Hemograma na LMC

Hemograma na LMC

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada pela proliferação descontrolada de células mieloides originadas de uma célula-tronco clonada. O principal marcador genético é a translocação t(9;22), formando o cromossomo Philadelphia e o gene BCR-ABL1, que ativa a tirosina quinase e causa proliferação celular anormal. O hemograma na LMC é essencial para monitorar a doença.

A Fase Crônica e o Hemograma na LMC

Na fase crônica da LMC, os médicos controlam a produção excessiva de células mieloides, de modo que os pacientes podem apresentar-se assintomáticos ou com sintomas leves. O hemograma, um exame laboratorial essencial, frequentemente mostra um aumento na contagem de leucócitos, mas com predominância de formas maduras de granulócitos, como neutrófilos.

Além disso, os blastos, que são células imaturas, geralmente ficam abaixo de 10%. Esse achado é característico da fase crônica e é um importante indicador para o acompanhamento da doença, uma vez que permite a detecção precoce de qualquer progressão para formas mais agressivas.

O hemograma é imprescindível para monitorar o progresso da LMC e identificar sinais de transformação. Assim, quando os blastos começam a aumentar significativamente no sangue periférico ou na medula óssea, isso pode, de fato, sinalizar uma transição para a crise blástica, a qual representa uma fase mais grave e agressiva da doença.

A Crise Blástica na LMC

A crise blástica ocorre quando a LMC avança para uma fase mais agressiva, com características semelhantes às leucemias agudas. Este estágio é definido pela presença de 20% ou mais de blastos na medula óssea ou no sangue periférico. No hemograma, a presença de uma grande quantidade de blastos identifica facilmente a crise blástica, o que indica, portanto, a agressividade da doença e a necessidade de tratamento intensivo imediato.

Na crise blástica, o hemograma pode revelar:

  • Blastos elevados (>20%) em um contexto de pancitopenia, com leucopenia ou leucocitose, dependendo da evolução da doença;
  • Anemia severa e plaquetopenia.

Esses achados, juntamente com a sintomatologia clínica, como febre, esplenomegalia e manifestações infecciosas ou hemorrágicas, exigem uma intervenção imediata. Vale ressaltar que os tratamentos convencionais, como os inibidores de tirosina quinase (ITKs), tendem a apresentar uma resposta limitada nessa fase.

Tratamento e Perspectivas na LMC

O tratamento da crise blástica é agressivo e envolve, principalmente, uma combinação de quimioterapia para leucemia aguda, além do uso de inibidores de tirosina quinase de segunda ou terceira geração. Além disso, em alguns pacientes, especialmente os mais jovens e com bom estado geral de saúde, os médicos podem considerar o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas como uma opção curativa.

Embora o tratamento seja exigente, o hemograma continua a ser uma ferramenta essencial no acompanhamento dos pacientes com crise blástica. Após o tratamento, os médicos monitoram de perto o hemograma para avaliar a resposta terapêutica, esperando uma redução nos blastos e uma recuperação das células sanguíneas normais. Dessa forma, o acompanhamento constante permite ajustar o tratamento conforme necessário, garantindo a eficácia no controle da doença.

Conclusão

Portanto, a presença de blastos é um dos sinais mais críticos para identificar a crise blástica no hemograma na LMC. Este estágio da doença exige, portanto, uma intervenção rápida e intensiva, com o objetivo de controlar a proliferação de blastos e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida do paciente. Dessa forma, os médicos devem iniciar o tratamento imediatamente para evitar complicações mais graves. Assim, o acompanhamento contínuo do hemograma se torna crucial para monitorar a doença e adaptar o tratamento, oferecendo um prognóstico mais favorável.

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Referências:

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