciências Médicas, v. 31, 2022. 

    XAVIER, Analucia R. et al. COVID-19: manifestações clínicas e laboratoriais na infecção pelo novo coronavírus. Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v. 56, 2020.

    ROSE, S. Howell-Jolly Body-like Inclusions in a COVID-19 Patient: A Case Report. Case Reports in Pathology, v. 2020, p. 1-3, 2020.

  • CORPOS DE DÖHLE E CORPÚSCULO DE MAY-HEGGLIN

    CORPOS DE DÖHLE E CORPÚSCULO DE MAY-HEGGLIN

    Na hematologia, a identificação precisa de alterações morfológicas nas células sanguíneas é fundamental para o diagnóstico de diversas condições. Dentre essas alterações, os corpos de Döhle e os corpúsculos de May-Hegglin exigem atenção especial, pois, embora compartilhem semelhanças visuais, possuem origens, características e implicações clínicas distintas, que precisam ser cuidadosamente avaliadas para garantir um diagnóstico correto e uma compreensão completa do quadro clínico do paciente.

    Fonte das imagens: Cellwiki.

    CORPOS DE DÖHLE

    Os corpos de Döhle são inclusões citoplasmáticas ovais, de coloração azul-acinzentada, formadas pela liquefação do retículo endoplasmático dos neutrófilos. Essas inclusões, geralmente localizadas na periferia das células, estão associadas a diversas condições, como, por exemplo, processos infecciosos e inflamatórios, queimaduras, gestação, uso de fatores estimulantes de colônia granulocítica e macrófagos (G-CSF e GM-CSF), além de síndromes mielodisplásicas (SMD).

    Sua presença no esfregaço sanguíneo frequentemente é acompanhada de outras alterações morfológicas, como granulações tóxicas, vacuolização citoplasmática e leucocitose. Portanto, quando observados juntamente com essas alterações, os corpos de Döhle se tornam um indicativo sensível de doenças infecciosas ou inflamatórias.

    Embora apresentem semelhanças morfológicas com os corpúsculos de May-Hegglin, os corpos de Döhle são inclusões transitórias e restritas aos neutrófilos, distinguindo-se pela associação com quadros reativos agudos.

    Alterações hematológicas comuns associadas aos corpos de Döhle incluem leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda e granulações tóxicas nos neutrófilos.

    COMO REPORTAR NO HEMOGRAMA: Presença de corpos de Döhle.

    Corpos de Döhle. Fonte: Cellwiki.

    CORPÚSCULO DE MAY-HEGGLIN

    Os corpúsculos de May-Hegglin são inclusões citoplasmáticas de coloração azulada, localizadas na parede celular dos neutrófilos, mas também podem ser observadas em eosinófilos e basófilos, embora sejam mais difíceis de identificar nestas células devido à densidade dos grânulos.

    Além disso, essas inclusões estão associadas a uma anomalia genética hereditária de caráter autossômico dominante, representando a destruição do retículo endoplasmático e contendo RNA. Sua presença está frequentemente relacionada à ocorrência de macroplaquetas, plaquetas gigantes e plaquetopenia.

    Embora geralmente assintomática e sem leucocitose ou desvio à esquerda, a condição pode predispor a processos hemorrágicos devido a um discreto defeito na função plaquetária, caracterizado pela deficiência de PF3. O diagnóstico é confirmado por imunofluorescência para NM MHC-IIA nos neutrófilos.

    COMO REPORTAR NO HEMOGRAMA: Presença de corpúsculo de May-Hegglin.

    May-Hegglin em esfregaço sanguíneo. Fonte: CellWiki.

    Para realizar uma diferenciação precisa entre os corpúsculos de Döhle e os corpúsculos de May-Hegglin, é crucial analisar o contexto clínico do paciente e não apenas as células isoladas. A interpretação deve considerar os achados laboratoriais em conjunto, levando em conta o quadro clínico do paciente.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.

    MELO, Márcio Antonio Wanderley; SILVEIRA, Cristina Magalhães da Laboratório de Hematologia – Teorias, Técnicas e Atlas. 1° Ed. 288p. 2015.

    NAOUM, F. A. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, 2010.

  • HEMOGRAMA NA MALÁRIA

    HEMOGRAMA NA MALÁRIA

    A malária é uma doença infecciosa grave, causada por protozoários do gênero Plasmodium. As quatro espécies responsáveis pela malária humana são Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. A transmissão ocorre principalmente através da picada de fêmeas do mosquito Anopheles, sendo a doença mais prevalente em regiões tropicais e subtropicais. 

