Autor: Jaqueline

  • Reticulócitos: Marcadores essenciais na anemia

    Reticulócitos: Marcadores essenciais na anemia

    Os reticulócitos são uma das células precursoras das hemácias que desempenham um papel essencial na avaliação da eritropoiese, especialmente no contexto das anemias. Eles representam a última fase antes da maturação dos eritrócitos e são produzidos na medula óssea. Após entrarem na circulação, completam sua diferenciação em 1 a 2 dias. 

    Por ainda conterem resíduos de RNA ribossômico, os reticulócitos apresentam coloração azulada característica, chamada policromasia (Quando em colorações hematológicas de rotina), estes achados podem ser melhor evidenciados em colorações especiais, como o Azul de Cresil Brilhante. A presença dessas células no sangue periférico reflete a atividade de produção de novas hemácias, tornando os reticulócitos um marcador valioso para compreender a resposta da medula óssea frente à anemia, ou mesmo a resposta  ao tratamento. 

    Fonte: Laboratório de Hematologia – teorias, técnicas e atlas, 2020

    Importância da contagem de reticulócitos nas anemias:

    A contagem de reticulócitos é um exame bastante utilizado na investigação das anemias, pois permite avaliar a resposta da medula óssea na produção de novas hemácias. Esse exame auxilia na diferenciação entre anemias hipoproliferativas e regenerativas e é uma ferramenta valiosa para monitorar tratamentos, principalmente das anemias carenciais (tem resposta rápida), como a ferropriva (reposição de ferro) e megaloblástica (vitamina B12), além de avaliar a recuperação da eritropoiese após hemorragias e hemólise. 

    • Aumento dos reticulócitos: Indica uma resposta eritropoiética ativa, como ocorre em anemias hemolíticas, sangramentos agudos e recuperação de anemias ferropriva ou megaloblástica após reposição de nutrientes;
    • Diminuição dos reticulócitos: Sinaliza uma falha medular, comum em anemias aplásticas e nas fases iniciais das anemias ferropriva e megaloblástica, antes da adequada reposição de ferro ou vitaminas essenciais. 

    Técnica de coloração azul de cresil brilhante (Exemplo):

    Para a correta identificação dos reticulócitos, principalmente em quadros de anemia regenerativa, utiliza-se a coloração com azul de cresil brilhante. Esse método permite visualizar o RNA residual, garantindo maior precisão na contagem. O procedimento consiste em: 

    • Misturar 50 µL de sangue total (EDTA) com 50 µL de corante azul de cresil brilhante em um tubo de hemólise;  
    • Homogeneizar a amostra e incubar em banho-maria a 37°C por 15 minutos;  
    • Após a incubação, homogeneizar novamente, preparar o esfregaço na lâmina e deixar secar;  
    • Analisar em microscópio óptico com objetiva de imersão (1000X) e realizar a contagem. 

    Fonte: Laboratório de Hematologia – teorias, técnicas e atlas, 2020.

    Cálculo da contagem de reticulócitos:

    A contagem de reticulócitos é realizada analisando 1.000 hemácias no microscópio, geralmente distribuídas em cerca de cinco campos contendo aproximadamente 200 células cada. O número de campos analisados pode variar dependendo da condição clínica do paciente.

     
    Os principais cálculos utilizados na interpretação podem incluir: 

    • Percentual de reticulócitos = (Número de reticulócitos contados / 1000) × 100;
    • Contagem corrigida de reticulócitos (CCR) = Percentual de reticulócitos × (Hematócrito do paciente / Hematócrito padrão). Uso para hematócritos diminuídos;
    • Índice de produção de reticulócitos (IPR) = CCR / Tempo de maturação dos reticulócitos.
       

    Para calcular a CCR, considera-se um hematócrito padrão de 45% para homens adultos e 40% para mulheres adultas, adolescentes e crianças. Esses valores ajudam a avaliar se a produção de glóbulos vermelhos está adequada. 
    Entretanto, em casos de anemia grave, os reticulócitos podem permanecer mais tempo na circulação, exigindo um ajuste pelo tempo de maturação dos reticulócitos. Quanto mais baixo o hematócrito, maior o tempo necessário para os reticulócitos amadurecerem completamente.

    Fonte: Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos, 2016.  

    Esse ajuste é essencial para o cálculo do IPR, que reflete se a medula óssea está respondendo adequadamente à necessidade de novas hemácias.

    Exemplo prático:

    Uma paciente mulher adulta apresenta um hematócrito de 30% e um percentual de reticulócitos de 5%. Aplicando os cálculos: 

    CCR = 5% × (30% / 40%)     CCR = 5 × 0,75 = 3,75% 

    O tempo de maturação esperado para um hematócrito de 30% é de 2 dias. 

    IPR = 3,75 / 2 = 1,87 

    Um IPR acima de 3 indica uma resposta medular adequada, enquanto valores menores podem sugerir falha na produção de hemácias. No caso da paciente, o IPR de 1,87 sugere que a medula óssea ainda não está compensando totalmente a anemia, sendo necessária uma investigação adicional. 

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    Referências:

    SILVEIRA, Cristina Magalhães da. Laboratório de Hematologia: teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.  

    SILVA, Paulo Henrique da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed, 2016.  

    ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de hematologia. Atheneu, 2013. 

  • Plaquetograma: Importância e avanços na análise laboratorial 

    Plaquetograma: Importância e avanços na análise laboratorial 

    O plaquetograma é uma análise laboratorial fundamental para a avaliação quantitativa e qualitativa das plaquetas no sangue. De grande importância no diagnóstico de distúrbios da coagulação e outras condições hematológicas. Com os avanços da automação laboratorial, tornou-se possível obter resultados mais precisos e detalhados, reduzindo a interferência de erros humanos e otimizando a interpretação dos achados laboratoriais. 

    Automação no plaquetograma:

    A automação tem revolucionado a análise das plaquetas, proporcionando rapidez, confiabilidade e uma avaliação mais detalhada de suas características. Sistemas automatizados, como contadores hematológicos e analisadores de imagem, permitem uma contagem precisa, além sinalizarem possíveis alterações morfológicas.

    Macroplaquetas e plaquetas gigantes. Fonte: CellWiki. 

    Os principais parâmetros analisados incluem:

    • Plaquetas (PLT): Contagem total de plaquetas no sangue; 
    • Volume plaquetário médio (VPM): Indica o tamanho médio das plaquetas e auxilia na diferenciação de trombocitopatias; 
    • Distribuição do volume plaquetário (PDW): Avalia a variação do tamanho das plaquetas (anisocitose plaquetária); 
    • Plaquetas grandes (P-LCR): Percentual de plaquetas com volume elevado, importante para identificar alterações funcionais. 

    Cuidados na coleta e preparação de lâminas: 

    Embora a automação tenha aprimorado a análise plaquetária, a qualidade da amostra continua sendo um fator crítico. Pequenos erros na coleta e no manuseio do sangue podem comprometer os resultados. Alguns cuidados incluem: 

    1. Escolha do anticoagulante: O EDTA é o mais utilizado por preservar a morfologia celular, mas pode induzir agregados plaquetários em alguns pacientes;
    2. Homogeneização adequada: Evita distribuição desigual das plaquetas, agregados plaquetários e garante contagem precisa; 
    3. Confecção do esfregaço sanguíneo: Deve ser padronizada para garantir distribuição homogênea das células e evitar áreas de sobreposição ou escassez plaquetária. 

    Interpretação dos resultados:

    A interpretação dos parâmetros do plaquetograma requer conhecimento das interferências pré-analíticas e das variações fisiológicas e patológicas que afetam a contagem e morfologia das plaquetas. A avaliação não deve se limitar à contagem numérica, sendo necessária a análise de alterações como: 

    • Alterações na granulação; 
    • Presença de macroplaquetas e plaquetas gigantes
    • Presença de plaquetas dismórficas, indicativas de doenças hematológicas. 

