Hemofilia e as Alterações no Hemograma

Hemofilia e as Alterações no Hemograma

A hemofilia é uma coagulopatia hereditária caracterizada pela deficiência de fatores essenciais para a coagulação sanguínea, principalmente o fator VIII (Hemofilia A) ou o fator IX (Hemofilia B).

Consequentemente, essa deficiência pode resultar em episódios de sangramentos espontâneos ou prolongados, principalmente em articulações e tecidos moles, os quais podem levar a complicações graves se não diagnosticadas e tratadas adequadamente.

Embora o diagnóstico da hemofilia seja confirmado mais específicamente pela dosagem dos fatores de coagulação, o hemograma é uma ferramenta laboratorial fundamental que pode revelar alterações indiretas e fornecer informações importantes sobre o estado geral do paciente.

Hemograma na Hemofilia: Alterações Comuns

O hemograma é um exame básico e rotineiro que avalia a quantidade e características das células sanguíneas, incluindo hemácias, leucócitos e plaquetas. Na hemofilia, o hemograma pode apresentar alterações que refletem o impacto dos sangramentos crônicos e das respostas do organismo a essas perdas sanguíneas.

Anemia na Hemofilia

Dessa forma, a presença de sangramentos recorrentes, especialmente os hemartros e hemorragias musculares, pode causar perdas significativas de sangue, resultando em anemia ferropriva ou anemia por perda crônica. Nesse contexto, no hemograma, isso se manifesta principalmente por:

  • Redução da hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht): níveis diminuídos indicam anemia.
  • Alterações morfológicas das hemácias: dependendo da cronicidade, pode haver microcitose, características da anemia ferropriva.

Contagem de Plaquetas na Hemofilia

Em geral, pacientes com hemofilia apresentam contagem de plaquetas normal, pois a doença não afeta a produção ou destruição dessas células. Entretanto, é essencial monitorar as plaquetas para descartar outras condições associadas, como trombocitopenias secundárias a tratamentos ou complicações.

Leucócitos na Hemofilia

A contagem de leucócitos costuma estar dentro dos valores normais. Todavia, elevações ou reduções significativas devem levar à investigação de infecções ou processos inflamatórios concomitantes.

Aspectos Indiretos da Hemofilia

  • Reticulócitos: Em casos de anemia devido a hemorragias, pode haver aumento relativo de reticulócitos no sangue periférico, indicando uma resposta medular compensatória para a perda de hemácias.
  • Presença de esquizócitos: Não é comum na hemofilia, porém pode aparecer em casos com coagulopatias associadas a microangiopatias.

Conclusão

Embora o hemograma não seja diagnóstico para hemofilia, ele é um exame essencial para avaliação inicial e acompanhamento dos pacientes. Assim, a identificação de anemia, especialmente em pacientes com sangramentos crônicos, auxilia na orientação terapêutica e na prevenção de complicações. Além disso, a monitorização da contagem plaquetária e leucocitária é importante para detectar possíveis complicações secundárias.

Por fim, a interpretação do hemograma deve sempre ser associada a exames específicos da coagulação para um diagnóstico preciso e manejo adequado da hemofilia.

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Referências:

Hoffman, R., et al. Hematology: Basic Principles and Practice. 7th ed. Elsevier, 2018.

Mannucci, P. M., & Tuddenham, E. G. D. The Hemophilias — From Royal Genes to Gene Therapy. New England Journal of Medicine, 2001;344(23):1773-1779.

Kadir, R. A., et al. Hematological Changes in Hemophilia Patients: A Review. Blood Reviews, 2020;44:100672.

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