Blastos na Leucemia Promielocítica Aguda

Blastos na Leucemia Promielocítica Aguda

A leucemia promielocítica aguda (LPA) é um subtipo de LMA, que se caracteriza por problemas na maturação e diferenciação dos promielócitos, levando à expansão clonal de células promielocíticas anormais. Além disso, classifica-se este tipo de leucemia em duas formas principais: hipergranular e a hipogranular.

Os blastos são células imaturas e representam um dos principais indicadores de leucemia. Nos casos de LPA, os blastos observados na lâmina têm características morfológicas distintas, dependendo da forma hipergranular ou hipogranular da doença.

Blastos na Leucemia Promielocítica AgudaHipergranular

Na forma hipergranular de LPA, que corresponde aos casos mais frequentes, os blastos apresentam células grandes, com uma baixa relação núcleo-citoplasma, ou seja, o núcleo ocupa uma porção menor da célula, e o citoplasma é mais abundante. Essas células apresentam uma cromatina de contorno irregular e estão frequentemente repletas de grânulos azurófilos.

É importante lembrar que estas células tem definição incerta, uma vez que também podem representar promielócitos anômalos, por este motivo é usual o termo blasto/promielócito anômalo, seguido de sua descrição celular

Os grânulos azurófilos e abundantes são um marcador típico da LPA, sua presença facilita a diferenciação do subtipo em relação a outros tipos de LMA. Além disso, os blastos em LPA hipergranular são peroxidase positivos, o que significa que possuem uma reação enzimática positiva para a peroxidase, um achado importante na diferenciação da LPA de outros tipos de leucemias mieloides. 

Outro aspecto relevante é a presença dos corpos de Auer, que são estruturas citoplasmáticas evidentes nos blastos da LPA. Visualizam-se esses corpos como pequenas inclusões em formato de bastão, representando aglomerados de grânulos azurófilos, presentes independentemente da granularidade da célula.

Blastos/promielócitos anômalos Hipergranulares

Outro aspecto relevante é a presença dos corpos de Auer, que são estruturas citoplasmáticas evidentes nos blastos da LPA. Observam-se esses corpos como pequenas inclusões em formato de bastão, que representam aglomerados de grânulos azurófilos e estão presentes independentemente da granularidade da célula.

Blastos na Leucemia Promielocítica AgudaHipogranular

A LPA hipogranular, também chamada de variante hipogranular, corresponde a uma forma mais rara e frequentemente mais difícil de diagnosticar, devido às suas características morfológicas menos evidentes. Nesse caso, os blastos da LPA hipogranular frequentemente se assemelham aos de outros tipos de LMA, devido à aparência mais sutil e à menor granulação visível.

Nessa variante, os blastos apresentam uma cromatina mais delicada e com um aspecto dobrado ou irregular, o que é uma diferença notável em relação aos blastos da LPA hipergranular, que possuem uma cromatina mais compacta e irregular. Além disso, os blastos hipogranulares podem não apresentar grânulos visíveis ou podem ter apenas um número muito reduzido de grânulos azurófilos. Quando presentes, esses grânulos são mais difíceis de serem identificados, o que confunde o diagnóstico, principalmente nos estágios iniciais da doença.

Embora os blastos da LPA hipogranular não apresentem tantos grânulos azurófilos, eles também são peroxidase positivos e apresentam corpos de Auer, que são as características fundamentais para a diferenciação dessa doença de outros tipos de leucemias mieloides. No entanto, a quantidade e a visibilidade desses corpos de Auer podem ser menores do que nas formas hipergranulares.

Portanto, no hemograma, a LPA hipogranular geralmente se apresenta com contagens de leucócitos mais elevadas do que na LPA hipergranular. Isso ocorre porque, os blastos têm maior capacidade de proliferação e podem se acumular rapidamente na circulação periférica. 

Blastos hipogranulares.

Aspectos Clínicos e Hematológicos Comuns

Embora existam diferenças morfológicas e no hemograma, tanto a LPA hipergranular quanto a hipogranular compartilham algumas características clínicas e laboratoriais. Ambas as formas respondem bem ao tratamento com ácido retinóico (ATRA), o que representa um dos maiores avanços terapêuticos no manejo da leucemia promielocítica aguda. Isso porque o ATRA induz a diferenciação dos promielócitos anormais, revertendo o bloqueio de maturação e melhorando o prognóstico da doença.

Conclusão

Os blastos nas formas hipergranular e hipogranular de leucemia promielocítica aguda (LPA) possuem características morfológicas distintas, que influenciam diretamente o diagnóstico e o tratamento da doença. Enquanto os blastos na LPA hipergranular apresentam granulação evidente e corpos de Auer visíveis, os blastos na forma hipogranular são mais difíceis de identificar e podem ser confundidos com outros tipos de LMA. Apesar dessas diferenças, ambas as formas compartilham aspectos importantes, como a resposta ao tratamento com ácido retinóico e o risco de coagulação intravascular disseminada.

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Referências:

HOLANDA, Luca et al. DIFERENÇAS CLÍNICAS ENTRE LEUCEMIAS M3 E M3 VARIANTE. SEMPESq-Semana de Pesquisa da Unit-Alagoas, n. 6, 2018.

VIEIRA, M. S. et al. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA COM UMA TRANSLOCAÇÃO RARA VARIANTE: RELATO DE CASO. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 45, p. S148-S149, 2023.

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