    Ponto de vista prático (desafios e limitações):

    Embora a automação traga avanços significativos na análise do plaquetograma, ela não é isenta de desafios. O uso do EDTA, por exemplo, pode induzir agregados plaquetários, comprometendo a precisão da contagem e podendo gerar diagnósticos errôneos, como a pseudotrombocitopenia. Além disso, a presença de plaquetas gigantes ou dismórficas pode ser mal interpretada por alguns sistemas automatizados, exigindo a correlação com a análise microscópica. Assim, apesar das inovações tecnológicas, a qualidade da amostra e a expertise do profissional continuam sendo essenciais para resultados confiáveis. 

    Nenhuma tecnologia substitui o olhar crítico do profissional! 

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    Referências:

    NAOUM, Paulo Cesar; NAOUM, Flávio Augusto. Interpretação Laboratorial do Hemograma. São Paulo: Ciência News, 2010. 

    FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.

    MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Manual de Diagnóstico Laboratorial das Coagulopatias Hereditárias e Plaquetopatias. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 

    MONTEIRO, Leila. Valores de Referência dos Índices Plaquetários e Construção de Algoritmo para Liberação do Plaquetograma. Recife: Universidade de Pernambuco, 2017. 

  • HEMOGLOBINA: FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA CLÍNICA

    HEMOGLOBINA: FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA CLÍNICA

    A hemoglobina é uma metaloproteína fundamental para a oxigenação tecidual, localizada no interior das hemácias. Sua estrutura é composta por cadeias polipeptídicas, globinas associadas ao grupo heme contendo ferro, permitindo a ligação e o transporte eficiente do oxigênio dos pulmões para os tecidos, bem como a remoção do dióxido de carbono.  

    Além de sua função primordial no transporte gasoso, a hemoglobina desempenha um papel importantíssimo na homeostase e no equilíbrio ácido-base do organismo. Sua síntese e conformação estrutural são reguladas por fatores genéticos e fisiológicos, e alterações qualitativas ou quantitativas podem resultar em diversas doenças hematológicas.

    Suas funções principais são:

    • Transportar o oxigênio molecular dos pulmões aos tecidos;
    • Transportar o C02 dos tecidos para os pulmões;
    • Fazer o tamponamento sanguíneo com a finalidade de prevenir mudanças no pH (efeito Bohr).

    ESTRUTURA DA HEMOGLOBINA:

    Sua estrutura é formada de uma proteína esferoide, globular, composta por quatro cadeias de globina e quatro grupos heme (protoporfirina), aos quais está ligado o átomo de ferro, na forma ferrosa. É no átomo de ferro que se liga o oxigênio. 

    A Hb atua de forma cooperativa, ou seja,  a ligação de oxigênio a um grupo facilita a ligação nos demais, tornando o transporte de oxigênio eficiente.

    Fonte: Diagnóstico laboratorial das hemoglobinopatias. Ministério da saúde, 2024.

    HEMOGLOBINA NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO:

    A medição da hemoglobina no hemograma é essencial para identificar anemias, sendo este um distúrbio gerado por outro motivo (causa raiz). Assim através do quadro anêmico, é possível discorrer por diversas patologias, a exemplo das hemoglobinopatias, como a anemia falciforme e as talassemias. Essas condições resultam de mutações que afetam a estrutura ou produção da hemoglobina. 

    No hemograma, podemos avaliar a hemoglobina através do eritrograma, temos como exemplos de valores de referência: Homens adultos, situam-se entre 13,0 e 18,0 g/dL, enquanto para mulheres adultas, entre 12,0 e 15,5 g/dL. 

    O próprio hemograma, muitas vezes confere pistas para menor ou maior suspeita  da causa da anemia. Além de níveis elevados poderem sugerir policitemia, condição que também requer avaliação médica para identificar sua etiologia e orientar a terapêutica apropriada.

    Valores críticos, que exigem comunicação médica imediata, são:

    Fonte: PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade. Valores críticos no laboratório clínico – REV3.

    CONCLUSÃO:

    A hemoglobina é um componente essencial para a avaliação clínica, funcionando não apenas como transportadora de oxigênio, mas também como um marcador-chave no diagnóstico de diversas condições hematológicas. 

    A aplicação de técnicas laboratoriais avançadas permite identificar alterações quantitativas e qualitativas, auxiliando no diagnóstico precoce, no acompanhamento e na conduta adequada, garantindo um manejo mais preciso e eficaz dessas condições.

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    Referências:

    BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico laboratorial das hemoglobinopatias. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2024.

    OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: Como fazer e interpretar. –2.ed.– São Paulo: Red publicações, 2015.

    PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade. Valores críticos no laboratório clínico – REV3. Rio de Janeiro: PNCQ, 2022.

    SILVA, P. H. da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Artmed, 2016.

  • RESULTADOS CRÍTICOS NO HEMOGRAMA

    RESULTADOS CRÍTICOS NO HEMOGRAMA

    O hemograma é um dos exames laboratoriais mais requisitados na prática clínica, sendo essencial para a avaliação hematológica e o monitoramento de diversas condições. Alterações nos seus parâmetros podem indicar desde variações fisiológicas até emergências médicas, tornando sua interpretação um processo altamente criterioso.

    Diante da gravidade de determinados achados, o PNCQ (Programa Nacional de Controle de Qualidade) disponibiliza alguns resultados que exigem atenção absoluta dos profissionais de laboratório. 

    A comunicação desses resultados ao médico deve ser imediata, pois qualquer atraso pode comprometer a conduta clínica e colocar a vida do paciente em risco.

    ERITROGRAMA:

    Hematócrito: 

    • < 18 vol% 
    • > 61 vol%

    Quando o hematócrito está significativamente reduzido, a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue fica comprometida, levando à hipóxia tecidual. Por outro lado, quando ocorre um aumento excessivo há uma intensa hiperviscosidade sanguínea, alta resistência no fluxo circulatório e risco de insuficiência. 

    Hemoglobina:

    • < 6,6 g/dL 
    • > 19,9 g/dL

    Quando a hemoglobina está extremamente baixa, a capacidade do sangue de transportar oxigênio é severamente comprometida, resultando em hipóxia tecidual. Já um aumento excessivo da hemoglobina, assim como hematócrito acima de 61%, está associado à síndrome de hiperviscosidade.

    LEUCOGRAMA:

    Contagem de leucócitos:  

    • < 2.000 /µL 
    • > 37.000 /µL 

    Uma contagem total de leucócitos extremamente baixa representa um risco elevado de infecção, especialmente quando a contagem de granulócitos está abaixo de 500/µL (neutropenia grave). Por outro lado, uma contagem excessivamente alta pode indicar uma reação leucemoide—uma resposta exacerbada do organismo a uma infecção grave, como sepse, ou até mesmo sugerir a presença de uma neoplasia hematológica, como leucemia. 

    PLAQUETOGRAMA:

    Adultos: 

    • < 37.000 /uL 
    • > 910.000 /uL

    Uma contagem extremamente baixa de plaquetas representa um risco significativo de sangramento espontâneo e hemorragia grave. Já uma contagem excessivamente elevada aumentam o risco de eventos trombóticos.

    A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL

    Se você busca aprofundar seus conhecimentos sobre anisocitose e outras condições hematológicas, além de aprimorar suas habilidades analíticas, investir em uma pós-graduação é uma excelente opção.

    A Pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica foi desenvolvida para profissionais que desejam se destacar no mercado, com um conteúdo atualizado e voltado para a prática. Oferecemos aulas 100% online e ao vivo, com flexibilidade para conciliar com sua rotina. Nosso corpo docente é formado por especialistas renomados, referências nas suas áreas de atuação, garantindo uma formação de excelência.

    Com uma metodologia que integra teoria e prática, o curso proporciona uma imersão completa na rotina laboratorial, preparando você para ser uma referência no campo da hematologia.

