Parasitas na hematologia: Wuchereria bancrofti

Parasitas na hematologia: Wuchereria bancrofti

O helminto chamado Wuchereria bancrofti desafia a visibilidade nos esfregaços sanguíneos, mas seu entendimento vai além das análises laboratoriais, conectando-se diretamente com sinais clínicos clássicos na filariose linfática (doença causada pelo Wuchereria bancrofti). A jornada para os analistas começa no ciclo infeccioso, passando pela interação entre o parasita e o hospedeiro humano.

Ciclo infeccioso

Assim como outras hemoparasitoses, o ciclo infeccioso da Wuchereria bancrofti tem início com a picada de um mosquito. O vetor responsável é a fêmea do Culex quinquefasciatus, que transmite a forma juvenil do parasita durante seu repasto sanguíneo. O desenvolvimento subsequente ocorre no sistema linfático do hospedeiro, culminando na formação de vermes adultos machos e fêmeas.

Ciclo infeccioso. Crédito: Universidade Federal do Rio de Janeiro.

As fêmeas, por sua vez, liberam microfilárias na corrente sanguínea do paciente, perpetuando o ciclo infeccioso. A Wuchereria bancrofti destaca-se entre os parasitas pela sua morfologia. Dentro do hospedeiro, assume uma forma delgada, longa e branca, assemelhando-se a fios de linha. As fêmeas, notavelmente maiores que os machos, atingem de 7 a 10 cm, enquanto os machos ficam entre 3 e 4 cm. As microfilárias, que representam os vermes em transição, passam por diferentes fases evolutivas.

Microfilária de Wuchereria bancrofti. Crédito: ResearchGate.

Manifestações clínicas

A clínica da filariose linfática desenvolve-se em quatro estágios distintos. Inicia-se de maneira assintomática, caracterizada pela presença de microfilárias no sangue. Evolui para uma fase subclínica, na qual danos linfáticos e renais podem ocorrer. O estágio agudo se manifesta com linfangite, adenite e episódios febris, enquanto quadros alérgicos e edema extrafocal também emergem. Por fim, a fase crônica mescla características das etapas anteriores, exibindo baixa parasitemia, linfedema, hidrocele e a temida elefantíase.

Diagnóstico

Para desvendar esse enigma parasitário, o diagnóstico requer uma anamnese minuciosa. Métodos como microscopia, teste a fresco, gota espessa e esfregaço sanguíneo são empregados. Além disso, os testes de ELISA devem identificar o código genético do parasito. Imagens, especialmente ultrassonografias, proporcionam uma visão direta de vermes adultos nas regiões linfáticas. O diagnóstico, verdadeira arte analítica, combina meticulosidade e diversidade de abordagens.

Métodos que podem ser utilizados.

Tratamento

O citrato de dietilcarbamazina (DEC), medicamento principal, destaca-se por sua eficácia em todas as fases do parasita. Quando combinado com ivermectina e albendazol, constitui uma abordagem terapêutica abrangente. No entanto, durante o tratamento, a desintegração do parasita pode desencadear efeitos adversos.

Referências

  1. TRATADO DE ANÁLISES CLÍNICAS. Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Luiz Fernando Barcelos, Jerolino Lopes Aquino. Editora Artmed. 2018. 
  2. BAIN, B. Células Sangüíneas. São Paulo: Artes Médicas, 1997. 
  3. MORAES, R. G.; LEITE, I. C.; GOULART, E. G. Parasitologia e Micologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
  4. NEVES, David Pereira, MELO, Alan Lane, LINARDi, Pedro M., CAMPOS, L. E. M.; PEREIRA, L. F. Eosinofilia pulmonar. J. bras. pneumol. Volume 35. Volume 6. 2009. CDC.
  5. Parasites – Lymphatic Filariasis. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/lymphaticfilariasis. Acesso em: 21 de novembro de 2023.

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