    Estima-se que haja entre 300 a 500 milhões de casos anuais de malária no mundo, com quadros fatais frequentemente associados ao P. falciparum, embora outras espécies, como o P. vivax, também possam causar manifestações graves.

    Nos seres humanos, os parasitos da malária (na forma de esporozoítos) migram para o fígado, onde se desenvolvem e liberam outra forma chamada merozoíto. Os merozoítos, por sua vez, entram na corrente sanguínea e infectam as hemácias. Dentro das hemácias, os trofozoítos se multiplicam (os esquizontes) que causam o rompimento das células após 48 a 72 horas, liberando novos parasitos e reiniciando o ciclo de infecção. 

    Esse processo leva à destruição das hemácias e resulta em anemia hemolítica, que pode ser severa e até fatal. Essa enfermidade é uma das maiores causas de anemia em áreas endêmicas, já que o Plasmodium é um parasita intra-eritrocitário que destroi as hemácias.

    A malária pode apresentar uma variedade de sintomas, dos quais os mais comuns são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, que muitas vezes surgem de forma cíclica. O sinal clássico da doença é a febre periódica que reflete o ciclo de replicação do parasita no organismo. Muitos pacientes também apresentam náuseas, vômitos, fadiga e perda de apetite. 

    Nos casos mais graves, a malária pode levar a complicações sérias, incluindo comprometimento do sistema nervoso central, anemia severa, insuficiência renal, disfunção pulmonar, choque, coagulação intravascular disseminada, hipoglicemia, acidose metabólica e danos ao fígado.

    A suspeita de malária deve ser considerada quando o paciente apresenta febre (temperatura ≥37,5°C) e tem histórico de exposição a essas regiões, como residência ou viagens nas duas semanas que antecedem ao início dos sintomas. O diagnóstico precoce e preciso da malária é fundamental para o tratamento adequado e para a redução das taxas de morbimortalidade associadas à doença.

    ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:

    As alterações hematológicas na malária variam conforme a gravidade da infecção. 

    O método utilizado para a identificação de parasitas no sangue é o exame de gota espessa ou análise do esfregaço sanguíneo tradicional, que permite a detecção direta do parasita. O recomendado é que a coleta seja realizada preferencialmente durante a fase de calafrios ou logo após o paroxismo febril, quando a probabilidade de detecção do Plasmodium, especialmente o P. falciparum, é maior.

    Plasmodium sp. em esfregaço sanguíneo.

    No eritrograma, observa-se uma anemia geralmente com características normocíticas e normocrômicas, acompanhada de sinais de hemólise. Nos casos mais graves, essa anemia pode evoluir para uma hemólise intravascular intensa, com presença de policromatofilia e reticulocitose, indicando a produção aumentada de novas hemácias em resposta à destruição celular.

    A anemia causada pelo Plasmodium falciparum geralmente se instala cerca de 48 horas após o início da febre, em consequência da destruição das hemácias infectadas pelo parasita. Após o início do tratamento, observa-se um declínio do hematócrito, que ocorre devido à reidratação do paciente, restaurando o equilíbrio de líquidos no organismo.

    Além do quadro anêmico, a malária frequentemente provoca trombocitopenia, caracterizada pela redução no número de plaquetas no sangue. No entanto, a trombocitopenia não é considerada um biomarcador para avaliar a gravidade da infecção. Ademais, pode haver um aumento discreto no número de leucócitos e monócitos.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

    Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

    Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.

    Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

    GOMES, Andréia Patrícia et al. Malária grave por Plasmodium falciparum. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 23, p. 358-369, 2011.

  • SATELITISMO PLAQUETÁRIO

    SATELITISMO PLAQUETÁRIO

    O satelitismo plaquetário é um fenômeno raro observado em esfregaços de sangue anticoagulado com EDTA. Esse fenômeno ocorre exclusivamente in vitro e se caracteriza pela formação de “rosetas” de plaquetas ao redor de neutrófilos, podendo também envolver outras células sanguíneas, como eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.

    Satelitismo Plaquetário em Neutrófilos e Monócitos. Fonte: CellWiki.

    Embora o mecanismo exato do satelitismo plaquetário não seja totalmente compreendido, acredita-se que o EDTA, ao interagir com o sangue, modifica proteínas de membrana das plaquetas e dos neutrófilos. Isso expõe glicoproteínas que podem reagir com autoanticorpos do tipo IgG, especificamente direcionados contra o complexo glicoproteico IIb/IIIa (na membrana plaquetária) e o receptor Fc gama III (nos leucócitos). Esse fenômeno, então, resulta na aderência das plaquetas ao redor dos leucócitos, formando as rosetas visíveis ao microscópio.

