Autor: Atlas em Hematologia

  • TROMBOCITEMIA ESSENCIAL

    TROMBOCITEMIA ESSENCIAL

    A trombocitemia essencial (TE) é uma neoplasia mieloproliferativa crônica caracterizada por uma produção excessiva de plaquetas pelo sistema hematopoiético. Essa neoplasia é mais prevalente em idosos e no sexo feminino, apresentando como características clínicas a esplenomegalia e o risco de trombose ou hemorragia devido à disfunção plaquetária associada à doença. 

    Anteriormente, o diagnóstico se baseava principalmente na exclusão de outras patologias e quadros reacionais, hoje se sabe que aproximadamente metade dos casos apresenta a mutação genética adquirida JAK2, que auxilia no diagnóstico. 

    O hemograma dessa doença é caracterizado por uma plaquetose acentuada, geralmente acima de 1.000.000/mm³, com presença de macroplaquetas, e algumas hipogranulares, além de intensa anisocitose plaquetária, refletida pelos aumentos de VPM (volume plaquetário médio) e PDW (amplitude de distribuição das plaquetas).

    trombocitemia essencial
    Lâmina com plaquetose e presença de macroplaquetas em TE. Fonte CellWiki

    Os mecanismos que levam à trombocitose ainda não são muito conhecidos, mas os estudos apontam para produção anormal, quantitativa e qualitativamente de plaquetas oriundas de clones de megacariócitos anormais. Com relação às manifestações clínicas, aproximadamente 85% dos casos são assintomáticos, sendo o diagnóstico a maioria das vezes, feito acidentalmente. O quadro clínico é muito variável, podendo ocorrer perda de peso, cefaléia, febre, sudorese, prurido, ataques isquêmicos transitórios, angina, abortamento no primeiro trimestre da gravidez e eritromelalgia.

    Geneticamente, a trombocitemia essencial está incluída nas desordens hematopoiéticas clonais, neoplasias mieloproliferativas clássicas, cujo gene BCR-ABL1 está ausente. Esta doença é caracterizada pela presença de alterações no material genético Janus Quinase 2 (JAK-2), Calreticulina (CALR) ou Proteína de Leucemia Mieloproliferativa (MPL), e essas mutações podem ser do tipo somáticas ou germinativas. Essa última pode levar à trombocitose familiar.

    Pacientes acima de 60 anos com TE associada a fatores de risco cardiovasculares e com história prévia de trombose devem receber terapêutica com a finalidade de diminuir o número de plaquetas e risco de trombose, e consiste no uso de antiagregantes e agentes citostáticos como a hidroxiureia.

    Por fim, a trombocitemia essencial é uma neoplasia mieloproliferativa crônica que requer um diagnóstico cuidadoso e um manejo apropriado para prevenir complicações trombóticas e hemorrágicas. Compreender a etiologia, as apresentações clínicas e as opções de tratamento é fundamental para o manejo eficaz desta condição. 

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    Referências

    LEITE, Andrea B.; SILVA, Herivaldo F.; NOGUEIRA, Otho L. Trombocitemia essencial. Revista brasileira de hematologia e hemoterapia, v. 23, p. 49-50, 2001.

    TORRES, Brenno Renann Silva; DE OLIVEIRA LINS, Severina Rodrigues. Relações genéticas da trombocitemia essencial: uma revisão narrativa da literatura. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 12, p. 94154-94164, 2020.

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • CRISTAIS DA MORTE

    CRISTAIS DA MORTE

    Inclusões Citoplasmáticas

    Os chamados “cristais da morte” são inclusões citoplasmáticas que podem ser observadas em neutrófilos e monócitos. Esses cristais são caracterizados por sua aparência azul-esverdeada distintiva sob a microscopia. Eles foram identificados inicialmente em pacientes afetados por condições infecciosas graves, como septicemia e pneumonia grave, e mais recentemente em casos de COVID-19, além de pacientes gravemente enfermos com disfunção hepática aguda e acidose láctica. 

    Não está muito claro, mas muito provavelmente, as inclusões estão relacionadas à lesão tecidual. Primeiramente, foram chamados de inclusões azul-esverdeadas, e posteriormente, de forma não oficial (não laudada), de “cristais da morte” devido a sua alta associação com prognósticos ruins.

    Morfologicamente, se apresentam  como estruturas cristalinas azul-esverdeadas quando observados sob microscopia. Essa coloração distintiva é resultado da organização e propriedades ópticas dos cristais. Variam em tamanho, geralmente são pequenos e podem aparecer de forma dispersa no citoplasma. 

