HEMOGRAMA EM INFECÇÕES BACTERIANAS
O hemograma é um exame laboratorial amplamente utilizado para avaliar a saúde geral do paciente e identificar alterações relacionadas a diversas condições clínicas. Em infecções bacterianas, ele se torna uma ferramenta muito útil, pois reflete as respostas do sistema imunológico frente à presença desses agentes patogênicos bem como a gravidade da condição.
A resposta do organismo a uma infecção bacteriana é mediada por um complexo sistema de defesa que envolve tanto a imunidade inata, com rápida ativação de neutrófilos e monócitos, quanto a imunidade adquirida, que proporciona respostas mais específicas ao patógeno. Essas respostas imunológicas resultam em mudanças significativas no hemograma, como o aumento da contagem de neutrófilos, a presença de granulações grosseiras e algumas outras alterações na morfologia celular.
De forma geral, durante o percurso da bactéria para causar a infecção, o organismo ativa mecanismos de defesa que envolvem a ação de neutrófilos e monócitos, especializadas na fagocitose. Essas células não atuam isoladamente, pois contam elas com o suporte do sistema complemento e de diversas citocinas capazes de potencializar e/ou ativar outros processos de defesa. Além disso, elas possuem múltiplas funções, sendo uma delas a indução da febre, um mecanismo de proteção do organismo.
A elevação da temperatura corporal causada pela febre promove a desnaturação de proteínas bacterianas, comprometendo sua função e contribuindo para o combate à infecção. Esse processo, embora complexo e multietapas, é essencial para a contenção do agente infeccioso.
Além de alterações no hemograma, mudanças na produção de proteínas de fase aguda, como a proteína C-reativa (PCR), são observadas. A PCR atinge níveis elevados entre o 2º e o 5º dia da infecção, mas pode diminuir antes que o processo inflamatório seja completamente resolvido.
Alterações no Hemograma Durante Infecções Bacterianas
As infecções bacterianas causam alterações que variam de acordo com a fase da infecção:
- Fase Inicial:
- Ocorre leucopenia (diminuição dos leucócitos), devido ao recrutamento de neutrófilos para o local da infecção.
- Segunda Fase:
- A produção de citocinas estimula a medula óssea, resultando em um aumento da contagem de neutrófilos e gerando leucocitose.
- Um desvio à esquerda pode ser observado, indicando a liberação de formas mais jovens de neutrófilos, como bastonetes, no sangue periférico.
Diante da gravidade da infecção bacteriana, o hemograma pode revelar alterações específicas que ajudam no diagnóstico e na avaliação do quadro:
- Granulações Grosseiras
- Corpos de Döhle
- Vacuolizações Citoplasmáticas
- A contagem de linfócitos torna-se variável, podendo apresentar reatividade
Hipergranulações grosseiras em Neutrófilos. Fonte: CellWiki
Embora o hemograma não seja capaz de diagnosticar, por si só, uma infecção bacteriana, ele é uma ferramenta extremamente útil no auxílio à avaliação clínica. Quando interpretado em conjunto com o quadro clínico do paciente e outros exames complementares, como cultura microbiológica e marcadores inflamatórios, o hemograma contribui significativamente para a identificação do estágio e da gravidade da infecção, orientando o diagnóstico e o manejo adequado do caso.
O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada
Todo analista que busca se destacar e se tornar um profissional mais atualizado, capacitado e qualificado para o mercado de trabalho precisa considerar uma pós-graduação. Isso porque, um profissional com especialização é valorizado na área laboratorial; esse é um fato inegável.
Por isso, unimos o útil ao agradável ao desenvolver uma pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica para aqueles que procuram a comodidade de uma pós-graduação 100% online e ao vivo, sem abrir mão da excelência no ensino.
Além disso, contamos com um corpo docente altamente qualificado, composto pelos melhores professores do Brasil, referências em suas áreas de atuação. Nossa metodologia, que combina teoria e prática da rotina laboratorial, garante um aprendizado efetivo e de qualidade.
No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, temos apenas um objetivo: mais do que ensinar, vamos tornar VOCÊ uma referência.
Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
Referências:
BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: Um guia prático. 5° ed. Artmed. 2016.
FAILACE. R.; FERNANDES, F. Hemograma: Manual de interpretação. 6° ed. Artmed. 2015.
OLIVEIRA, R. A. G. Hemograma: Como fazer e interpretar. –2.ed.– São Paulo: Red publicações, 2015.
NAOUM, F. A. Doenças que alteram os exames hematológicos. São Paulo: Atheneu, 2010.
0 Comentários