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    Referências:

    PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE QUALIDADE (PNCQ). VALORES CRÍTICOS DE EXAMES LABORATORIAIS QUE NECESSITAM DE IMEDIATA TOMADA DE DECISÃO, EM ATENDIMENTO À RDC 786:2023 DA ANVISA. DISPONÍVEL EM: https://pncq.org.br/wp-content/uploads/2022/02/Valores-criticos-no-laboratorio-clinico-REV3.pdf. Acesso em 19 Fev. de 2025.

  • Ozempic e suas Alterações no Hemograma: O que observar?

    Ozempic e suas Alterações no Hemograma: O que observar?

    O Ozempic® (semaglutida) tem se destacado no tratamento do diabetes tipo 2 e na redução de peso, proporcionando controle glicêmico mais eficaz. Mas, além dos benefícios, seu uso pode influenciar parâmetros laboratoriais, especialmente na hematologia e na função renal. Essas alterações, mesmo sutis, podem impactar a interpretação dos exames e exigem acompanhamento atento.

    Efeitos do Ozempic® nos parâmetros hematológicos:

    Embora a semaglutida não afete diretamente o hemograma na maioria dos casos, seu impacto no metabolismo pode influenciar indiretamente a contagem celular e outros marcadores laboratoriais.

    1)  Variações na contagem de plaquetas e hemácias:
    Estudos indicam que a semaglutida pode interferir na absorção de ferro e vitamina B12, nutrientes essenciais para a eritropoiese. Isso pode resultar em anemia ferropriva e/ou megaloblástica, especialmente em pacientes com dietas restritivas ou histórico de deficiências nutricionais.

    2) Alterações na coagulação e função plaquetária:
    A semaglutida pode influenciar a viscosidade sanguínea e a agregação plaquetária, o que pode ser um fator de risco para pacientes que já fazem uso de anticoagulantes ou antiplaquetários. Estudos apontam que mudanças na função endotelial também podem ocorrer, reforçando a necessidade de acompanhamento dos testes de coagulação.

    3) Impacto da função renal no hemograma:
    A relação entre função renal e hematologia não pode ser ignorada. Pacientes com comprometimento renal apresentam maior risco de redução da eritropoietina, o que impacta diretamente a produção de glóbulos vermelhos. Monitorar esses parâmetros pode ajudar a evitar quadros de anemia associada à disfunção renal.

    MONITORAMENTO NECESSÁRIO:

    Diante dessas possíveis alterações, o acompanhamento laboratorial deve ser contínuo. Os principais exames que auxiliam na detecção precoce de complicações incluem:

    • Hemoglobina e hematócrito – Avaliação de possíveis quadros anêmicos;
    • Contagem de plaquetas – Monitoramento de alterações na coagulação;
    • Ferro sérico e vitamina B12 – Investigação de déficits nutricionais;
    • Função renal (Ureia, creatinina e taxa de filtração glomerular) – Análise do impacto da semaglutida na eritropoiese.

    O que dizem os estudos sobre o uso do Ozempic?

    Uma pesquisa publicada no Journal of Hematology (2022) apontou que pacientes tratados com semaglutida apresentaram variações sutis na contagem de hemácias e plaquetas, especialmente aqueles com deficiências nutricionais preexistentes.

    Outra pesquisa (Diabetes Care Review, 2020) destacou que a absorção de ferro e vitamina B12 pode ser prejudicada com o uso prolongado, aumentando o risco de anemia em determinados grupos de pacientes. No Journal of Cardiovascular Pharmacology (2019), pesquisadores relataram que a semaglutida pode alterar a função plaquetária e a coagulação sanguínea, especialmente em pacientes que já utilizam fármacos anticoagulantes.

    A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE LABORATORIAL

    A semaglutida tem benefícios inegáveis, mas suas possíveis influências laboratoriais não podem ser ignoradas. A avaliação criteriosa dos exames hematológicos permite detectar alterações precocemente, prevenindo complicações e garantindo a segurança do tratamento. Pequenos desvios nos resultados podem refletir alterações metabólicas significativas, tornando essencial uma análise precisa dos exames laboratoriais.

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    Referências:

    Gonçalves, S. A. et al. (2022). Impacto da semaglutida nos parâmetros hematológicos em pacientes com diabetes tipo 2. Journal of Hematology, 15(3), 112-118. 

    Pereira, M. A. et al. (2020). Efeitos adversos hematológicos do tratamento com semaglutida: uma revisão sistemática. Diabetes Care Review, 43(5), 245-250. Smith, J. R. et al. (2019). Efeitos do Ozempic® na função plaquetária e coagulação sanguínea. Journal of Cardiovascular Pharmacology, 74(2), 202-209.

  • Eritroblasto displásico: Você sabe reconhecer quando vê?

    Eritroblasto displásico: Você sabe reconhecer quando vê?

    Imagine o seguinte cenário: você está no seu plantão, concentrado na leitura de lâminas, quando algo chama sua atenção. Há presença aumentada de eritroblastos: Núcleo regular, de formato arredondado bem definido e possui cromatina bastante condensada. Dentre estas células, é perceptível que algumas ou raras são claramente eritroblastos, porém com morfologia totalmente incomum, ou seja é uma célula com displasia.

    Lâmina apresentando eritroblasto displásico (Divisão celular).

    O que é um eritroblasto displásico?

    Os eritroblastos são células precursoras dos eritrócitos (glóbulos vermelhos) e fazem parte do processo normal de eritropoiese na medula óssea. No entanto, quando há alterações morfológicas que fogem do padrão esperado, dizemos que há displasia.

    Um eritroblasto displásico pode apresentar:

    • Núcleo anômalo –  Bilobulado ou Hiperlobulado (mais de 1 núcleo), segmentado, em processo de mitose
    • citoplasma anormal – citoplasma e núcleo em estágios distintos de desenvolvimento, citoplasma com traços de divisão.

    Geralmente, encontramos essas células em condições hematológicas como síndromes mielodisplásicas (SMDs), anemias megaloblásticas e intoxicação por metais pesados.

    O que fazer ao encontrar um eritroblasto displásico?

    Ao identificar um eritroblasto displásico na lâmina, o analista clínico deve seguir algumas etapas essenciais:

    • Excluir interferentes pré-analíticos: Um exemplo comum é a presença de células com morfologia anormal quando a amostra está envelhecida, deve-se sempre avaliar o contexto para evitar citações erradas.
    • Presença de outros achados displásicos – Uma forma direta de reforçar a displasia dos eritroblastos, é pela presença de de outros achados displasia no esfregaço, seja na série vermelha, plaquetária ou leucocitária. 
    • quantificar o achado – Relatar no laudo a frequência da displasia. Independente de qual seja a displasia (1 ou mais), relatar “presença de displasia nos eritroblastos” (seguir padrão das observações do laboratório) 
    • Verificar histórico e dados clínicos do paciente – Algumas alterações podem ser transitórias ou induzidas por fatores externos, como quimioterapia ou deficiência de vitamina B12;

    O papel do analista clínico vai muito além de apenas “bater o olho” e contar células. Identificar um eritroblasto displásico pode ser o primeiro passo para um diagnóstico importante. Por isso, nunca subestime o poder da morfologia hematológica e do aprendizado constante.

    A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL

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    Referências:

    Dacie, J. V., & Lewis, S. M. (2017). Practical Haematology. 12th ed. Elsevier.

    Hoffbrand, A. V., Moss, P. A. H., & Pettit, J. E. (2019). Essential Haematology. 7th ed. Wiley Blackwell.

    Rodak, B. F., Fritsma, G. A., & Keohane, E. M. (2020). Hematology: Clinical Principles and Applications. 5th ed. Elsevier.

  • ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM TRAUMA AGUDO

    ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM TRAUMA AGUDO

    O trauma agudo, resultante de acidentes, quedas ou ferimentos penetrantes, é uma das principais emergências médicas. A avaliação rápida do paciente é essencial para definir o tratamento adequado. Entre os exames mais solicitados, o hemograma fornece informações importantes sobre o estado hematológico e a resposta do organismo ao trauma. Sua correta interpretação permite decisões ágeis e precisas, impactando diretamente o prognóstico do paciente.

    Alterações hematológicas em trauma agudo:

    1) Leucócitos: A contagem de leucócitos é uma das primeiras análises realizadas em pacientes traumatizados. A leucocitose é comum devido ao estresse físico agudo, trauma tecidual e ativação do sistema imunológico. Em contrapartida, traumas severos com risco de sepse podem apresentar leucopenia, reflexo do consumo excessivo de leucócitos ou mesmo a falência medular.

    2) Hemoglobina e Hematócrito (Hb e Ht): A queda destes parâmetros indica hemorragia aguda. A reposição volêmica com fluidos intravenosos evidencia essa redução nas primeiras horas.

    3) Plaquetas: A trombocitopenia está associada a sangramentos extensivos e ao risco de COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD). Já a trombocitose reativa pode ocorrer após o trauma, e sua persistência pode gerar complicações.

    4) Índices Hematológicos (VCM, HCM): O Volume Corpuscular Médio (VCM) costuma permanecer normal em hemorragias agudas. No entanto, uma resposta regenerativa pode levar ao aumento do VCM e HCM devido à liberação de reticulócitos.

    Possíveis achados em lâmina:

    • Desvio à esquerda e leucocitose: O aumento dos leucócitos com presença de formas imaturas ( metamielócitos, mielócitos, promielócitos) reflete uma resposta inflamatória intensa. A mobilização da medula óssea, evidenciada pela predominância de granulócitos  imaturos, pode ocorrer como resposta imediata ao trauma.
    • Alterações plaquetárias: A redução do número de plaquetas, associada à presença de plaquetas gigantes ou agregados plaquetários, é comum em traumas com sangramentos extensos e pode indicar CIVD.
    • Linfócitos atípicos e resposta imunológica: Linfócitos atípicos podem surgir em traumas complexos, indicando uma ativação imunológica exacerbada, frequentemente associada a infecções secundárias ou queimaduras extensas.
    • Eritropoiese regenerativa: A presença de reticulócitos e eritroblastos na lâmina indica um aumento na produção de hemácias pela medula óssea. Esse achado ocorre em resposta a perdas sanguíneas significativas ou hipóxia.

    A avaliação hematológica em pacientes com trauma agudo, por meio da análise detalhada do hemograma e da leitura de lâminas, é essencial para detectar algumas complicações. Embora o hemograma seja um exame fundamental na avaliação inicial, sua interpretação deve ser integrada a outros exames laboratoriais.

    Mais do que uma análise numérica, a interpretação dos achados hematológicos permite compreender o impacto clínico do trauma e otimizar o cuidado do paciente. Essa abordagem integrada favorece diagnósticos mais precisos e decisões terapêuticas eficazes, reforçando a colaboração ativa na equipe interdisciplinar.

    A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL

    Se você busca aprofundar seus conhecimentos sobre anisocitose e outras condições hematológicas, além de aprimorar suas habilidades analíticas, investir em uma pós-graduação é uma excelente opção.

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    Referências:

    Cunningham, R., et al. (2022). Platelet count alterations in trauma patients and its clinical impact. Journal of Trauma and Injury.

    Harvey, A., et al. (2020). The role of red blood cell indices in the acute management of trauma patients. British Journal of Haematology.

    Hoffman, C., et al. (2019). Reticulocyte count as a guide for blood transfusion in trauma care. American Journal of Hematology.

    Venn, K., et al. (2021). Hemoglobin and Hematocrit as Predictive Markers for Blood Transfusion Requirements in Trauma Patients. Trauma Surgery & Acute Care Open.

    Vogler, J., et al. (2020). Leukocytosis and its clinical implications in trauma patients: A review. Journal of Trauma & Acute Care Surgery. 

  • ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA – ADC

    ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA – ADC

    A anemia de doença crônica (ADC) é uma das manifestações hematológicas mais frequentes em pacientes com doenças inflamatórias persistentes. Caracteriza-se por uma resposta adaptativa do organismo diante de condições como infecções crônicas, doenças autoimunes e neoplasias, levando a alterações no metabolismo do ferro, na eritropoiese e na vida útil dos eritrócitos. Embora muitas vezes seja subdiagnosticada, a ADC pode impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, agravando o curso da doença de base.

    As principais condições associadas à ADC incluem infecções de longa duração, como tuberculose e HIV, doenças inflamatórias crônicas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, além de diversos tipos de neoplasias, incluindo linfomas e carcinomas. 

    Os sintomas da anemia da doença crônica (ADC) são, em grande parte, influenciados pela condição subjacente, mas podem agravar o quadro clínico geral. Fadiga, tontura, palidez cutâneo-mucosa, dispneia e comprometimento da função cognitiva são queixas comuns, afetando a qualidade de vida do paciente. A intensidade dos sintomas varia conforme a gravidade da anemia e da doença de base, tornando essencial uma abordagem individualizada no manejo clínico.

    CAUSAS E FISIOPATOLOGIA DA ADC:

    A anemia da doença crônica (ADC) é um distúrbio multifatorial que reflete alterações no metabolismo do ferro, na eritropoiese e na resposta imunológica inflamatória. Ressalva-se que a classificação de “doença crônica” não é suficiente para caracterizar esta anemia. O mecanismo da ADC é condicionado ao aumento de citocinas pró inflamatórias, gerando “aprisionamento” do ferro e menor absorção intestinal, redução da produção de eritropoietina ( além de menor resposta dos precursores eritroides a esse hormônio)

    Ao contrário da anemia ferropriva, onde há deficiência real de ferro, na ADC o ferro encontra-se sequestrado dentro das células do sistema fagocítico mononuclear, indisponível para a produção de hemoglobina. Esse processo é mediado por uma resposta inflamatória sustentada, que interfere na regulação da homeostase do ferro e compromete a produção de novos eritrócitos, resultando em um quadro de anemia normocítica e normocrômica na maioria dos casos.

    O papel das citocinas pró-inflamatórias, como interferona-γ (IFN-γ), fator de necrose tumoral α (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6), é central na fisiopatologia da ADC. Essas substâncias promovem o aumento da expressão do transportador DMT-1, favorecendo a captação de ferro pelos macrófagos, ao mesmo tempo em que reduzem a expressão da ferroportina, impedindo a liberação do ferro para a corrente sanguínea. 

    Além disso, a IL-6 estimula a síntese de hepcidina, um regulador chave do metabolismo do ferro, que bloqueia sua absorção intestinal e mobilização hepática, acentuando a restrição de ferro para a eritropoiese.

    Além da desregulação do ferro, a ADC também é marcada por uma resposta inadequada da medula óssea à anemia. A interferona-γ, em conjunto com IL-1, TNF-α e outras citocinas, inibe diretamente a proliferação das células progenitoras eritroides, além de reduzir a expressão dos receptores de eritropoetina, dificultando a estimulação da eritropoiese. 

    Essa complexa interação entre imunidade, metabolismo do ferro e hematopoiese torna a ADC um desafio diagnóstico e terapêutico, exigindo uma abordagem clínica criteriosa e individualizada.

    ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:

    A anemia da doença crônica (ADC) é frequentemente caracterizada por uma anemia normocítica e normocrômica, com níveis de hemoglobina variando entre 8 a 10 g/dL, o que representa uma forma leve a moderada da condição. É raro observar valores inferiores a 8 g/dL. O hematócrito geralmente fica entre 25% e 40%, enquanto o volume corpuscular médio (VCM) raramente cai abaixo de 75 fL. 