    Neutrófilos com cristais da morte azul-esverdeados. Fonte CellWiki

    A identificação de inclusões cristais da morte nos neutrófilos é pouco comum, mas muitas vezes essas inclusões passam despercebidas e não são devidamente relatadas por diversos motivos. Em primeiro lugar, na maioria dos casos, as inclusões estão presentes em uma pequena proporção de células (menos de 1% dos neutrófilos e monócitos e ainda menos do total de leucócitos), o que pode resultar na falta de detecção durante a análise morfológica de rotina dos esfregaços de sangue periférico. Em segundo lugar, é crucial distinguir as inclusões azul-esverdeadas refratárias de outras inclusões ou alterações no citoplasma. Caso contrário, pode haver confusão, como com os corpos de Döhle.

    Em conclusão, os cristais da morte representam uma manifestação patológica observada nessas células em condições graves, refletindo um estado de resposta imunológica intensificada e estresse celular. O estudo contínuo dessas inclusões pode oferecer insights valiosos para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de doenças associadas à inflamação aguda e severa.

    A investigação contínua sobre os cristais da morte nos neutrófilos não só pode aprimorar nossa compreensão das respostas imunológicas em condições críticas, mas também oferecer novas perspectivas para o desenvolvimento de biomarcadores específicos e terapias direcionadas.

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    Referências

    COURVILLE, Elizabeth L. et al. Green neutrophilic inclusions are frequently associated with liver injury and may portend short-term mortality in critically ill patients. Laboratory Medicine, 2017.

    CANTU, Miguel D. et al. Clinical significance of blue‐green neutrophil and monocyte cytoplasmic inclusions in SARS‐CoV‐2 positive critically ill patients. British journal of hematology, 2020.

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • HEMATOPOIESE

    HEMATOPOIESE

    A Origem das Células Sanguíneas

    A hematopoiese é o processo pelo qual todas as células sanguíneas são produzidas a partir de células-tronco hematopoéticas (CTHs) na medula óssea. Este processo complexo e altamente regulado é essencial para a manutenção da homeostase sanguínea e para a resposta imune do organismo. 

    Como as células sanguíneas maduras têm uma vida útil predominantemente curta, as células-tronco são indispensáveis ao longo da vida para reposição, localizando-se na fase adulta  na medula óssea.

    A fase inicial de produção do sangue ocorre ainda no saco vitelino, onde é chamada de hematopoiese “primitiva”. O principal objetivo dessa hematopoiese é produzir glóbulos vermelhos que ajudam na oxigenação dos tecidos. A característica distintiva das células eritroides primitivas é a expressão de globinas embrionárias. Esse sistema hematopoético é temporário e rapidamente substituído pela hematopoiese do tipo adulto, conhecida como “definitiva”.

    As células pluripotentes da medula óssea mantêm a capacidade de auto-renovação e adquirem a capacidade de diferenciação, dando origem às séries eritroblástica, granulocítica, megacariocítica e também aos linfócitos do sangue periférico.  

    O controle da hematopoese em todas as suas fases é feito por ação de vários genes reguladores da produção de fatores estimuladores e inibidores. As células-tronco também sofrem a ação de várias substâncias que controlam a capacidade de auto-renovação. Dentre essas estão as interleucinas (IL) IL-1, IL-3, IL-6 e IL-11. O Steel Factor (SF), também denominado stem cells factor, e o G-CSF atuam na fase de expansão das células-tronco, isto é, na proliferação. 

    hematopoiese
    Hematopoese.  Fonte: Lorenzetti Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada 2006

    A diferenciação dos progenitores medulares é feita por influência de fatores provenientes do meio externo e que agem diretamente sobre as células. A presença desses fatores na membrana celular é transmitida ao núcleo por meio de um sinal de transdução, que, afinal, atinge alguns genes localizados no interior dessas células. 

    Linhagem Mieloide

    A hematopoese mieloide é regulada por uma complexa rede de fatores de crescimento, citocinas e receptores de superfície. Alguns dos principais reguladores incluem:

    • Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos-Macrófagos (GM-CSF): Estimula a proliferação e diferenciação de precursores mieloides.
    • Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos (G-CSF): induz a formação de neutrófilos a partir de progenitores mieloides.
    • Fator Estimulador de Colônias de Macrófagos (M-CSF): Promove a diferenciação de monócitos em macrófagos.

