MONONUCLEOSE INFECCIOSA

MONONUCLEOSE INFECCIOSA

A mononucleose infecciosa é uma enfermidade febril aguda, contagiosa, provocada pelo vírus Epstein-Barr, que afeta predominantemente pessoas com idades entre 15 e 25 anos, a taxa de mortalidade é baixa, sintomas variam de leves a graves.

Os sintomas devem se manifestar após um período de incubação de uma a duas semanas. Além da fadiga extrema e da febre, os pacientes podem experimentar dor de garganta intensa devido à inflamação das amígdalas, aumento dos gânglios linfáticos, erupção cutânea, dor de cabeça e desconforto abdominal. Em alguns casos raros, complicações como hepatite, inflamação do baço (esplenomegalia) e anemia podem ocorrer.

Após a transmissão, o vírus infecta o revestimento da orofaringe, especialmente o tecido linfático nas amígdalas e nas glândulas salivares, a partir de onde se dissemina para outras células. Isso inclui a infecção dos linfócitos B presentes nas criptas das amígdalas, sendo. O vírus Epstein-Barr (EBV) tem a capacidade de infectar linfócitos B maduros, incluindo os de memória, estimulando sua proliferação, além de afetar linfócitos T e células NK. Após a infecção pelo EBV, essas células podem entrar em um estado de latência, permanecendo inativas na garganta e no sangue por longos períodos, possivelmente durante toda a vida do indivíduo, com a ocorrência ocasional de replicação viral sem sintomas aparentes.

No hemograma, pode-se observar uma contagem de leucócitos normal ou uma leucocitose, com níveis entre 10.000 e 20.000 células/mm³. Em alguns casos, podem ocorrer reações leucemoides. A leucocitose geralmente apresenta uma predominância de linfócitos, representando mais de 50% do total de leucócitos. Um achado típico, embora não exclusivo, da doença é a presença de linfócitos reativos, também conhecidos como células de Downey, que constituem pelo menos 10% dos linfócitos totais. Essas células variam em tamanho e forma, sendo notavelmente maiores,  formato pode ser regular ou não, citoplasma basofílico abundante, e cromatina que pode ser mais frouxa. Além disso, as aminotransferases ALT e AST podem se elevar em até 90% dos casos. A concentração sérica de bilirrubina está aumentada em até 40% das situações, apesar da icterícia ser infrequente.

mononucleose infecciosa
Linfócitos reativos em Mononucleose infecciosa. Fonte: CellWiki

Em resumo, a mononucleose infecciosa, apesar de ser comumente conhecida como “doença do beijo”, é uma condição viral séria que pode causar desconforto significativo e, em alguns casos, complicações graves. Um diagnóstico precoce, seguido de um manejo adequado dos sintomas, é essencial para garantir uma recuperação rápida e completa.

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Referências

DE OLIVEIRA, Juliana Linhares et al. O vírus Epstein-Barr e a mononucleose infecciosa. Rev Bras Clin Med. São Paulo, v. 10, n. 6, p. 535-43, 2012.

HUTT-FLETCHER, Lindsey M. Entrada do vírus Epstein-Barr. Revista de virologia , v. 81, n. 15, pág. 7825-7832, 2007.

Gomes AP, Bazzolli DMS, Fontes GG, et al. Laboratório aplicado a clínica – manual prático. Viçosa; UFV, 2012

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