Plasmodium spp: um parasita interessante

Plasmodium spp: um parasita interessante

Protozoários do gênero Plasmodium transmitem a malária, uma doença de grande importância na área da saúde. Esta explora a complexa relação entre hospedeiros humanos, vetores e as variadas morfologias dos hemoparasitas. O entendimento da malária não se limita aos sintomas clínicos, mas abrange aspectos históricos, diagnósticos laboratoriais e suas implicações na saúde pública.

Contexto histórico

Fêmea adulta do mosquito Anopheles quadrimaculatus alimentando-se. Crédito: CDC.

Historicamente, a malária remonta a raízes antigas, com febres periódicas registradas na China desde 2.700 a.C. e associações até mesmo com a queda do Império Romano. Acredita-se que a expansão territorial romana levou cidadãos a áreas endêmicas do mosquito vetor, o Anopheles. A origem da palavra “malária” do grego “mal aire” reflete a crença romana de que a doença era causada pelos vapores de pântanos, e não pelo vetor.

Sobre tipos de Plasmodium

Contrariando a ideia inicial de apenas quatro espécies de Plasmodium, observa-se uma diversidade considerável, com cerca de 156 espécies catalogadas até o momento.

Hemácia parasitada. O parasita, do tipo Malariae, está na fase de gametócito. Crédito: Atlas em Hematologia.

Entre aquelas capazes de transmitir aos seres humanos estão o Falciparum, Vivax, Malariae, Ovale e um menos conhecido, o Knowlesi. A identificação correta do tipo de Plasmodium é crucial para direcionar o tratamento mais eficiente, uma vez que diferentes parasitos respondem de maneiras distintas.

Hemácias parasitadas com o tipo Knowlesi. Crédito: Atlas em Hematologia.

Ciclo de vida

O ciclo de vida do Plasmodium inclui a transmissão por mosquitos Anopheles, com destaque para a peculiaridade do Knowlesi, que depende da infecção em macacos para alcançar os humanos. A relação do parasita com o diagnóstico laboratorial enfatiza a importância da microscopia (gota espessa) como o “padrão ouro” e a possibilidade de diagnóstico por biologia molecular.

Transmissão e ciclo de vida. Crédito: CDC.

O Plasmodium no laboratório


Além dos aspectos clínicos, como anemia, trombocitopenia e esplenomegalia, a malária pode apresentar complicações específicas, como a formação de rosetas de hemácias, que podem obstruir microvasos. Além disso, há a possibilidade de pseudoeosinofilia, resultado da interação do Plasmodium com neutrófilos.

Neutrófilo. Crédito: Time Atlas.

Esses podem formar granulações mais grosseiras, e alguns equipamentos podem contá-los erroneamente como eosinófilos. A identificação do Plasmodium se enquadra em notificação compulsória. Assim, as instituições devem estar atentas. A notificação é crucial para o controle da vigilância epidemiológica. Esse processo contribui para o monitoramento e controle da doença, garantindo respostas rápidas em regiões endêmicas.

Referências

  1. HUH, J. et al. Pseudoeosinophilia associated with malaria infection determined in the Sysmex XE-2100 hematology analyzer. Ann Hematol. p.400-402. Volume 84. N°6. 2005.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 264, de 19 de fevereiro de 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html. Acesso em: 09 de janeiro de 2024.
  3. NORONHA, T.R.; FOCK R. A. Pseudoeosinofia associada à infecção por malária determinada no mapa de dispersão de glóbulos brancos. J Appl Hematol . Volume 9. N°3. p.108-9. 2018

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