    O fenômeno tende a se intensificar com o tempo de exposição ao EDTA e é mais ativo em temperaturas abaixo de 25°C. Além disso, observa-se maior frequência de satelitismo plaquetário em pacientes com condições autoimunes, doenças hepáticas e certos tipos de câncer, como a leucemia linfoide crônica.

    O satelitismo plaquetário pode provocar um efeito chamado pseudotrombocitopenia, isso porque as plaquetas aderidas aos leucócitos não são contadas corretamente na análise automatizada, o que pode resultar em uma contagem de plaquetas falsamente reduzida. Além disso, a interação pode resultar em fagocitose das plaquetas, o que também reduzirá seu número.

    Estudos mostram que a pseudotrombocitopenia pode ocorrer em aproximadamente 0,1% das contagens laboratoriais diárias de plaquetas. Em laboratórios maiores, que processam cerca de mil hemogramas diariamente, isso pode resultar em um caso de pseudotrombocitopenia a cada dia. 

    Embora pareça raro, esse fenômeno apresenta um risco clínico significativo, pois pseudotrombocitopenia pode induzir à realização de exames adicionais desnecessários e até a intervenções terapêuticas inadequadas, como transfusões e, em casos extremos, esplenectomias.

    Portanto, quando o satelitismo plaquetário é identificado, é possível corrigir a interferência de duas maneiras:

    • Aquecimento da amostra: Aquecer o sangue a 37°C por cerca de 30 minutos pode reduzir a aderência plaquetária.
    • Recoleta em citrato: Em casos mais persistentes, a recoleta da amostra utilizando citrato como anticoagulante (em vez de EDTA) e realizar a análise logo após coleta.

    No entanto, ao usar o citrato, é importante ajustar o valor obtido: deve-se multiplicar a contagem por 1,1, ou seja, adicionar 10% ao valor liberado pelo equipamento. Esse ajuste compensa a diluição causada pelo citrato, garantindo uma contagem de plaquetas mais precisa e confiável.

    Exemplo: Se o resultado das plaquetas emitido em citrato foi de 210 mil/mm³, deve-se multiplicar por 1,1 (210 x 1,1 = 231 mil/mm³). Resultado final a ser liberado no laudo: 231 mil/mm³.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.

    Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.

    Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.

    Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    PAYNE, B.; PIERRE, R. Pseudothrombocytopenia: a laboratory artifact with potentially serious consequences. Mayo Clin Proc, v. 59: 123-5, 1984.

    SOUZA, E. F. et al. SATELITISMO PLAQUETÁRIO–UMA CAUSA POUCO CONHECIDA DE PSEUDOTROMBOCITOPENIA. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 46, p. S157, 2024.

    VEGA, Benito; HERNÁNDEZ-CHAVARRÍA, Francisco. Tercer caso de satelitismo plaquetario en Costa Rica: Un fenómeno poco reportado. Revista Costarricense de Ciencias Médicas, v. 23, n. 1-2, p. 47-51, 2002.

  • MACROPLAQUETAS E PLAQUETAS GIGANTES

    MACROPLAQUETAS E PLAQUETAS GIGANTES

    Giulio Bizzozzero descreveu as plaquetas, como fragmentos citoplasmáticos derivados dos megacariócitos, em 1882. A função delas na hemostasia são bem estabelecidas, apesar de serem anucleadas. Sua morfologia e funcionalidade são influenciadas pelas características do megacariócito e o tamanho normal varia entre 1,5 e 3 µm, tamanhos maiores classificam-se como macroplaquetas ou plaquetas gigantes.

    As alterações no tamanho das plaquetas devem ser reportadas no hemograma, pois possuem correlações clínicas significativas.

    Macroplaquetas e Plaquetas Gigantes. Fonte: Cellwiki

    MACROPLAQUETAS:

    Macroplaquetas são plaquetas aumentadas, mas elas não são tão grandes quanto as plaquetas gigantes. Seu tamanho geralmente varia entre 3 e 7 µm, e sua presença está associada a diversas condições, como infarto do miocárdio, septicemia, gravidez, diabetes mellitus, hipertireoidismo, tuberculose, leucemia mieloide crônica e talassemia heterozigota.

    É preciso relatar essas macroplaquetas no hemograma quando ultrapassam 5% do total, pois indicam um aumento significativo no tamanho médio delas.

    Sugestão de como relatar: 

    • Presença de macroplaquetas.

    PLAQUETAS GIGANTES:

    Equipamentos automatizados geralmente identificam facilmente as plaquetas gigantes, que apresentam tamanho superior ao das hemácias, variando entre 10 e 20 µm. Nessa condição, o VPM pode ultrapassar 20fL.

