Caso clínico: síndrome hipereosinofílica

Caso clínico: síndrome hipereosinofílica

Entenda a síndrome hipereosinofílica. Um caso intrigante de um paciente que apresentou um quadro clínico preocupante, evidenciando uma notável eosinofilia, foi apresentado. Ao iniciar a análise, enfatizamos a importância de verificar criteriosamente a lâmina para confirmar a presença eficaz de eosinófilos. As células com núcleo bilobulado, conhecidas como eosinófilos, exibem coloração na sombra rosa-alaranjada em suas misturas.

Lâmina de paciente com síndrome hipereosinofílica. Crédito: membro do Time Atlas.

Esses compactadores são caracteristicamente visivelmente esféricos e apresentam um aspecto mais grosseiro em comparação com a granulação dos neutrófilos. No entanto, não devemos limitar a análise a uma única característica, como comumente alguns analistas fazem em relação ao número de segmentações que essa célula apresenta. Na verdade, os eosinófilos nem sempre apresentam dois lóbulos.

Alguns distúrbios do sangue, como a anemia megaloblástica e a síndrome mielodisplásica, podem estar associados à presença de eosinófilos com múltiplos lóbulos, dependendo da gravidade.

Sobre o caso clínico

No caso da síndrome hipereosinofílica, os eosinófilos exibem uma variedade de lóbulos, incluindo aqueles com dois lóbulos, considerados normais. No entanto, as características distintivas são identificadas no citoplasma e na granulação, que apresentam uma coloração alaranjada, tamanho maior, densidade e formato mais esférico, facilitando a diferenciação.

Pequenos vacúolos são evidentes nos eosinófilos, liberando a liberação de misturadores que podem ser específicos para tecidos. O paciente apresenta uma contagem superior a 75 eosinófilos em um campo de visão considerado pequeno, diminuindo a leucocitose. Diante desse quadro, surge a pergunta: O que poderia estar causando essa concentração elevada de eosinófilos no paciente?

Outro campo da mesma lâmina. Crédito: membro do Time Atlas.

O papel dos eosinófilos

Um dos primeiros pensamentos relacionados a infecções parasitárias. Os eosinófilos desempenham um papel crucial na resposta imunológica contra as parasitoses. Os antígenos exógenos estimulam os linfócitos T, desencadeando uma liberação significativa de interleucina 5 (IL-5).

Representação da IL-5. Crédito: 123RF.

Essa interleucina desempenha um papel fundamental na regulação dos eosinófilos, estimulando a produção de mais eosinófilos. Assim como a eritropoetina estimula as hemácias e a trombopoetina estimula as plaquetas, a IL-5 é conhecida como “eosinopoetina”. Consequentemente, os eosinófilos deverão atuar nos processos infecciosos parasitários.

Conduta médica

Embora o médico não descarte a possibilidade de leucemia e síndrome hipereosinofílica, geralmente inicia solicitando exames como o parasitológico de fezes, considerando tratar-se de um processo reacional. Se as medidas iniciais não resultarem em correção, o médico pode abordar com mais ênfase a possibilidade de alterações malignas.

Para uma análise mais aprofundada, consideramos a passagem a seguir, retirada da quinta edição do livro ‘Células Sanguíneas – Um Guia Prático’, de Barbara J. Bain.

Usa-se a expressão síndrome hipereosinofílica idiopática (que não tem uma causa bem definida), no caso, para descrever um grupo heterogêneo de condições caracterizadas por eosinofilia persistente e sem explicação, e causando dano tecidual, geralmente afetando o coração, o sistema nervoso, devido a liberação do conteúdo de grânulos dos eosinófilos. A condição, apesar de rara, é mais comum em homens.” (BAIN, B. J. 2016)

Existem a síndrome hipereosinofílica e a leucemia eosinofílica, no entanto, a equipe do laboratório não faz o diagnóstico. Essa responsabilidade cabe ao médico que solicita os testes conclusivos. No entanto, é crucial que os analistas tenham conhecimento do que pode estar por trás dos resultados. Os profissionais de laboratório devem permanecer vigilantes, sempre buscando compreender como as doenças se manifestam no hemograma.

Referências

  1. BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático. Tradução de Renato Failace. 5ª edição. Editora Artmed, 2016.
  2. FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.
  3. PERIÓDICOS UFN. Título do artigo. Revista Disciplinarum Scientia. [s.l.], v. 1, n. 1, p. 1-10, ano 2021. Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/download/1022/966/0. Acesso em: 19 de outubro de 2023.

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