CONTAGEM MANUAL DE RETICULÓCITOS
Os reticulócitos são hemácias jovens, representando o estágio final antes da maturação completa dos eritrócitos. Em condições normais, após sua produção na medula óssea, são liberados para a corrente sanguínea, onde finalizam sua maturação em um período de 1 a 2 dias.
Morfologicamente, os reticulócitos são células anucleadas que ainda contêm RNA ribossômico residual em seu citoplasma. A combinação entre a basofilia citoplasmática, devido ao RNA, e a acidofilia da hemoglobina resulta em uma coloração característica, conhecida como policromatocitose ou policromasia. Contudo, nem todos os reticulócitos apresentam quantidade suficiente de RNA para evidenciar essa característica em preparações coradas pelos métodos de Romanowsky.
A contagem de reticulócitos tem como objetivos principais avaliar a eritropoiese, investigar anemias hemolíticas e monitorar a eficácia da resposta terapêutica. O método consiste na identificação dessas células no sangue periférico, oferecendo informações valiosas sobre a atividade da medula óssea.
Embora existam tecnologias automatizadas que garantem maior precisão e agilidade nos resultados, a contagem manual de reticulócitos ainda é amplamente empregada em muitos laboratórios, especialmente quando é necessário um exame detalhado ou confirmação dos dados obtidos de forma automatizada.
- Aumento do reticulócito pode estar associado a: anemia hemolítica, hemorragia, início do tratamento da anemia ferropriva e megaloblástica.
- Diminuição do reticulócito pode estar associada a: anemia aplástica, ferropriva e megaloblástica antes do início da terapêutica.
TÉCNICA DE COLORAÇÃO AZUL DE CRESIL BRILHANTE
Os reticulócitos são observados por meio da coloração supravital, de uso amplo é utilizando o corante azul de cresil brilhante, sendo a análise baseada na observação microscópica.
- Homogeneíza-se a amostra sanguínea e aspiram-se 50 µL do sangue total com EDTA do paciente, juntamente com 50 µL do reagente azul de cresil brilhante (1:1).
- O conteúdo é colocado em um tubo de ensaio e homogeneizado.
- A amostra é aquecida em banho-maria a 37°C por 15 minutos.
- Após o tempo de incubação, o tubo é homogeneizado novamente e um esfregaço é feito na lâmina.
- Após a secagem do esfregaço, a lâmina é analisada no microscópio óptico na objetiva de 1000X sob imersão.
O valor de referência para reticulócitos é de 0,5 a 2,0%.
COMO QUANTIFICAR:
A contagem de reticulócitos geralmente é realizada com base na contagem em 1000 hemácias, tradicionalmente são 5 campos com cerca de 200 hemácias cada (tem visualmente a quantidade de hemácias para pacientes normais). Obviamente que o número de campos contados podem variar de acordo com a condição do paciente. Assim, mais ou menos campos podem ser contados.
Fórmulas utilizadas:
Percentual de reticulócitos = (Número de reticulócitos contados / 1000) x 100
Contagem corrigida de reticulócitos (CCR): CCR = Percentual de reticulócitos x (Hematócrito do paciente / Hematócrito padrão)
Índice de produção de reticulócitos (IPR): IPR = CCR / Tempo de maturação dos reticulócitos
Lembrando que esse cálculo da correção dos reticulócitos é aplicável em pacientes com certas condições como anemia. O hematócrito padrão utilizado nos cálculos varia de acordo com o sexo e a idade do paciente, geralmente utiliza-se 45% para homens adultos e 40% em mulheres adultas, adolescentes e crianças de ambos os sexos.
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Referências:
DA SILVEIRA, Cristina Magalhães. Laboratório de Hematologia–teorias, técnicas e atlas. Editora Rubio, 2020.
DA SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Artmed Editora, 2015.
OLIVEIRA, Raimundo Antônio Gomes. Hemograma: Como fazer e interpretar. 1ª edição. Editora LMP, 2007.
ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de hematologia. Atheneu. 899p. 2013.
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