Tuberculose: Perfil Hematológico

A Tuberculose (TB) é uma infecção micobacteriana, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta em maior proporção os pulmões. A doença acomete milhões de pessoas todos os anos, constituindo assim uma potente problemática na área da saúde pública mundial, fato explicado pela sua alta transmissibilidade e letalidade.
A tuberculose tem como principal forma de transmissão a via aérea, uma vez que o indivíduo suscetível inala partículas (aerossóis) presentes no ambiente. Assim, essas partículas contêm a bactéria, o que gera potencial para o desenvolvimento da doença.
Ademais, verifica-se que a susceptibilidade à infecção e progressão da tuberculose no organismo está atrelada a alguns fatores que dizem respeito tanto ao agente etiológico quanto ao hospedeiro. Além disso, o grau de patogenicidade deriva da quantidade e virulência dos bacilos como também do painel de resistência natural e adquirida do indivíduo acometido.

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Fisiopatologia da Tuberculose
Sabidamente, o próprio hospedeiro expressa respostas imunológicas que dão origem às manifestações clínicas da tuberculose. Nesse contexto, as micobactérias e aos antígenos a ela pertencentes.
Inicialmente a infecção começa com a ativação dos neutrófilos, que em alguns dias passam a ser substituídos pelos macrófagos. Estes são orientados a eliminar os microrganismos, mas não obtêm êxito, pois eles estão envoltos por um tipo de revestimento especial. As células T ajudam os macrófagos a permanecerem no sítio da infecção, por intermédio da liberação de substâncias chamadas linfocinas. Os especialistas convencionam essa resposta do organismo como uma resposta imunitária do tipo hipersensibilidade tardia, mediada por células.
Sintomatologia da Tuberculose
Em primeiro lugar, na maior parte dos casos os indivíduos apresentam a infecção primária que é assintomática ou de curso leve, causando apenas febre e dor torácica pleurítica. Nesses casos em específico, a lesão primária tende a cicatrizar espontaneamente.
Dessa maneira, a doença (pacientes adultos) inicia-se com sintomas bastante inespecíficos, como febre diurna, sudorese noturna, anorexia, mal-estar e fraqueza. Por isso, ao verificar a progressão da doença, os pacientes tendem a desenvolver episódios de tosse, com hemoptise (eliminação de sangue pelo trato respiratório por meio da tosse) maciça ocasional.
Portanto, ao observar que esse sintoma, o mais frequente, persiste por mais de três semanas, os profissionais o classificam como sintomático respiratório e o encaminham para investigação de tuberculose (TB).
Alterações Hematológicas da Tuberculose
É importante citar que o hemograma não é um exame específico para o diagnóstico de tuberculose, porém algumas alterações nos parâmetros hematológicos que bem analisados e alinhados à clínica podem indicar a ocorrência da doença, a exemplo disso:
Anemia: alteração mais comum, e geralmente vê-se anemia de doença crônica, caracterizada pela diminuição na produção de eritrócitos, fato que reflete posteriormente em baixos níveis de hemoglobina e hematócrito.
Leucocitose: aumento expressivo no número global de glóbulos brancos, que expressa a resposta inflamatória do organismo à infecção bacteriana.
Trombocitose (aumento de plaquetas) – fato comum, principalmente, em fases ativas, uma vez que o corpo produz mais plaquetas em função da resposta inflamatória exacerbada.
Trombocitopenia (redução de plaquetas) – alteração mais incomum, mas possível, sobretudo, em casos mais de maior gravidade, disseminados ou quando há comprometimento vinculado à medula óssea ou até mesmo em reações autoimunes.
Importante ressaltar também um teste de VHS (velocidade de hemossedimentação) que em termos gerais se encontrará elevado, este é um forte um indicador, porém inespecífico de inflamação mas que pode ser analisado em pacientes com esse tipo de infecção.
Conclusão
Em suma, as alterações hematológicas na tuberculose espelham a resposta inflamatória do organismo frente ao agente infeccioso e podem servir como indicadores importantíssimos do estado clínico do paciente.
Logo, mesmo tendo baixa especificidade, os parâmetros ao serem analisados em consonância a outros aspectos clínicos e laboratoriais, possibilitam fechar o diagnóstico com mais segurança e confiabilidade para o médico encarregado do caso.
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Referências:
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