    Por outro lado, inibidores como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e o interferon-gama (IFN-γ) podem modular a hematopoese mieloide, limitando a produção excessiva de células sanguíneas em resposta a estímulos inflamatórios

    hematopoiese
    Células maduras da linhagem mieloide –  Eritrócitos; Plaquetas; Basófilo; Eosinófilo; Neutrófilo e Monócito, respectivamente. Fonte: Cellwiki

    Linhagem Linfoide

    A linhagem linfoide é responsável pela produção de células do sistema imunológico, incluindo linfócitos T, linfócitos B e células Natural Killer (NK). Essas células desempenham papeis cruciais na imunidade adaptativa e inata, respectivamente.

    A hematopoese linfoide é controlada por uma variedade de fatores, incluindo citocinas, interleucinas e receptores de células B e T. Alguns dos principais reguladores incluem:

    • Interleucina-7 (IL-7): Estimula a proliferação e diferenciação de precursores linfoides.
    • Fator Estimulador de Colônias de Células-Tronco (SCF): Importante para a sobrevivência e proliferação de células-tronco linfoides.
    • Fator Estimulador de Colônias de Macrófagos (M-CSF): Além de seu papel na linhagem mieloide, também é essencial para o desenvolvimento de células dendríticas, que desempenham um papel crucial na apresentação de antígenos.

    Inibidores, como a interleucina-4 (IL-4), podem modular a diferenciação de linfócitos B, enquanto a interferon-alfa (IFN-α) pode inibir a produção de células B e T.

    hematopoiese
    Células maduras de Linhagem Linfoide – NK; Linfócito T; Linfócito B e Plasmócito. Fonte: CellWiki

    Em resumo, a hematopoese é um processo fundamental para a vida, sustentando a produção contínua e balanceada das células sanguíneas. Entender a fisiologia da hematopoese é fundamental para entender as disfunções causadas nas células sanguíneas, correlacionando com diversos outros quadros clínicos do paciente. O estudo profundo dos mecanismos reguladores da hematopoese e sua aplicação clínica tem proporcionado avanços significativos no tratamento de doenças hematológicas e na medicina regenerativa. 

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    Referências

    PURTON, Louise E.SCADDEN, David T. Limiting factors in murine hematopoietic stem cell assays. Cell stem cell, v. 1, n. 3, p. 263-270, 2007.

    ORKIN, Stuart H.; ZON, Leonard I. Hematopoiese: um paradigma em evolução para a biologia de células-tronco. Célula , v. 132, n. 4, pág. 631-644, 2008.

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006  

  • LINFOMA B DA ZONA MARGINAL ESPLÊNICA

    LINFOMA B DA ZONA MARGINAL ESPLÊNICA

    O linfoma B da zona marginal esplênica (LZM) é uma neoplasia derivada de linfócitos da denominada zona marginal do baço. A zona marginal esplênica é onde se encontram linfócitos B capazes de circular. Essas células podem migrar para o centro dos folículos ou seguir para a polpa vermelha, onde se transformam em plasmócitos secretores de imunoglobulinas. A zona marginal se limita com a polpa vermelha. Esta é composta pelos cordões de Billroth, ou cordões celulares, e pelos sinusoides vasculares, que se dispõem como plexos de vasos sanguíneos de forma e tamanhos variados:

    linfoma B da zona marginal esplênica
    Esquema da anatomia do baço.

    Segundo a classificação da OMS, os LZM são subdivididos em extraganglionar de tecido linfoide associado a mucosas (linfoma tipo MALT), esplênico e ganglionar.

    O linfoma de zona marginal esplênico está relacionado com um estímulo antigênico crônico por autoantígenos ou microrganismos como o vírus da hepatite C.

    Em relação às Anormalidades genéticas, as trissomias 3, 7, 12 e 18, certas translocações cromossômicas como t(11;18)(q21;q21), t(14;18)(q32;q21) e t(3;14)(p14.1;q32), estão especificamente relacionadas ao LZM. Essas translocações ativam o fator nuclear κB. Quando este fator é ativado de maneira anormal, está associado ao LZM e a outras malignidades linfoides.

    Morfologicamente, os linfócitos são um pouco maiores que os da LLC com núcleos redondos ou ligeiramente irregulares. Estas células têm núcleos ligeiramente irregulares e citoplasma moderadamente abundante, frequentemente com projeções citoplasmáticas finas. O citoplasma pode conter inclusões ou vacúolos, e essas células podem se agrupar em torno dos seios esplênicos.

