O esfregaço sanguíneo e seus aspectos

O esfregaço sanguíneo e seus aspectos

O esfregaço sanguíneo, ou distensão sanguínea, é um procedimento laboratorial no qual estende-se uma pequena gota de sangue em uma lâmina de vidro. O objetivo deste procedimento é criar uma fina camada de sangue uniformemente distribuída na lâmina para análise microscópica posterior.

Adição da gota de sangue. Crédito: Time Atlas.
Uso da lâmina extensora. Crédito: Time Atlas

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Para realizar a distensão sanguínea, normalmente coloca-se uma pequena quantidade de sangue (recomendando cerca de 5 μl) em uma das extremidades da lâmina de vidro e, em seguida, usa-se a lâmina extensora para espalhar o sangue ao longo da lâmina em direção à extremidade oposta.

Processo de esfregaço ou distensão sanguínea. Crédito: Time Atlas.
Estado final das lâminas. Crédito: Time Atlas.

Esse processo resulta em uma camada fina e uniforme de células sanguíneas que podem ser coradas e examinadas sob um microscópio para avaliar os elementos sanguíneos na hematologia (hemácias, plaquetas e leucócitos).

Problemas na confecção

Pequenos agregados plaquetários e, por vezes, fibrina podem estar presentes em lâminas sanguíneas feitas sem anticoagulantes, o que pode interferir na análise.

A equinocitose (presença elevada de equinócitos) pode ocorrer em lâminas confeccionadas com anticoagulante devido ao contato prolongado com o EDTA, que é um dos anticoagulantes.

Equinocitose por contato prolongado com o EDTA. Crédito: membro do Time Atlas.

Em lâminas com anticoagulante, também pode ocorrer pseudoplaquetopenia, uma condição em que a contagem de plaquetas está falsamente diminuída. Esses fenômenos que causam agregação plaquetária e satelitismo plaquetário, em ambos os casos, são tradicionalmente desencadeados pelo contato com o EDTA.

Satelitismo plaquetário em neutrófilos. Crédito: Laboratório de Urgências do Icesp – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo

Em alguns casos, pode ocorrer agregação de leucócitos, com o satelitismo plaquetário como mecanismo intermediário. Nesse cenário, os leucócitos aparecem “grudados”, mas as plaquetas são pouco visíveis.

Possíveis resoluções

Para evitar a formação de agregados plaquetários e fibrina em lâminas sem anticoagulantes, a abordagem preferencial é o uso de anticoagulantes apropriados. Caso persistam agregados plaquetários, é possível desfazê-los por meio de homogeneização por vórtex antes da confecção das lâminas.

Se a solução não for encontrada, é recomendável a troca para outro anticoagulante, como o citrato de sódio. Além disso, em casos raros, a incubação da amostra a 37°C por 30 minutos pode corrigir a agregação.

Para lidar com a equinocitose artefatual, é fundamental verificar a proporção correta de sangue e anticoagulante no tubo de coleta. Além disso, pode ser necessário ajustar o pH dos corantes, pois eles também podem contribuir para a formação artefatual dessa morfologia.

No caso de agregação leucocitária, a recomendação direta é realizar uma nova coleta utilizando anticoagulante de citrato de sódio.

Sobre as lâminas

A automação do processo de distensão sanguínea representa um avanço significativo. Máquinas modernas podem executar essa tarefa de maneira rápida e consistente, reduzindo erros e aprimorando a qualidade das lâminas. Esse progresso é particularmente benéfico em laboratórios com alto volume de trabalho.

Outro aspecto crucial é a identificação correta do campo de leitura no esfregaço, que é subdividido em cabeça, corpo e cauda. A área entre o corpo e a cauda é a região mais apropriada para a leitura, pois proporciona a distribuição mais uniforme das células sanguíneas, prevenindo aglomerações ou espaços vazios no campo de visão.

Uma boa área para leitura está entre a 2 e a 1. Crédito: Time Atlas.

Em determinadas situações, pode ser necessário concentrar ou diluir a amostra. Isso é observado em casos de anemia extrema e aumento nos elementos sanguíneos, como hiperleucocitose e poliglobulias, respectivamente.

Durante a preparação dos esfregaços, podem surgir outros artefatos, como rouleaux eritrocitários (leitura em campos inadequados), a formação de eliptócitos e dacriócitos (resultado de campo inadequado e aplicação excessiva de força na produção do esfregaço).

Rouleaux eritrocitário. Crédito: Time Atlas.

Além disso, a umidade na lâmina deve ser considerada, pois pode afetar a coloração e criar pequenas bolhas nas hemácias, gerando uma falsa impressão de hipocromia. Portanto, é essencial garantir que a lâmina esteja completamente seca antes da coloração.

Por último, é fortemente desaconselhado acelerar a secagem das lâminas. O uso de métodos como sopro, ar condicionado ou secador de cabelo pode resultar na formação de inúmeros artefatos, comprometendo a qualidade da análise. Portanto, a secagem deve ocorrer de forma natural.

Lâmina ainda úmida. Crédito: Time Atlas.

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Referências

  1. MELO, Márcio et al. Laboratório de Hematologia: Teorias, Técnicas e Atlas. 2ª edição. Editora Rubio, 2019.
  2. BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático. Tradução de Renato Failace. 5ª edição. Editora Artmed, 2016.
  3. Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Coleta e Preparo de Amostra Biológica. Editora Manole, 2014.
  4. INML. Como analisar a distensão sanguínea corretamente em 07 passos. Disponível em: https://inml.com.br/como-analisar-a-distensao-sanguinea-corretamente-em-07-passos/. Acesso em: 24 de setembro de 2023.

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