HEMOSTASIA – AVALIANDO A COAGULAÇÃO

A hemostasia ou coagulação propriamente dita é o mecanismo pelo qual os fatores de coagulação plasmáticos, fator tecidual e cálcio, interagem após uma lesão vascular, para formar o coágulo de fibrina, após a adesão das plaquetas agregadas. Nesse contexto, as plaquetas fornecem a superfície que abriga o processo da coagulação e interagem com a fibrina para estabilizar o coágulo formado. Dessa forma, a necessidade de confirmar ou excluir uma doença hemorrágica representa situação relativamente comum na prática clínica.
A hemostasia é um processo complexo e vital que previne a perda excessiva de sangue quando ocorre uma lesão vascular. Esse processo didaticamente é subdividido em três fases principais: a hemostasia primária, a hemostasia secundária e a fibrinólise. Entre as várias formas de avaliar a função hemostática, o coagulograma se mostra o exame completo para avaliar a fase primária com a avaliação quantitativa e qualitativa das plaquetas e os testes de Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA), utilizados para avaliar a hemostasia secundária.
Plaquetas
A maioria dos laboratórios adota como norma a realização de plaquetometrias com valores de referência entre 140.000 e 450.000/mm³. Vale ressaltar que oscilações discretas no número de plaquetas (10-15%) são aceitáveis e esperadas em condições normais.
Em geral, a quantificação das plaquetas é realizada por métodos automatizados, reservando-se o método manual para casos duvidosos. Entretanto, é recomendável proceder à análise citológica sempre que houver alteração na plaquetometria, com atenção especial às alterações morfológicas e à presença de agregados plaquetários que podem resultar em uma pseudoplaquetopenia. Além disso, deve-se estar atento também à possível interferência de fatores pré-analíticos, como dificuldade na coleta, aspiração lenta e demora na agitação do tubo.
Em relação a análise qualitativa das plaquetas estão outros índices oferecidos por determinados contadores, como o VPM (Volume Plaquetário Médio) e o PDW (Platelet Distribution Width), que avaliam tanto o volume como a homogeneidade populacional das plaquetas. Na presença de macroplaquetas, por exemplo, ambos os índices, VPM e PDW, devem aumentar devido ao maior tamanho e à maior variabilidade morfológica das plaquetas.
Macroplaquetas e plaquetas gigantes. Fonte. CellWiki
Tempo de Protrombina (TP)
O TP é um teste de coagulação que avalia a via extrínseca e comum da cascata de coagulação. A via extrínseca é iniciada pela liberação do fator tecidual (TF) quando há uma lesão. O TF se liga ao fator VII, ativado-o para formar o complexo TF-Fator VIIa, que ativa o fator X. O fator X ativado (Xa) converte a protrombina em trombina, levando à formação de fibrina. O TP é realizado adicionando tromboplastina tecidual (ou reagente de TF) e cálcio ao plasma do paciente, e medindo o tempo necessário para a formação do coágulo. O tempo de coagulação é comparado com o valor normal e expresso como uma razão, o Índice Normalizado Internacional (INR), que padroniza os resultados independentemente do tipo de tromboplastina usada.
Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA)
O TTPA avalia a via intrínseca e comum da cascata de coagulação. A via intrínseca é iniciada por danos ao vaso sanguíneo que expõem colágeno e outros componentes da matriz, ativando o fator XII, que então ativa outros fatores na cascata, culminando na ativação do fator X. No teste de TTPA, o plasma do paciente é misturado com um reagente que ativa a via intrínseca (como o sulfato de ferro ou cefalina), e o tempo necessário para a formação do coágulo é medido. O TTPA reflete a integridade dos fatores de coagulação VIII, IX, XI e XII, bem como o fator X.
Em conclusão, a hemostasia é um processo essencial para a manutenção da integridade vascular e prevenção de hemorragias excessivas. Os testes de TP e TTPA fornecem informações valiosas sobre a função hemostática, ajudando no diagnóstico e monitoramento de distúrbios de coagulação,ainda que sejam testes de triagem. Além disso, o TP é utilizado para monitorar pacientes em tratamento com anticoagulantes orais, como a varfarina, e para avaliar deficiências de fatores da via extrínseca e comum. O INR, obtido a partir do TP, é uma métrica padronizada que facilita a comparação dos resultados entre laboratórios e pacientes.
O TTPA é essencial para avaliar distúrbios de coagulação relacionados à via intrínseca, como a Hemofilia A e B, e para monitorar a terapia com heparina. Alterações no TTPA podem indicar deficiências de fatores específicos ou a presença de inibidores da coagulação.
O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada
Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação.
Um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.
Unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
Para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino, temos a solução ideal.
Nossa metodologia combina teoria e prática da rotina laboratorial, garantindo um aprendizado efetivo.
Contamos com um corpo docente altamente qualificado, com os melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação.
No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.
Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
QUERO CONHECER TODOS OS DETALHES DA PÓS-GRADUAÇÃO
Referências
LORENZI, T.F.. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Médica e Científica, 2006. 710 p.
FERREIRA CN. et al. O novo modelo da cascata de coagulação baseado nas superfícies celulares e suas implicações. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 32: 416-421, 2010.
NAOUM, Flávio Augusto. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, 2010. 220 p.
0 Comentários