    Em situações menos comuns, pode-se encontrar casos de anemia microcítica-hipocrômica ou normocítica-hipocrômica, embora essas apresentações sejam exceções. 

    A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL

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    Referências:

    PERES, B. Anemia de doença crônica. Curso de Pós-Graduação em Hematologia Clínica e Laboratorial da Academia de Ciência e Tecnologia, de São José do Rio Preto/SP, 2021.

    DE CARVALHO, Miriam Corrêa; BARACAT, Emílio Carlos Elias; SGARBIERI, Valdemiro Carlos. Anemia ferropriva e anemia de doença crônica: distúrbios do metabolismo de ferro. Segurança alimentar e nutricional, v. 13, n. 2, p. 54-63, 2006. 

    MELO, Estefane Ribeiro et al. Anemia da doença crônica: uma revisão da fisiopatologia, do diagnóstico e do tratamento. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 12, p. 98941-98947, 2020.

  • ANISOCITOSE

    ANISOCITOSE

    Dentre essas alterações, a anisocitose se destaca como um achado relevante, refletindo a heterogeneidade no volume das hemácias, podendo estar associada a diversas condições clínicas. Este achado, muitas vezes revelador, pode sinalizar desde anemias comuns até condições mais complexas. Compreender seu significado e a importância de uma análise criteriosa é essencial para profissionais da área laboratorial. 

    O QUE É A ANISOCITOSE?

    A anisocitose refere-se à variação no tamanho das hemácias (células vermelhas do sangue), e é identificada no hemograma por meio do índice RDW (Red Cell Distribution Width – Largura de Distribuição das Hemácias).

    Quando o RDW está elevado, significa que há uma grande diferença no tamanho das hemácias, o que pode estar associado a diferentes tipos de anemias e outras condições hematológicas. Esse parâmetro é um dos primeiros sinais que deve ser observado quando há necessidade de investigar possíveis distúrbios sanguíneos.

          Esfregaço sanguíneo com presença de anisocitose. Fonte: GECH

    Vale destacar que o RDW não deve ser avaliado isoladamente. Sua interpretação precisa ser feita em conjunto com outros parâmetros, como o VCM (Volume Corpuscular Médio), para um diagnóstico mais preciso e assertivo.

    PRINCIPAIS CAUSAS DA ANISOCITOSE:

    A anisocitose pode ser observada em várias condições clínicas, as principais causas são:

    • Anemia ferropriva: Nos primeiros estágios, as hemácias podem variar de tamanho, resultando em um aumento do RDW;
    • Anemia megaloblástica: A deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico causa macrocitose, com grande variação no tamanho das células vermelhas;
    • Anemia mista: Quando há deficiência combinada de ferro e vitamina B12, o RDW tende a ser ainda mais elevado devido à presença de hemácias microcíticas e macrocíticas no mesmo paciente;
    • Síndromes mielodisplásicas: Alterações na hematopoiese (formação das células sanguíneas) levam à produção desorganizada de hemácias, resultando em células de tamanhos irregulares;
    • Transfusões sanguíneas recentes: A introdução de hemácias de tamanhos variados pode causar um aumento temporário do RDW.

    O PAPEL DO ANALISTA CLÍNICO NA IDENTIFICAÇÃO DA ANISOCITOSE

    A interpretação correta do hemograma é crucial para garantir diagnósticos precisos. Além dos índices hematimétricos, o esfregaço sanguíneo desempenha um papel fundamental, pois permite observar a morfologia das hemácias e identificar variações no tamanho e formato celular.

    Quando o RDW está elevado, o analista clínico deve estar atento a outros possíveis achados que podem indicar a causa da alteração. Isso é essencial para evitar conclusões precipitadas, que poderiam comprometer o diagnóstico médico.

    Ao liberar os laudos, deve ser considerado não apenas os resultados laboratoriais, mas também o contexto clínico do paciente. Variações hematológicas podem ser fisiológicas em algumas situações, como durante a gestação, e é fundamental saber diferenciá-las de alterações patológicas.

    A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL

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    Referências:

    FERRAZ, Vanessa Müller et al. Análise da amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW-CV e RDW-SD) em diferentes intervalos de volume corpuscular médio (VCM). Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 43, p. S418-S419, 2021.

    CUNHA, Andrezza Cristina Cancian Hortolani et al. Red Blood Cell Distribution Width (RDW) as a prognostic marker for COVID-19: A literature review. Research, Society and Development, v. 10, n. 9, p. e51810918377-e51810918377, 2021.

    DE CARVALHO, Francielle Vieira. Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico na anemia megaloblástica: revisão bibliográfica, 2021.

  • TROMBOCITOPOIESE

    TROMBOCITOPOIESE

    A trombocitopoiese é o processo responsável pela formação e renovação das plaquetas, estruturas anucleadas derivadas do citoplasma do megacariócito. As plaquetas desempenham papel essencial na hemostasia primária, promovendo a adesão e agregação plaquetária, e na hemostasia secundária, interagindo com os fatores de coagulação. 

    Além disso, estão envolvidas em processos trombóticos e podem ser responsáveis por patologias quando há variações quantitativas ou funcionais. Em condições fisiológicas, seu número permanece estável, variando entre 150.000 e 450.000 plaquetas/µL, com uma taxa de renovação diária de aproximadamente 35.000 plaquetas/µL.

    A produção de plaquetas se inicia no saco vitelínico durante a embriogênese, passando para o fígado fetal e, posteriormente, estabelecendo-se na medula óssea. Esse processo é derivado da célula-tronco hematopoiética da linhagem mieloide, que origina a unidade formadora de eritrócitos e megacariócitos. A diferenciação segue para a célula BFU-Meg (burst-forming unit megakaryocyte), responsável por sustentar a produção plaquetária, evoluindo para a unidade formadora de megacariócitos (CFU-MK) e, em seguida, para as fases de maturação do megacariócito.

    Os megacariócitos passam por diferentes estágios de desenvolvimento na medula óssea. 

    • O megacariócito estágio I, ou megacarioblasto, representa 20% das células megacariocíticas, caracterizando-se por um núcleo único com cromatina homogênea e citoplasma basofílico. 
    • O megacariócito estágio II compõe cerca de 25% da população megacariocítica e apresenta um núcleo lobulado e citoplasma mais granulado. 
    • Já os megacariócitos estágios III e IV são células volumosas, com grande citoplasma e uma relação núcleo/citoplasma bastante reduzida, sendo responsáveis pela produção final das plaquetas.

    Megacariócito. Fonte: Atlas del GECH.

    Um aspecto único da trombocitopoiese é a endomitose, um processo de divisão celular no qual ocorre duplicação do DNA sem citocinese. Esse mecanismo resulta em células poliploides, podendo alcançar até 64n. O aumento da ploidia acompanha a expansão do citoplasma, essencial para a liberação das plaquetas. Inicialmente, acreditava-se que as plaquetas se formavam a partir de um sistema de demarcação de membranas, mas evidências atuais indicam que esse processo ocorre por meio da formação de pró-plaquetas. Durante essa fase, o citoplasma do megacariócito emite prolongamentos, chamados pseudópodos, que se afinam progressivamente até liberarem plaquetas funcionais. Após esse evento, o corpo celular residual do megacariócito sofre apoptose.

    Liberação de plaquetas pelo megacariócito. Fonte: Portal Lab.

    TROMBOPOIETINA:

    Cada megacariócito é capaz de originar entre 1.000 e 5.000 plaquetas. Esse processo é regulado por uma série de fatores, sendo a trombopoietina (TPO) o principal regulador. 

    A produção de TPO ocorre de maneira constitutiva e sua concentração plasmática é determinada pelo número de plaquetas circulantes. Quanto menor a contagem plaquetária, maior a disponibilidade de TPO livre para estimular a proliferação e diferenciação de megacariócitos na medula óssea.