    Algumas outras células podem se apresentar com aparência monocitoide, apresentando núcleos reniformes ou convolutos e citoplasma abundante e pálido. Estas células podem lembrar monócitos ou macrófagos, ainda que pequenas:

    linfoma B da zona marginal esplênica
    Linfoma de zona marginal, linfócitos com projeções citoplasmáticas e núcleo irregular. Fonte CellWiki

    A análise detalhada da morfologia celular, juntamente com estudos imunofenotípicos e moleculares, é essencial para o diagnóstico preciso do LZM. A apresentação morfológica pode variar, mas a presença de células linfoides pequenas a médias, associadas à infiltração da polpa vermelha do baço, são características típicas deste linfoma.

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    Referências

    MURILLO, Sebastián Buján; MURILLO, Kelly Ramírez; BOZA, Willem Buján. Linfoma extranodal de zona marginal em órbita: revisão de caso. Revista Médica de la Universidad de Costa Rica, v. 13, n. 1, p. 8-8, 2019.

    BELLO, Ariel et al. Linfoma esplênico da zona marginal. Lei Médica Colombiana , v. 40, não. 1 pág. 62-65, 2015.

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. -Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA CRÔNICA

    LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA CRÔNICA

    A Leucemia Mielomonocítica Crônica (LMMC) é uma desordem clonal de células-tronco hematopoiéticas caracterizada principalmente por monocitose no sangue periférico. Por se tratar de uma doença clonal de células-tronco hematopoiéticas, a LMMC, além da monocitose, também possui um conjunto com sinais de displasia e proliferação celular. 

    Assim, os critérios de diagnóstico incluem: monocitose persistente (> 1×10⁹/L) no sangue periférico; ausência do cromossomo Filadélfia ou do gene de fusão BCR/ABL; < 20% de blastos (incluindo blastos ou promonócitos) no sangue periférico ou na medula óssea; displasia em uma ou mais linhagens celulares; e ausência do rearranjo PDGFRA ou PDGFRB (devem ser excluídos em casos que apresentam eosinofilia).

    Leucemia Mielomonocítica Crônica
    Lâmina de uma leucemia mielomonocítica crônica com leucocitose significativa, com presença de blastos e promonócitos. Fonte CellWiki

    Com relação à imunofenotipagem, alguns marcadores são utilizados para auxiliar no diagnóstico da LMMC, como a expressão de antígenos mielomonocíticos como CD33 e CD13, expressões variáveis de CD68 e CD64, e expressão diminuída de CD14. 

    A diferenciação morfológica entre a LMMC e a leucemia mieloide aguda monocítica pode ser difícil. Fenotipicamente, a LMMC apresenta expressão aberrante de CD56 nas células de linhagem monocítica, assim como ocorre na LMA monocítica. No entanto, essa expressão aberrante combinada com uma expressão diminuída de um marcador mieloide (HLA-DR, CD13, CD15, CD36 ou CD64) pode ser específica para a LMMC, assim como a expressão aberrante de CD2.

    O prognóstico para pacientes com LMMC varia amplamente, dependendo de alguns  fatores como idade, estado geral de saúde, mutações genéticas específicas e resposta ao tratamento inicial. Em geral, o prognóstico tende a ser reservado devido à natureza agressiva da doença. A taxa de remissão pode ser alcançada em um número significativo de casos com tratamento intensivo, mas as recidivas são comuns. 

    A pesquisa contínua e os avanços na medicina personalizada estão trazendo novas esperanças para melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. A LMMC representa um desafio significativo na hematologia oncológica, exigindo um diagnóstico precoce e um tratamento agressivo para melhorar as chances de sobrevivência. A compreensão aprofundada dos fatores genéticos e moleculares da LMMC é crucial para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas.

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    Referências

    SANTOS, Iris Mattos; FRANZON, Carine Muniz Ribeiro; KOGA, Adolfo Haruo. Diagnóstico laboratorial de leucemia mielomonocítica crônica agudizada em associação com leucemia linfocítica crônica: aspectos morfológicos e imunofenotípicos. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 34, p. 242-244, 2012.

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 

    TEFFERI, Ayalew. A leucemia mielomonocítica crônica é mais semelhante às neoplasias mielodisplásicas ou mieloproliferativas e isso importa? Leucemia & linfoma , v. 49, n. 7, pág. 1225-1227, 2008.

  • LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA

    LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA

    Patogênese e Manchas de Gumprecht

    A leucemia linfocítica crônica (LLC) é uma doença clinicamente heterogênea. A maioria dos pacientes apresentam quadros indolentes que durante anos são controlados com pouco ou nenhum tratamento. Outros, em menor escala, apresentam rápida evolução de difícil controle terapêutico. Estes dois extremos de apresentação clínica têm correlatos biológicos hoje bem definidos. 

