HEMOSTASIA TERCIÁRIA E FIBRINÓLISE

HEMOSTASIA TERCIÁRIA E FIBRINÓLISE

A fibrinólise é um processo essencial na hemostasia do organismo, responsável pela dissolução de coágulos sanguíneos formados durante a coagulação. Esse mecanismo complexo desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio entre a formação e a dissolução de coágulos, evitando complicações trombóticas e hemorrágicas.

Mecanismo da Fibrinólise

O processo de fibrinólise é desencadeado após a formação de um coágulo sanguíneo, quando o organismo reconhece a necessidade de dissolver o coágulo para restaurar o fluxo sanguíneo normal. O principal componente do coágulo sanguíneo é a fibrina, uma proteína fibrosa formada pela ação da trombina sobre o fibrinogênio durante a coagulação. A fibrinólise envolve uma série de etapas coordenadas que resultam na degradação da fibrina e na dissolução do coágulo.

O processo de fibrinólise é iniciado pela conversão do plasminogênio em plasmina, uma enzima proteolítica, através da ativação do plasminogênio por ativadores da fibrinólise, como o ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) ou o ativador do plasminogênio uroquinase (u-PA). Esses ativadores são liberados em resposta a estímulos como lesão vascular, trombose ou inflamação.

A plasmina, por sua vez, age sobre a fibrina, clivando-a em fragmentos solúveis de fibrina, chamados de produtos de degradação da fibrina (PDFs) ou dímeros D. Esses fragmentos são então removidos da circulação sanguínea pelo sistema retículo-endotelial, resultando na dissolução do coágulo e na restauração do fluxo sanguíneo.

HEMOSTASIA TERCIÁRIA E FIBRINÓLISE
Representação esquemática da ação da plasmina sobre o fibrinogênio, monômeros de fibrina e fibrina polimerizada, com geração dos diferentes produtos de degradação do fibrinogênio em fibrina. 

Regulação da Fibrinólise

A fibrinólise é um processo finamente regulado para garantir a eficácia na dissolução do coágulo, sem causar hemorragia excessiva. Vários mecanismos de regulação estão envolvidos para controlar a atividade da plasmina e prevenir a formação de coágulos indesejados. Entre esses mecanismos de regulação, destacam-se:

  • Inibidores da plasmina: Proteínas como o inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1) e a alfa-2-antiplasmina regulam a atividade da plasmina, impedindo sua ação excessiva sobre a fibrina.
  • Feedback negativo: A plasmina gerada durante a fibrinólise pode inibir a ativação adicional do plasminogênio, fornecendo um mecanismo de feedback negativo para controlar o processo.
  • Ativação localizada: Os ativadores da fibrinólise, como o t-PA, são liberados localmente no local do coágulo, minimizando o risco de hemorragia sistêmica.

Implicações Clínicas da Fibrinólise

Disfunções na fibrinólise podem resultar em distúrbios hemorrágicos e trombóticos, com consequências clínicas significativas. Por exemplo, deficiências hereditárias ou adquiridas nos inibidores da plasmina podem predispor a eventos trombóticos, enquanto um excesso de ativadores da fibrinólise pode resultar em hemorragia excessiva.

Além disso, a fibrinólise desempenha um papel importante em várias condições clínicas, como acidente vascular cerebral isquêmico, infarto agudo do miocárdio e trombose venosa profunda. O uso terapêutico de agentes fibrinolíticos, como o alteplase, tem sido amplamente empregado para o tratamento dessas condições, visando restaurar o fluxo sanguíneo através da dissolução de coágulos patológicos.

Dímero D como marcador de Fibrinólise

O dímero D é a proteína liberada na corrente sanguínea quando ocorre a degradação do fibrinogênio, a proteína precursora da fibrina. Quando ocorre uma ativação significativa do sistema de coagulação, seja devido a uma trombose (formação de coágulo) ou a uma disseminação intravascular da coagulação (DIC), os níveis de dímero D aumentam.

É importante ressaltar que, embora o dímero D seja um marcador sensível de ativação do sistema de coagulação, ele não é específico para nenhuma condição clínica em particular. Portanto, os resultados dos testes de dímero D devem ser interpretados em conjunto com o quadro clínico do paciente e outros achados laboratoriais e de imagem.

Conclusão

Em suma, a fibrinólise é um processo fundamental no sistema hemostático, responsável pela dissolução de coágulos sanguíneos e pela manutenção do fluxo sanguíneo normal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos e regulação da fibrinólise é essencial para o manejo clínico de distúrbios hemorrágicos e trombóticos, bem como para o desenvolvimento de terapias fibrinolíticas eficazes. A contínua pesquisa nesse campo promete avanços significativos na prevenção e tratamento de doenças relacionadas à coagulação sanguínea.

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Referências

SILVA, Mariana Lessi et al. Relação da coagulação intravascular disseminada pela determinação do dímero-D com a COVID-19: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 2, p. e21011225731-e21011225731, 2022.

Atlas de hematologia: clínica hematológica ilustrada/Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 

Colman RW, Hirsh J, Marder VJ, Clowes AW. Overview of coagulation, fibrinolysis, and their regulation. ln: Colman RW, Hirsh J, Marder VJ, Clowes AW, George JN ( eds. ). Hemostasis and Thrombosis. Basic Principles and Clinical Practive. 4 ed., Philadelphia: Lippincott, 2001: 17-20.

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