LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B
O Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) é um linfoma agressivo, heterogêneo, mas potencialmente curável. É o tipo mais comum de linfoma não-Hodgkin, correspondendo a cerca de 40% dos novos casos diagnosticados e aproximadamente 30% de todos os casos de linfoma não-Hodgkin.
Geralmente o LDGCB se manifesta nos linfonodos ou em sítios extra-nodais, como ossos, pele, tireoide, trato gastrointestinal, sistema nervoso central e testículos, afetando principalmente idosos acima de 70 anos.
As neoplasias de células B maduras tendem a imitar os estágios de diferenciação das células B normais. O linfoblasto diferencia-se em uma célula pré-B, que ao se ligar ao antígeno sofre uma transformação blástica, proliferando e diferenciando-se em plasmócitos, que secretam anticorpos IgA ou IgG, e em células B de memória. A combinação de uma alta taxa proliferativa, expansão clonal das células B e a presença de mecanismos mutacionais, cria um ambiente propício para a transformação maligna.
A maioria dos casos de LDGCB apresenta rearranjo dos genes das cadeias pesada e leve da imunoglobulina e mutações somáticas na região variável. A translocação (14;18) ocorre de 20 a 30% dos casos e, na maioria das vezes, está associada a uma menor taxa de sobrevida.
Na citogenética, os resultados mais frequentemente observados em pacientes com LDGCB, são as translocações entre os cromossomos 11 e 18, e entre os cromossomos 14 e 18. Tanto a t(11;18)(q32;q21) quanto a t(14;18)(q32;q21) são características do linfoma folicular, sendo consideradas os eventos iniciais da linfomagênese. Essas translocações resultam de um erro durante o processo de recombinação VDJ, levando à desregulação da expressão do gene anti-apoptótico BCL2, colocando-o próximo de um gene enhancer na cadeia pesada da imunoglobulina.
O BCL6 é um proto-oncogene que codifica um fator de transcrição com atividade repressora, normalmente expresso em células B e em células CD4 positivas localizadas no centro germinativo, mas não em células pré-germinativas, como as células da zona do manto, ou em células pós-germinativas, como os imunoblastos ou plasmócitos. O BCL6 desempenha um papel crucial no desenvolvimento do centro germinativo, integrando vários sinais que regulam sua formação e diferenciação. Consequentemente, está expresso nos linfomas não-Hodgkin que se originam no centro germinativo. O rearranjo do BCL6 pode ser detectado em aproximadamente 35% dos casos de LDGCB e em cerca de 5% a 10% dos linfomas foliculares.
A morfologia celular é caracterizada por várias características distintivas: células maiores do que os linfócitos normais, com diâmetro geralmente maior que duas vezes o de um linfócito pequeno. Os núcleos são grandes, frequentemente vesiculosos, com cromatina dispersa e nucléolos evidentes e proeminentes. As células podem apresentar variação considerável em tamanho e forma (pleomorfismo), o que é uma característica importante do LDGCB.
Para esclarecer a grande variabilidade do LDGCB, milhares de genes foram estudados por meio de microarrays, classificando os pacientes de acordo com “assinaturas de expressão gênica”, ou seja, grupos de genes que apresentam padrões semelhantes de expressão em um subgrupo de pacientes. Desta forma, delinearam três subgrupos distintos de linfoma difuso de grandes células:
- Um subgrupo com expressão de genes semelhante à de células B germinativas, compreendendo cerca de 50% dos casos, que apresentava uma sobrevida geral relativamente elevada;
- Um segundo subtipo com perfil de expressão semelhante ao de células B ativadas, presente em 30% dos casos, com prognóstico desfavorável;
- Um terceiro grupo que não apresenta características dos dois grupos anteriores, constituindo provavelmente um grupo heterogêneo.
Essa noção de que os subgrupos de expressão gênica representam tipos distintos é reforçada pela análise de anormalidades cromossômicas recorrentes nesta neoplasia..
Portanto, os LDGCB são neoplasias agressivas, mas potencialmente curáveis. O IPI (Índice Prognóstico Internacional), baseado em parâmetros clínicos, é fortemente preditivo do tipo de evolução. Um índice proliferativo elevado associa-se a uma pior sobrevida em algumas séries. A expressão aumentada de BCL2 e de P53 na maioria das células neoplásicas também é um indicador prognóstico desfavorável.
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Referências
DOS SANTOS GUILHERME, Roberta et al. Exames laboratoriais complementares indicados no apoio ao diagnóstico do Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB). Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. 33, n. 3, 2008.
Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
DA CONCEIÇÃO, Maria Fátima. LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B NO ADULTO.
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