HEMOGRAMA NA MALÁRIA
A malária é uma doença infecciosa grave, causada por protozoários do gênero Plasmodium. As quatro espécies responsáveis pela malária humana são Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. A transmissão ocorre principalmente através da picada de fêmeas do mosquito Anopheles, sendo a doença mais prevalente em regiões tropicais e subtropicais.
Estima-se que haja entre 300 a 500 milhões de casos anuais de malária no mundo, com quadros fatais frequentemente associados ao P. falciparum, embora outras espécies, como o P. vivax, também possam causar manifestações graves.
Nos seres humanos, os parasitos da malária (na forma de esporozoítos) migram para o fígado, onde se desenvolvem e liberam outra forma chamada merozoíto. Os merozoítos, por sua vez, entram na corrente sanguínea e infectam as hemácias. Dentro das hemácias, os trofozoítos se multiplicam (os esquizontes) que causam o rompimento das células após 48 a 72 horas, liberando novos parasitos e reiniciando o ciclo de infecção.
Esse processo leva à destruição das hemácias e resulta em anemia hemolítica, que pode ser severa e até fatal. Essa enfermidade é uma das maiores causas de anemia em áreas endêmicas, já que o Plasmodium é um parasita intra-eritrocitário que destroi as hemácias.
A malária pode apresentar uma variedade de sintomas, dos quais os mais comuns são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, que muitas vezes surgem de forma cíclica. O sinal clássico da doença é a febre periódica que reflete o ciclo de replicação do parasita no organismo. Muitos pacientes também apresentam náuseas, vômitos, fadiga e perda de apetite.
Nos casos mais graves, a malária pode levar a complicações sérias, incluindo comprometimento do sistema nervoso central, anemia severa, insuficiência renal, disfunção pulmonar, choque, coagulação intravascular disseminada, hipoglicemia, acidose metabólica e danos ao fígado.
A suspeita de malária deve ser considerada quando o paciente apresenta febre (temperatura ≥37,5°C) e tem histórico de exposição a essas regiões, como residência ou viagens nas duas semanas que antecedem ao início dos sintomas. O diagnóstico precoce e preciso da malária é fundamental para o tratamento adequado e para a redução das taxas de morbimortalidade associadas à doença.
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:
As alterações hematológicas na malária variam conforme a gravidade da infecção.
O método utilizado para a identificação de parasitas no sangue é o exame de gota espessa ou análise do esfregaço sanguíneo tradicional, que permite a detecção direta do parasita. O recomendado é que a coleta seja realizada preferencialmente durante a fase de calafrios ou logo após o paroxismo febril, quando a probabilidade de detecção do Plasmodium, especialmente o P. falciparum, é maior.
Plasmodium sp. em esfregaço sanguíneo.
No eritrograma, observa-se uma anemia geralmente com características normocíticas e normocrômicas, acompanhada de sinais de hemólise. Nos casos mais graves, essa anemia pode evoluir para uma hemólise intravascular intensa, com presença de policromatofilia e reticulocitose, indicando a produção aumentada de novas hemácias em resposta à destruição celular.
A anemia causada pelo Plasmodium falciparum geralmente se instala cerca de 48 horas após o início da febre, em consequência da destruição das hemácias infectadas pelo parasita. Após o início do tratamento, observa-se um declínio do hematócrito, que ocorre devido à reidratação do paciente, restaurando o equilíbrio de líquidos no organismo.
Além do quadro anêmico, a malária frequentemente provoca trombocitopenia, caracterizada pela redução no número de plaquetas no sangue. No entanto, a trombocitopenia não é considerada um biomarcador para avaliar a gravidade da infecção. Ademais, pode haver um aumento discreto no número de leucócitos e monócitos.
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Referências:
DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.
DE MELO, Márcio Antonio Wanderley; DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.
Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.
GOMES, Andréia Patrícia et al. Malária grave por Plasmodium falciparum. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 23, p. 358-369, 2011.
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