    Além da TPO, outras citocinas também influenciam a trombocitopoiese, incluindo interleucina-3 (IL-3), fator estimulante de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF), interleucina-6 (IL-6), interleucina-11 (IL-11) e fator inibidor de leucemias (LIF). No entanto, nenhum desses fatores isoladamente exerce um impacto significativo na produção de plaquetas, sendo a TPO o principal mediador desse processo. 

    Além de sua função na trombocitopoiese, a TPO apresenta uma forte homologia com a eritropoietina, atuando sinergicamente para expandir progenitores eritroides e estimular a eritropoiese.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada

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    Referências:

    BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: Um guia prático. 5° ed. Artmed. 2016. 

    FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.

    OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: Como fazer e interpretar. –2.ed.– São Paulo: Red publicações, 2015.

    NAOUM, F. A. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, 2010.

  • ANEMIA NA GESTAÇÃO

    ANEMIA NA GESTAÇÃO

    A gestação é um período de intensas transformações fisiológicas no organismo materno, essenciais para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado do feto. Entre essas mudanças, destaca-se o aumento da hematopoese, acompanhado de uma maior demanda por ferro. No entanto, quando essa necessidade não é suprida de forma adequada, o risco de desenvolver anemia ferropriva cresce consideravelmente, tornando essa condição uma preocupação frequente na saúde materno-infantil.

    A anemia afeta aproximadamente um quarto da população mundial e é considerada um problema global de saúde pública. Sua etiologia é multifatorial e quando desenvolvida na gestação pode causar sérias consequências para a mãe e o feto. 

    O risco de hemorragias, infecções, parto prematuro e até mortalidade materna e perinatal aumenta significativamente. Além disso, o bebê pode nascer com baixo peso, o que pode comprometer seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida.

    COMO A ANEMIA SE DESENVOLVE:

    Entre essas mudanças fisiológicas que ocorre na mãe, há uma expansão significativa do volume sanguíneo, que pode aumentar em até 50% por volta da 30ª semana, impulsionada pela ação do estrogênio e da progesterona, sob influência do sistema renina-angiotensina-aldosterona. 

    No entanto, a massa de eritrócitos acompanha esse aumento de forma desproporcional, crescendo apenas entre 20% e 30%. Esse descompasso leva a uma redução da viscosidade sanguínea e da resistência vascular periférica, ao mesmo tempo em que eleva o débito cardíaco.

    Durante a gestação, a proporção de plasma em relação às células sanguíneas se torna maior, resultando em um fenômeno conhecido como hemodiluição. Esse processo ocorre devido à expansão desproporcional do volume plasmático em comparação ao aumento da massa eritrocitária, levando à redução dos níveis de hemoglobina e hematócrito. Como consequência, é comum que muitas gestantes apresentem um quadro de pseudoanemia.

    O aumento da volemia durante a gravidez não ocorre de maneira uniforme para todas as mulheres, pois depende de fatores como o tamanho do bebê e a quantidade de fetos gestados. Em gestações gemelares ou múltiplas, essa expansão volumétrica tende a ser ainda maior.

    PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA:

    Eritrograma

    • Aumento do volume corpuscular médio (VCM).
    • Pode haver a presença de esferócitos, policromatofilia e reticulocitose leve.
    • Em casos de anemia ferropriva, os eritrócitos apresentam-se microcíticos e hipocrômicos.
    • Em casos de deficiência de vitamina B12 ou folato, ocorre anemia macrocítica, podendo haver hipersegmentação dos neutrófilos.

    Plaquetograma

    • Redução de 10% a 30% na contagem de plaquetas.
    • Geralmente assintomático, sem repercussões clínicas significativas.

    Leucograma

    • Leucometria variável.
    • Neutrofilia mínima a considerável, como parte da resposta fisiológica à gestação.
    • Presença de corpos de Döhle e granulações grosseiras nos neutrófilos.
    • Desvio à esquerda leve, com presença de 1% a 5% de mielócitos e/ou metamielócitos, sendo considerado normal para o período gestacional.

    A liberação de laudos para gestantes requer um cuidado ainda mais minucioso, considerando não apenas os resultados dos exames, mas também o histórico clínico e as particularidades fisiológicas da gestação. Muitas alterações hematológicas são esperadas nesse período, e interpretá-las corretamente é essencial para evitar diagnósticos equivocados. 

    Antes de iniciar qualquer suplementação de ferro, é indispensável a realização de exames complementares que confirmem a deficiência, uma vez que a administração desnecessária desse mineral pode trazer prejuízos à saúde materno-fetal.

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    Referências:

    BRINCKMANN, Isabela Abreu et al. Anemia na gestação. Promoção e proteção da saúde da mulher ATM 2024/2. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina, 2022. p. 29-46, 2022.

    GALDINO, Renata Gabrielly Santana Lira Gomes; DA SILVA, Jannieres Darc. Anemia ferropriva na gestação uma revisão da literatura. Revista Multidisciplinar do Sertão, v. 5, n. 1, p. 64-72, 2023.

    DE FREITAS, Milleny Duarte et al. Anemias na gestação. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 1, p. 241-255, 2024.

  • ALTERAÇÕES NA COAGULAÇÃO POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA K

    ALTERAÇÕES NA COAGULAÇÃO POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA K

    A vitamina K é um micronutriente lipossolúvel essencial para o funcionamento adequado do sistema de coagulação sanguínea. Sua principal função é atuar como cofator na síntese e ativação dos fatores de coagulação II (protrombina), VII, IX e X, além das proteínas anticoagulantes C e S, que são produzidas no fígado. Essa participação é fundamental para o equilíbrio hemostático do organismo, prevenindo eventos hemorrágicos potencialmente fatais.

    A absorção da vitamina K ocorre principalmente no intestino delgado e é influenciada pela presença de sais biliares, sendo transportada pelo sistema linfático até o fígado, onde exerce sua principal função. A forma K1 (filoquinona) é obtida principalmente por meio da dieta, sendo abundante em vegetais de folhas verdes, enquanto a forma K2 (menaquinona) é sintetizada por bactérias da microbiota intestinal e encontrada em alimentos fermentados e derivados de origem animal. 

    No entanto, alguns fatores podem comprometer a disponibilidade dessa vitamina no organismo, como doenças hepáticas, distúrbios de absorção intestinal e o uso de certos medicamentos, como antibióticos e anticoagulantes cumarínicos.

    Em recém-nascidos, a deficiência de vitamina K é um problema clínico preocupante, pois esses indivíduos apresentam baixos estoques ao nascimento, uma microbiota intestinal imatura e uma ingestão limitada dessa vitamina pelo leite materno. 

    Essa condição pode levar a sangramentos graves, como a doença hemorrágica do recém-nascido, que, se não tratada, pode resultar em sequelas neurológicas permanentes ou até mesmo óbito. 

    O armazenamento de vitamina K no organismo neonatal é limitado, representando apenas um quinto das reservas presentes em indivíduos adultos, e sua rápida depleção após o parto aumenta o risco de eventos hemorrágicos, especialmente em recém-nascidos alimentados exclusivamente com leite materno, que não fornece quantidades adequadas dessa vitamina. Esse risco é ainda mais acentuado em prematuros, uma vez que seu desenvolvimento hepático e a capacidade de síntese dos fatores de coagulação estão ainda mais imaturos, tornando-os propensos a hemorragias graves nos primeiros dias de vida.

    Diante desse risco, a Academia Americana de Pediatria recomenda, desde 1961, a administração profilática de vitamina K intramuscular logo após o nascimento.

    PRINCIPAIS ALTERAÇÕES:

    Clinicamente, a deficiência de vitamina K se manifesta por uma tendência a sangramentos espontâneos e profusos, que podem ocorrer em diferentes locais, como pele, trato gastrointestinal, cordão umbilical e, em casos mais graves, no sistema nervoso central. 

    Os exames de coagulação revelam um prolongamento do tempo de protrombina (TP), enquanto o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) permanece dentro da normalidade. 

