Homogeneização: uma aliada importante
Uma amostragem hematológica inadequada e insuficiente pode causar interpretações errôneas. Se os resultados não estiverem em concordância com o quadro clínico do paciente, isso pode gerar suspeitas. Portanto, em caso de qualquer incompatibilidade, é crucial avaliar cuidadosamente cada caso.
Por que homogeneizar?
Aqui está um exemplo real (hemograma de uma criança) relacionado a problemas de má homogeneização.
A pergunta que fica é: É este resultado autêntico? Nós observamos uma concentração de hemoglobina de 17,6 g/dL, um hematócrito de 50% em massa e uma contagem eritrocitária plaquetária de 5,46 milhões.
Em contraste com essas alterações, notamos que não há fuga da normalidade para leucócitos e plaquetas. Em particular, a alta concentração de hemoglobina e eritrócitos chama a atenção, assim como o valor elevado de hematócrito, que não é consistente com o perfil recente do paciente. Diante disso, a suspeita de erro levou a um novo processamento da amostra. Antes disso, realizou-se um processo de homogeneização mais rigoroso da amostra. Observe o resultado subsequente.
O novo resultado (hemograma acima) revelou-se muito mais compatível com o perfil do paciente. A concentração de hemoglobina diminuiu para 10,5 g/dL, e o hematócrito também apresentou uma redução significativa. Além disso, os índices hematimétricos revelaram uma discreta microcitose e hipocromia. Quanto ao leucograma, também foi observada uma inversão notável entre os neutrófilos e os linfócitos. A contagem de plaquetas também aumentou.
Este caso claramente exemplifica um problema de homogeneização. Nessas circunstâncias, é crucial proceder com cautela e investigação, especialmente quando distúrbios de eritrocitose são evidentes. É fundamental examinar a amostra com cuidado, prestando atenção a características como viscosidade e analisando minuciosamente cada etapa do processo para garantir a precisão dos resultados. Isso é necessário para garantir que os resultados estejam alinhados com o quadro clínico do paciente e não tenham sido afetados por interferências.
Homogeneização por equipamentos
Muitos equipamentos realizam automaticamente a homogeneização atualmente, no entanto, devemos manter a vigilância sobre a qualidade da amostra. Por exemplo, se um tubo estiver sobrecarregado de sangue, o equipamento pode realizar uma homogeneização inconsistente.
Além disso, os equipamentos que executam a homogeneização frequentemente possuem módulos que permitem intervenção manual, o que é especialmente útil ao lidar com amostras de baixa quantidade. Resumindo, problemas relacionados à homogeneização de amostras exigem nossa atenção cuidadosa.
Os analistas realizam os resultados minuciosamente, especialmente se houver discrepâncias ou se os resultados não estiverem de acordo com o quadro clínico do paciente. Devemos avaliar a amostra em relação à sua homogeneização e considerar todas as etapas do processo de análise antes de interpretar os resultados.
Referências
- Ministério da Saúde. Laboratório de Hemostasia: Gestão da Fase Pré-Analítica. [PDF]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/laboratorio_hemostasia_gestao_fase_pre_analitica.pdf. Acesso em: 05 de outubro de 2023.
- BAIN, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático. Tradução de Renato Failace. 5ª edição. Editora Artmed, 2016.
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