TOXICIDADE DO ALUMÍNIO: O QUE O HEMOGRAMA REVELA
O alumínio é um metal sem função biológica conhecida no organismo humano, mas sua presença pode ser altamente prejudicial, especialmente em indivíduos com insuficiência renal crônica (IRC). Apesar de incomum, a intoxicação por alumínio ocorre principalmente nesses pacientes, pois o organismo humano possui baixa absorção desse metal e mecanismos eficazes de excreção.
Acúmulo de alumínio e seus efeitos no organismo:
Em indivíduos com insuficiência renal grave, a eliminação do alumínio fica comprometida, favorecendo sua acumulação e toxicidade. Sob condições normais, o alumínio absorvido pelo trato gastrointestinal é excretado predominantemente pelos rins. Entretanto, quando a função renal está reduzida, essa eliminação torna-se ineficaz, levando ao acúmulo progressivo do metal nos tecidos.
A exposição prolongada ao alumínio pode impactar diretamente a hematopoiese, resultando frequentemente em anemia microcítica e hipocrômica.
Hemácias microcíticas e hipocrômicas. Fonte: Cellwiki.
Populações sob maior risco de intoxicação:
Embora essa intoxicação seja mais comumente associada a pacientes renais crônicos, outras exposições também devem ser consideradas.
- Exposição ocupacional, especialmente em trabalhadores da indústria do alumínio, onde há contato prolongado com o metal;
- Uso recorrente de antiácidos e cosméticos contendo alumínio, que pode aumentar a carga corporal do metal;
- O contato contínuo com fontes exógenas pode elevar os níveis desse metal no organismo e contribuir para quadros de toxicidade.
Hemograma e indícios de toxicidade:
O comprometimento hematológico causado pelo alumínio pode ser identificado no hemograma, com destaque para:
Deposição na medula óssea: A presença do metal na medula óssea pode interferir na diferenciação e proliferação celular, levando à disfunção hematopoiética.
Anemia microcítica e hipocrômica: Devido à interferência do alumínio na metabolização do ferro, dificultando sua incorporação na síntese do heme e competindo com a transferrina. O resultado são hemácias menores e hipocrômicas, com perfil semelhante ao observado na anemia ferropriva;
Redução da eritropoietina (EPO): O alumínio acumulado no tecido renal compromete a produção desse hormônio, reduzindo a estimulação eritropoiética e agravando a anemia;
Diagnóstico laboratorial da intoxicação por alumínio:
A identificação da toxicidade do alumínio exige uma avaliação laboratorial integrada.
- Hemograma: Primeiro indicativo de alterações hematológicas associadas à intoxicação;
- Dosagem de alumínio sérico: Relevante para confirmar exposição elevada;
- Teste de desferroxamina: Avalia a mobilização do alumínio dos tecidos e auxilia na diferenciação diagnóstica;
- Biópsia óssea: Utilizada em casos específicos para comprovar a deposição do metal em estruturas ósseas.
A análise criteriosa desses achados permite a identificação precoce dos efeitos hematológicos do alumínio e direciona a necessidade de investigações complementares.
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Referências:
CONCEIÇÃO, Joana Filipa Rodrigues da. Caracterização da toxicidade do alumínio e sua influência nos sistemas biológicos. 2021. Dissertação (Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2021. Disponível em: https://repositorio.ulisboa.pt/bitstream/10451/52980/1/MICF_Joana_Conceicao.pdf.pdf.
KLAASSEN, Curtis D. (Ed.). Casarett & Doull’s Toxicology: The Basic Science of Poisons. 7. ed. New York: McGraw-Hill, 2008.
OLIVEIRA, Rodrigo Bueno de et al. Intoxicação óssea por alumínio na doença renal crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 43, supl. 1, p. 660-664, 2021. Disponível em: https://www.bjnephrology.org/wp-content/uploads/articles_xml/2175-8239-jbn-43-04-s1-110/2175-8239-jbn-43-04-s1-110-pt.pdf.
SILVA, Patrícia Daniela Machado da. A intoxicação por alumínio nos doentes em hemodiálise. 2012. Dissertação (Mestrado em Análises Clínicas) – Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, 2012. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/73814/2/27693.pdf.
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