    Esse achado se deve à alta sensibilidade do TP à redução dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K, especialmente o fator VII, que possui a meia-vida mais curta entre eles e é o primeiro a ser impactado. 

    Geralmente, a hemoglobina e a contagem leucocitária permanecem dentro da normalidade, o INR é elevado e há deficiência de diversos fatores.

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    Referências:

    NAOUM, Flavio Augusto. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, v. 220, 2010.

    DÔRES, Sílvia Maria Custódio das; PAIVA, Sergio Alberto Rupp de; CAMPANA, Alvaro Oscar. Vitamina K: metabolismo e nutrição. Revista de Nutrição, v. 14, p. 207-218, 2001.

    LÓPEZ CANDIANI, Carlos et al. Enfermedad hemorrágica por deficiencia de vitamina K. 2019.

    CAÑAS, Melissa et al. Hemorragia por Deficiencia de Vitamina K en recién nacido. Revista médica (Colegio de Médicos y Cirujanos de Guatemala), v. 161, n. 2, p. 210-212, 2022.

    FARIA, Diana Prazeres Pais de. A importância clínica da vitamina K. 2023. Tese de Doutorado.

  • HEMOGRAMA EM INFECÇÕES BACTERIANAS

    HEMOGRAMA EM INFECÇÕES BACTERIANAS

    O hemograma é um exame laboratorial amplamente utilizado para avaliar a saúde geral do paciente e identificar alterações relacionadas a diversas condições clínicas. Em infecções bacterianas, ele se torna uma ferramenta muito útil, pois reflete as respostas do sistema imunológico frente à presença desses agentes patogênicos bem como a gravidade da condição. 

    A resposta do organismo a uma infecção bacteriana é mediada por um complexo sistema de defesa que envolve tanto a imunidade inata, com rápida ativação de neutrófilos e monócitos, quanto a imunidade adquirida, que proporciona respostas mais específicas ao patógeno. Essas respostas imunológicas resultam em mudanças significativas no hemograma, como o aumento da contagem de neutrófilos, a presença de granulações grosseiras e algumas outras alterações na morfologia celular.

    De forma geral, durante o percurso da bactéria para causar a infecção, o organismo ativa mecanismos de defesa que envolvem a ação de neutrófilos e monócitos, especializadas na fagocitose. Essas células não atuam isoladamente, pois contam elas com o suporte do sistema complemento e de diversas citocinas capazes de potencializar e/ou ativar outros processos de defesa. Além disso, elas possuem múltiplas funções, sendo uma delas a indução da febre, um mecanismo de proteção do organismo. 

    A elevação da temperatura corporal causada pela febre promove a desnaturação de proteínas bacterianas, comprometendo sua função e contribuindo para o combate à infecção. Esse processo, embora complexo e multietapas, é essencial para a contenção do agente infeccioso.

    Além de alterações no hemograma, mudanças na produção de proteínas de fase aguda, como a proteína C-reativa (PCR), são observadas. A PCR atinge níveis elevados entre o 2º e o 5º dia da infecção, mas pode diminuir antes que o processo inflamatório seja completamente resolvido.

    Alterações no Hemograma Durante Infecções Bacterianas

    As infecções bacterianas causam alterações que variam de acordo com a fase da infecção:

    1. Fase Inicial:
      • Ocorre leucopenia (diminuição dos leucócitos), devido ao recrutamento de neutrófilos para o local da infecção.
    2. Segunda Fase:
      • A produção de citocinas estimula a medula óssea, resultando em um aumento da contagem de neutrófilos e gerando leucocitose.
      • Um desvio à esquerda pode ser observado, indicando a liberação de formas mais jovens de neutrófilos, como bastonetes, no sangue periférico.

    Diante da gravidade da infecção bacteriana, o hemograma pode revelar alterações específicas que ajudam no diagnóstico e na avaliação do quadro:

    • Granulações Grosseiras
    • Corpos de Döhle
    • Vacuolizações Citoplasmáticas
    • A contagem de linfócitos torna-se variável, podendo apresentar reatividade

    Hipergranulações grosseiras em Neutrófilos. Fonte: CellWiki

    Embora o hemograma não seja capaz de diagnosticar, por si só, uma infecção bacteriana, ele é uma ferramenta extremamente útil no auxílio à avaliação clínica. Quando interpretado em conjunto com o quadro clínico do paciente e outros exames complementares, como cultura microbiológica e marcadores inflamatórios, o hemograma contribui significativamente para a identificação do estágio e da gravidade da infecção, orientando o diagnóstico e o manejo adequado do caso.

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    Referências:

    BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: Um guia prático. 5° ed. Artmed. 2016. 

    FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.

    OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: Como fazer e interpretar. –2.ed.– São Paulo: Red publicações, 2015.

    NAOUM, F. A. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, 2010.

  • ANEMIA MEGALOBLÁSTICA

    ANEMIA MEGALOBLÁSTICA

    A anemia é uma condição clínica caracterizada pela redução da concentração de hemoglobina, com consequente redução ou do número de eritrócitos e hematócrito (isso não é regra) no sangue, resultando em um comprometimento da capacidade de transporte de oxigênio aos tecidos. Essa diminuição pode ser influenciada por diversos fatores, como idade, sexo e até mesmo a localização geográfica do paciente.

    O transporte eficiente de oxigênio é essencial para o metabolismo celular, e qualquer alteração na quantidade ou qualidade dos glóbulos vermelhos pode levar a sintomas como fadiga, palidez e dificuldade de concentração, impactando significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

    Dentre as diversas classificações de anemia, a anemia megaloblástica representa a principal causa de macrocitose e decorre, predominantemente, da deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. 

    FISIOPATOLOGIA:

    Tanto a vitamina B12 como o ácido fólico são essenciais para a síntese do DNA, atuando como cofatores na formação da timina, uma das bases nitrogenadas fundamentais para a replicação celular. 

    A deficiência desses nutrientes resulta em uma divisão celular deficiente, ocasionando uma produção ineficaz de eritrócitos em assincronia entre a maturação nuclear e o desenvolvimento citoplasmático, levando à produção de eritrócitos macrocíticos e disfuncionais, fator determinante na fisiopatologia da doença. 

    Além das deficiências nutricionais, a anemia megaloblástica pode ser desencadeada pelo uso de determinados medicamentos que interferem na síntese de DNA, como agentes citotóxicos utilizados na quimioterapia e fármacos que afetam o metabolismo do ácido fólico, a exemplo do metotrexato e trimetoprim. 

    MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

    A anemia megaloblástica pode apresentar uma ampla variedade de sinais e sintomas, refletindo a complexidade da deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico no organismo. 

    Entre os sintomas mais comuns, destacam-se a fadiga intensa, astenia, perda de apetite, dores abdominais, náuseas e diarreia. Além disso, manifestações orais, como glossite dolorosa, sensação de queimação na língua e úlceras na cavidade oral e faringe, são frequentemente observadas.

    Alterações dermatológicas, como palidez cutânea, queda de cabelo e ressecamento da pele, também podem estar presentes. Em gestantes, a deficiência desses nutrientes está associada a complicações obstétricas, incluindo parto prematuro e malformações fetais, enquanto em crianças, o déficit pode ocasionar atraso no crescimento e na maturação puberal.

    A deficiência de vitamina B12 apresenta manifestações clínicas variadas, que podem oscilar de formas leves a quadros graves. O quadro típico inclui anemia megaloblástica associada a sintomas neurológicos, sendo a tríade composta por fraqueza, glossite e alterações neurológicas. As complicações podem envolver alterações neuropsiquiátricas, neuropatia óptica, neuropatia sensitivo-motora e autonômica.