    Essa alteração nas plaquetas pode estar presente em várias condições clínicas, como a síndrome de Bernard-Soulier, púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), anomalia de May-Hegglin e doenças mieloproliferativas. Em casos de mielofibrose, observa-se frequentemente uma quantidade elevada de plaquetas gigantes.

    É necessário reportar qualquer quantidade de plaquetas gigantes.

    Sugestão de como relatar: 

    • Presença de plaquetas gigantes.

    MACETE: A macroplaqueta é uma plaqueta grande, mas o seu tamanho é menor que o tamanho das hemácias. Já as plaquetas gigantes são maiores que as hemácias, levando em consideração o tamanho delas em condições normais.

    É válido ressaltar que estudos demonstraram associação entre o aumento no tamanho das plaquetas à hiperatividade plaquetária e a uma maior capacidade de agregação, devido à presença de grânulos densos. 

    Outrossim, esse perfil de plaquetas grandes pode causar a elevação do volume plaquetário médio (VPM), favorece a agregação plaquetária e facilita a formação de trombos, sendo considerado um fator de risco significativo para o infarto do miocárdio (IM) e para a obstrução arterial coronariana. 

    Além disso, plaquetas extremamente grandes e agregados plaquetários não apenas apresentam valores elevados de VPM, mas também podem estar acompanhados de contagens plaquetárias diminuídas.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, o mercado laboratorial valoriza um profissional especialista na área; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    FARIAS, Mariela Granero; DAL BÓ, Suzane. Importância clínica e laboratorial do volume plaquetário médio. Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v. 46, p. 275-282, 2010.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

  • CORREÇÃO DE LEUCÓCITOS TOTAIS NA PRESENÇA DE ERITROBLASTOS

    CORREÇÃO DE LEUCÓCITOS TOTAIS NA PRESENÇA DE ERITROBLASTOS

    Os eritroblastos são células imaturas, precursoras das hemácias, normalmente restritas à medula óssea, mas que podem ser observadas no sangue periférico em determinadas condições. A presença dessas células exige atenção dos analistas clínicos, uma vez que alguns equipamentos não conseguem quantificá-los separadamente, resultando na inclusão delas na contagem global de leucócitos, o que pode gerar falsas leucocitoses. Dessa forma, é necessário realizar a correção dos leucócitos totais na presença de eritroblastos.

    Eritroblastos. Fonte: Cell wiki.

    Essas células são consideradas relativamente fáceis de serem identificadas na microscopia, pois frequentemente aparecem como uma “hemácia nucleada”. No entanto, à medida que a célula se encontra em estágios mais imaturos, seu reconhecimento pode se tornar mais desafiador e exigir maior experiência por parte do analista clínico.

    A presença de eritroblastos e/ou reticulócitos na lâmina pode indicar distúrbios na eritropoiese, ou seja, no processo de produção de hemácias.

    Números elevados de eritroblastos em sangue periférico podem refletir uma atividade excessiva da medula óssea, geralmente ocorrendo como uma resposta compensatória, seja após uma perda aguda de sangue ou em resposta a condições patológicas, como anemias hemolíticas ou hemoglobinopatias. 

    No entanto essa presença também pode refletir um sinal positivo, como no tratamento para anemias hipoproliferativas, como na deficiência  de ferro

    Com o avanço tecnológico, alguns analisadores hematológicos têm conseguido detectar a presença de eritroblastos e incluir sua contagem nos resultados. Contudo, para os aparelhos que não possuem essa tecnologia de detecção específica, a presença de eritroblastos pode interferir nos resultados automatizados, aumentando erroneamente a contagem de leucócitos. 

    Isso ocorre porque, por serem células nucleadas, os eritroblastos são frequentemente contados como leucócitos pelos analisadores automáticos, mas precisamente como linfócitos.

    Nesses casos, é imprescindível realizar a correção da contagem global de leucócitos, de modo a garantir que o laudo final seja preciso e reflita corretamente o estado hematológico do paciente.

    Como realizar a correção:

    É válido ressaltar que é necessário fazer essa correção sempre que for visualizado número considerável de eritroblastos, geralmente quando superior a 10, outros locais corrigem quando superior a  5 em 100 células contadas.

    DICA DE CALCULADORA AUTOMÁTICA: https://calculadora.inml.com.br/

    O domínio sobre essas técnicas de contagem e correção é um componente chave para a excelência na prática hematológica e você precisa estar preparado para enfrentar esses desafios da rotina laboratorial.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

    Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.

    Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.

    Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.

    No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.

    Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.

    Referências:

    DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.

    BRITO JUNIOR, Lacy et al. Validação do analisador hematológico Mindray BC6000 para a contagem de eritroblastos em sangue periférico. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 58, p. e4422022, 2022.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.