Aglutinação eritrocitária: identificação e solução

Aglutinação eritrocitária: identificação e solução

A aglutinação das hemácias é um fenômeno em que os glóbulos vermelhos do sangue (também conhecidos como hemácias ou eritrócitos) se agrupam, formando diferentes tamanhos de aglomerados visíveis. Isso ocorre quando a amostra sanguínea se encontra em um ambiente com temperaturas mais baixas, abaixo da temperatura corporal. Os anticorpos frios, geralmente do tipo IgM, reconhecem e se ligam às hemácias, provocando sua aglutinação.

Aglutinação eritrocitária. Crédito: membro do Time Atlas.

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Identificação

É importante salientar que essa ocorrência não resulta de problemas no campo de visão, pois em todas as áreas da lâmina, mesmo em campos bem distribuídos, observamos as hemácias aglutinadas. Na maioria esmagadora dos casos, essa aglutinação não causa problemas clínicos ao paciente.

Lâmina com aglutinação de hemácias. Crédito: membro do Time Atlas.

Apenas em aproximadamente 1% dos casos, ou até mesmo em uma proporção inferior, desencadeia-se uma anemia hemolítica. É propriamente um fenômeno que ocorre in vitro. No entanto, é crucial destacar que o hemograma sofre importantes interferências nessas condições.

Aglutinação nas automações

Normalmente, o aparelho não identifica esses aglomerados ou conta um pequeno grupo como uma única hemácia. Isso resulta em uma diminuição no número de hemácias e no hematócrito. Devido a serem contados como uma unidade, há uma elevação no HCM e CHCM. Além disso, o RDW aumenta devido à variação de tamanho dos aglomerados de hemácias.

XN-1000 Hematology Analyzer. Crédito: Sysmex.

No entanto, a dosagem de hemoglobina não é afetada, pois os glóbulos vermelhos são lisados para a medição. Uma dica importante é prestar atenção ao CHCM, que fica consideravelmente elevado, e à relação entre hemoglobina e hematócrito (Hb x3 < ou = a Ht).

Solução

A abordagem mais simples para resolver esse interferente envolve a simulação da temperatura do corpo humano no ambiente laboratorial. Essa simulação é realizada aquecendo a amostra em banho-maria a 37°C por geralmente 30 minutos.

Banho-maria. Crédito: Montlab.

É importante mencionar que, em alguns casos, ao mover a amostra do banho-maria para o equipamento, a amostra pode esfriar, o que pode levar à reaglutinação. Para evitar isso, pode-se usar um recipiente com água do banho-maria para manter a amostra aquecida durante o trajeto. A amostra deve ser reprocessada, o que, na maioria dos casos, corrige os parâmetros.

Se essa estratégia não for eficaz, pode ser necessário substituir o plasma (diluente ou salina) e realizar um novo aquecimento. Em último caso, se não houver correção, é recomendável coletar uma nova amostra, seguindo algumas recomendações, como fazer a coleta em um ambiente com temperatura adequada.

Pode ser útil criar um banho-maria portátil utilizando uma caixa de isopor com água aquecida a 37°C. Essa água quente deve ser usada para aquecer as seringas e outros dispositivos usados durante a coleta, garantindo que o sangue coletado esteja na temperatura adequada.

Resultado corrigido após banho-maria. Crédito: membro do Time Atlas.

Finalmente, ao concluir esse procedimento e obter resultados confiáveis, é fundamental registrar no laudo do exame que a correção foi realizada após incubação a 37°C devido à presença de aglutinação de hemácias.

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Referências

  1. BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático. Tradução de Renato Failace. 5ª edição. Editora Artmed, 2016.
  2. GREER, John P. et al. Wintrobe’s Clinical Hematology. 14ª edição. Editora Wolters Kluwer, 2019.
  3. OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: Como fazer e interpretar. 1ª edição. Editora LMP, 2007.
  4. BRAGA, G.W.; BORDIN, J.O.; MOREIRA JR., G.; KURODA, A. Diagnóstico laboratorial da anemia hemolítica auto-imune: características do teste manual direto do Polybrene®. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ramb/a/HRhXr9g8xZrWgP96RRQYFTm/?format=pdf. Acesso em: 19 de setembro de 2023.

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