    Na deficiência de folatos, os principais sintomas incluem glossite com dor, ardência e aspecto avermelhado da língua, queilite, diarreia, perda de apetite e anemia megaloblástica, semelhante à causada pela deficiência de vitamina B12. Contudo, diferentemente da carência de vitamina B12, a deficiência de ácido fólico não provoca manifestações neurológicas, pois o sistema nervoso do adulto não depende desse nutriente.

    ACHADOS LABORATORIAIS:

    Trata-se de uma anemia macrocítica e normocrômica, evidenciada por: 

    • Aumento do volume corpuscular médio (VCM)
    • Valores normais de hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
    • Aumento do índice de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW)
    • Redução da contagem de reticulócitos

    O esfregaço sanguíneo revela alterações morfológicas dos eritrócitos, como macro-ovalócitos, além de graus variados de anisocitose e poiquilocitose, com a presença de dacriócitos, anéis de Cabot, corpúsculos de Howell-Jolly e eritroblastos dependendo da gravidade da anemia. 

    Um achado característico e precoce no leucograma é a presença de neutrófilos hipersegmentados, que permite a diferenciação da anemia macrocítica não megaloblástica e pode ser detectado antes mesmo do aparecimento da macrocitose e da anemia.

    Além disso, a doença frequentemente cursa com pancitopenia, caracterizada pela redução global das hemácias, leucócitos e plaquetas, cuja intensidade tende a se agravar conforme a progressão e cronicidade do quadro clínico.

    Esfregaço sanguíneo com hemácias macrocíticas.

    DIAGNÓSTICO:

    O diagnóstico da anemia megaloblástica é feito pela avaliação clínica dos sintomas em conjunto com exames laboratoriais, como hemograma, dosagem de vitamina B12 e ácido fólico. Em quadros típicos, o mielograma geralmente não é necessário, sendo indicado apenas em casos de dúvida diagnóstica ou suspeita de outras doenças hematológicas.

    Além disso, a dosagem de homocisteína e ácido metilmalônico auxilia na confirmação da doença, pois na deficiência de vitamina B12, seus níveis plasmáticos estão geralmente elevados. 

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    Referências:

    DE PAZ, Raquel; CANALES, Miguel A.; HERNÁNDEZ-NAVARRO, Fernando. Anemia megaloblástica. Medicina clínica, v. 127, n. 5, p. 185-188, 2006.

    GONZÁLEZ-MARTÍNEZ, Karen Itzel; FARELL-RIVAS, Jorge; BAUTISTA-PIÑA, Verónica. Anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B 12. Medicina Interna de México, v. 32, n. 3, 2016.

    POLETTO, Erica Regina; NAOUM, Paulo Cesar. Anemia megaloblástica. Ciencia Latina, v. 1, 2019.

    MONTEIRO, Mirella Dias et al. Anemia megaloblástica: revisão de literatura. Revisa Saúde em foco–edição n, 2019.

  • FATORES DE CRESCIMENTO DA HEMATOPOIESE

    FATORES DE CRESCIMENTO DA HEMATOPOIESE

    A hematopoese, processo responsável pela formação e renovação das células sanguíneas, é rigorosamente regulada por uma complexa interação entre células e fatores solúveis presentes nos microambientes hematopoéticos. 

    Esses microambientes, conhecidos como nichos hematopoéticos, fornecem as condições ideais para que as células-tronco e progenitoras sobrevivam, proliferem e se diferenciem em células maduras do sangue. 

    Os fatores de crescimento hematopoéticos, que são glicoproteínas secretadas pelas células estromais, desempenham um papel essencial nesse processo, agindo por meio de sinais específicos que ativam receptores na superfície celular, garantindo uma regulação precisa e adaptável às necessidades do organismo.

    Esses fatores de crescimento atuam de maneira versátil, podendo promover tanto a manutenção da viabilidade das células-tronco quanto a diferenciação funcional de células especializadas, dependendo da combinação de citocinas envolvidas.

    A interação desses fatores pode ocorrer de forma a permitir a proliferação e diferenciação de células que, sem estímulo, permaneceriam em estado de quiescência ou até mesmo morreriam. Além disso, eles podem agir em sinergismo para impulsionar o crescimento de subpopulações específicas de células precursoras, contribuindo para a homeostase e renovação contínua do sistema hematopoético.

    ATUAÇÃO DOS FATORES NA FASE EMBRIONÁRIA:

    Durante o estágio embrionário, o microambiente hematopoético da região AGM (aorta-gônada-mesonefro) desempenha um papel crucial na expansão das células-tronco hematopoéticas (CTHs) e na formação de precursores. 

    Esse ambiente é caracterizado pela presença de fatores de crescimento específicos, como a BMP-4 (Bone Morphogenetic Protein-4), pertencente à família do TGF-β, o fator neurotrófico β-NGF (β-Nerve Growth Factor) e a quimiocina MIP-Υ (Macrophage Inflammatory Protein-Υ).

    À medida que o desenvolvimento fetal progride, o fígado fetal também participa da manutenção da autorrenovação e expansão dessas células, sendo a angiopoetina 2 e 3 e a IGFBP-2 (Insulin Growth Factor Binding Protein-2) os principais reguladores desse processo.

    FATORES DA MIELOPOESE:

    A regulação da mielopoese, responsável pela formação de hemácias, granulócitos, monócitos e megacariócitos, envolve a ação coordenada de diversos fatores de crescimento hematopoéticos. A interleucina-3 (IL-3) e o fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF) exercem um papel crucial na estimulação de um amplo espectro de precursores imaturos, promovendo sua proliferação e diferenciação.

    Por outro lado, fatores mais específicos, como o G-CSF (Granulocyte Colony-Stimulating Factor) e o M-CSF (Macrophage Colony-Stimulating Factor), são essenciais para o desenvolvimento das linhagens granulocítica e monocítica maduras, respectivamente.

    FATORES DA ERITROPOIESE:

    A eritropoiese, processo responsável pela produção de hemácias, é regulada principalmente pela eritropoetina (EPO), um hormônio essencial que controla a maturação e apoptose dos precursores eritroides. A síntese de eritropoetina ocorre em resposta aos níveis de oxigênio no sangue arterial que irriga as células peritubulares do córtex renal.

    Além da EPO, outros fatores, como o ligante Kit, a interleucina-3 (IL-3) e o fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF), desempenham papéis complementares na regulação da proliferação e diferenciação das células eritroides.

    FATORES DA LINFOPOIESE:

    A linfopoiese, responsável pela formação e maturação dos linfócitos, é amplamente controlada por interleucinas, como a IL-7 e a IL-6, que desempenham um papel fundamental na proliferação dos precursores de linfócitos B. Por outro lado, as interleucinas IL-2 e IL-3 contribuem para o desenvolvimento dos precursores das células T.

    FATORES DA MEGACARIOCITOPOESE:

    A megacariocitopoese, processo responsável pela formação dos megacariócitos e subsequente produção de plaquetas, é regulada por uma série de fatores de crescimento hematopoéticos. In vitro, a proliferação dos precursores megacariocíticos imaturos está diretamente relacionada à presença de uma combinação específica de citocinas, como IL-3, IL-6, GM-CSF e ligante Kit.

    No entanto, in vivo, a diferenciação dos megacariócitos e a produção de plaquetas são controladas pelo número de plaquetas circulantes no sangue periférico, independentemente da produção desses fatores. O principal regulador desse mecanismo é a trombopoetina (TPO), um hormônio sintetizado principalmente no fígado, que exerce sua função ligando-se ao receptor Mpl, pertencente à família das citocinas, garantindo o controle da produção de plaquetas conforme a demanda do organismo.

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    Referências:

    ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO, Roberto Passetto; PASQUINI, Ricardo. Tratado de hematologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.

    DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.

    DE AZEVEDO, Maria Regina Andrade. Hematologia básica: fisiopatologia e diagnóstico laboratorial. Thieme Revinter Publicações Ltda, 2019.

    HOFFBRAND, A. Victor; MOSS, Paul AH. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. Artmed Editora, 2017.