A preparação de esfregaços sanguíneos, seja realizada de forma manual ou automatizada, pode apresentar diversos artefatos que interferem na qualidade da análise e consequentemente no diagnóstico. Esses artefatos geralmente surgem devido a falhas técnicas durante a confecção da extensão, como secagem inadequada, fixação insuficiente ou tardia, além de contaminação dos fixadores e corantes com água. A presença desses erros pode comprometer a visualização celular, dificultando a análise de estruturas importantes para o diagnóstico laboratorial.
Certos tipos celulares, especialmente os linfócitos de leucemia linfocítica crônica (LLC) e os blastos de leucemias agudas, são suscetíveis a danos durante o preparo da extensão. Isso pode levar a alterações morfológicas que, muitas vezes, são confundidas com alterações presentes em patologias mais específicas, o que pode gerar diagnósticos imprecisos e tardios.
Dentre os principais artefatos, estão:
Hemácias refringentes:
Os eritrócitos refringentes são um artefato comum que pode ocorrer devido à fixação inadequada, excesso de umidade ou contaminação dos corantes com água. Esse artefato é caracterizado por células que apresentam um brilho anormal ao serem observadas ao microscópio. Para corrigir esse problema, é preciso confeccionar uma nova extensão e/ou renovar os corantes utilizados, evitando contaminações.
Restos celulares:
A presença de restos nucleares nos esfregaços sanguíneos é um artefato que ocorre devido à fragilidade dos linfócitos, especialmente em pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC). Nesses casos, os linfócitos podem se romper durante o preparo da extensão, resultando na exposição de várias manchas que se dispersam na lâmina, dificultando a análise e a interpretação adequada.
Uma solução eficaz para minimizar esse problema é adicionar uma gota de albumina a 22% ou plasma pobre em plaquetas a cinco gotas de sangue antes de preparar a extensão. Essa mistura deve ser homogeneizada cuidadosamente para reduzir a fragilidade celular e prevenir a ruptura dos linfócitos durante o processo de confecção. Lembrando que ainda que não corrigido, a presença de restos celulares na LLC é um achado comum e digno de nota no laudo.
Precipitados de corantes na lâmina:
A formação de precipitados de corantes na lâmina é um artefato que pode comprometer a qualidade da análise microscópica, obscurecendo estruturas celulares e dificultando a interpretação diagnóstica. Esse problema geralmente ocorre devido a tempos de coloração excessivos ou ao uso de corantes em quantidade inadequada.
Para evitar ou corrigir esse artefato, a abordagem varia conforme o método de coloração utilizado. Em sistemas automatizados, é crucial realizar uma limpeza regular das cubas, berços, tubulações, linhas de coloração e remover crostas de corantes acumuladas. Já na coloração manual, recomenda-se filtrar ou substituir os corantes periodicamente para garantir que estejam em condições ideais de uso.
Leucócitos concentrados na borda do esfregaço:
A concentração de leucócitos nas bordas do esfregaço é um artefato que pode ocorrer devido à aplicação de pressão excessiva durante o preparo manual da lâmina. Esse problema resulta em uma distribuição celular desigual, com uma quantidade desproporcional de leucócitos acumulada nas extremidades, dificultando uma análise representativa e confiável do esfregaço. Para corrigir esse artefato, deve-se confeccionar novos esfregaços, aplicando uma pressão mais leve e uniforme na extremidade da extensora durante o processo.
Formação de falsos vacúolos:
A formação de “falsos vacúolos” principalmente em neutrófilos pode ocorrer devido à exposição prolongada ao EDTA. É muito importante ter cuidado, pois vacúolos também podem ser indicativos de condições hematológicas. Para evitar interpretações equivocadas, o esfregaço deve ser confeccionado o mais rápido possível após a coleta (recomenda-se entre 3-4 horas), preservando a integridade celular e garantindo uma análise precisa.
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Referências:
BAIN, Barbara J. Células Sanguíneas-5ª Edição: Um Guia Prático. Artmed Editora, 2016.
DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.
DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.
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