TEMPO DE SANGRAMENTO (TS): AINDA HÁ ESPAÇO PARA ESSE TESTE NA ROTINA LABORATORIAL?

O tempo de sangramento (TS) é um teste in vivo utilizado para avaliar a função plaquetária e a integridade vascular. Embora tenha sido amplamente empregado no passado, seu uso diminuiu com o surgimento de exames laboratoriais mais precisos, como a agregação plaquetária e os ensaios do fator de von Willebrand.

O que é o tempo de sangramento?

O tempo de sangramento (TS) mede o intervalo necessário para que uma hemorragia controlada cesse após pequenas incisões na pele. O resultado reflete a interação entre plaquetas, endotélio vascular e o fator de von Willebrand.

Os valores de referência geralmente variam de 1 a 7 minutos, mas cada laboratório deve determinar seus próprios parâmetros, considerando as características da população atendida.

Métodos para realização do TS:

Entre as técnicas utilizadas para medir o tempo de sangramento, o método de Ivy é o mais empregado devido à sua maior padronização e reprodutibilidade.

  • MÉTODO IVY:

O método de Ivy é amplamente utilizado e consiste em medir o tempo de sangramento a partir de incisões padronizadas no antebraço. O procedimento segue os seguintes passos:

1. Pressurização: Um esfigmomanômetro é insuflado a 40 mmHg no braço do paciente para manter uma pressão constante durante o teste;

2. Escolha do local: A incisão é feita no antebraço, preferencialmente em uma região livre de pelos e veias, garantindo que apenas os vasos capilares sejam avaliados;

3. Realização das incisões: São feitas pequenas incisões com uma lanceta padronizada, com profundidade de 1 mm e cerca de 10 mm de comprimento;

4. Medição do tempo: O cronômetro é acionado imediatamente, e a cada 30 segundos, um papel de filtro absorve suavemente o sangue;

5. Interpretação: O tempo total é anotado até os 30 segundos mais próximos. Caso o sangramento não pare em 15 minutos, o teste deve ser interrompido.

Fonte: Laboratório de Hematologia: Teorias, Técnicas e Atlas, 2015.

Interpretação dos resultados:

O TS prolongado indica possíveis alterações na hemostasia primária, podendo estar presente em:

  • Trombocitopenias (redução do número de plaquetas);
  • Disfunções plaquetárias (qualitativas);
  • Doença de von Willebrand;
  • Uso de antiagregantes plaquetários (AAS, clopidogrel, etc.);
  • Púrpuras vasculares.

Já um TS normal sugere que a função plaquetária está preservada, mas não exclui distúrbios de coagulação secundária (como hemofilia).

Limitações do TS:

Apesar de sua importância histórica, o TS apresenta algumas desvantagens:

  • Baixa reprodutibilidade: Pequenas variações na técnica podem alterar significativamente o resultado;
  • Influência de fatores externos: Idade, temperatura ambiente e hidratação do paciente podem interferir;
  • Não diferencia distúrbios: O TS prolongado não distingue entre defeitos plaquetários e vasculares.

Além disso, o teste não deve ser realizado em pacientes com púrpura evidente ou em uso de altas doses de antiagregantes plaquetários, pois pode levar a sangramentos prolongados e necessidade de intervenção.

O TS ainda tem espaço na prática laboratorial?

Hoje, métodos laboratoriais como a agregação plaquetária e a dosagem de fator de von Willebrand oferecem maior precisão na investigação da hemostasia primária. No entanto, o TS ainda pode ser útil em locais com acesso limitado a exames mais sofisticados.

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Referências:

MELO, Márcio Antonio Wanderley de; SILVEIRA, Cristina Magalhães da. Laboratório de Hematologia: Teorias, Técnicas e Atlas. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.

SILVA, Paulo Henrique da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

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