    O divisor de águas é a presença de mutações somáticas nos genes da região variável de imunoglobulinas (IgV). Pacientes com mutações em IgV apresentam maior sobrevida do que aqueles sem mutações, e este é hoje o fator de prognóstico mais relevante na LLC. CD38 e ZAP70 são dois outros marcadores associados à sobrevida e que se relacionam diretamente ao estado mutacional de IgV.

    A LLC é uma leucemia de linfócitos B, são CD5+ que não entram em apoptose facilmente. Essas células apresentam um perfil fenotípico compatível com linfócitos B de memória ativados e energizados por interação com antígeno. Mas, estranhamente, também apresentam marcadores que são comumente observados em linfócitos T. 

    Outros marcadores fenotípicos associados a linfócitos T são observados em alguns casos de LLC, tais como CD7, CD8, CD9 e CD154. Embora as adenomegalias generalizadas sejam comuns na evolução da doença, muitos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico.

    O estado atual de conhecimento da leucemia linfocítica crônica indica que a célula precursora de LLC (a célula que sofre o primeiro evento leucemogênico) consegue escapar dos checkpoints na medula óssea e evadir à apoptose, para poder se diferenciar em um linfócito B maduro que retém propriedades de células T, mas possui um BCR (B-cell receptor) funcional. 

    A funcionalidade do BCR é observada indistintamente em casos mutados como não mutados, indicando que alguma forma de estimulação antigênica é comum provavelmente em todos os casos de LLC. A natureza deste antígeno é desconhecida, mas, independente da mesma, seja viral, autólogo ou superantígeno, o papel desempenhado pela estimulação de BCR é incontestável e desempenha um papel central na patogênese da LLC.
    Ao contrário das outras leucemias, a infiltração medular na LLC não causa citopenias significativas, embora isso possa ocorrer como parte de manifestações autoimunes em alguns casos. Atualmente, a presença de pelo menos 5 X 106 linfócitos/dL com imunofenótipo característico (CD5+ e CD23+) confirma o diagnóstico de LLC.

    Um achado extremamente característico da LLC, e visualmente observadas nos esfregaços sanguíneos são as chamadas manchas de Gumprecht. Essas manchas são restos celulares resultantes da fragilidade das células leucêmicas, particularmente dos linfócitos, que se rompem durante o preparo do esfregaço.  Os linfócitos B anormais na LLC são mais frágeis devido a alterações na estrutura da membrana celular e no citoesqueleto. Quando submetidos ao estresse mecânico durante o preparo do esfregaço, muitos desses linfócitos se rompem, representando assim um indicador indireto da presença de células linfocíticas frágeis e em excesso, características da LLC.

    Lâmina de paciente com LLC mostra intensa leucocitose (linfocitose) com presença de muitas manchas de Gumprecht. Fonte CellWiki

    A presença de manchas de Gumprecht é um achado diagnóstico importante em pacientes com LLC. Devendo este termo ser usado apenas para os pacientes já diagnosticados com LLC. 

    Na ausência do diagnóstico, é indicado uso por exemplo de “presença de restos celulares” ou semelhantes. Pois embora não sejam exclusivas da LLC, a presença dos restos celulares em conjunto com outros achados, como uma contagem elevada de linfócitos e características morfológicas específicas das células linfocíticas, ajuda no direcionamento ao diagnóstico de LLC.

    O próximo passo de todo analista que deseja ter mais segurança na bancada 

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    Referências

    GARICOCHEA, Bernardo. Patogênese da leucemia linfoide crônica. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 27, p. 241-246, 2005.

    FERRARINI, Manlio; CHIORAZZI, Nicholas. Avanços recentes na biologia molecular e imunobiologia da leucemia linfocítica crônica. Em: Seminários em hematologia . WB Saunders, 2004. p. 207-223.

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • ERITROPOIESE

    ERITROPOIESE

    Fases Maturativas dos Eritrócitos e Avaliação Laboratorial

    A eritropoiese é o processo pelo qual são produzidos os eritrócitos na medula óssea. Este é rígidamente controlado por diversos fatores de crescimento e citocinas, sendo o principal, o hormônio eritropoetina (EPO), produzida prioritariamente pelos rins. A eritropoetina é o principal estimulador da eritropoiese atuando a partir de uma célula indiferenciada mas já orientada para linhagem eritroide, essa célula é capaz, então de responder ao estímulo da EPO na medula.Ocorrem então três divisões mitóticas sucessivas, de modo a se formarem 16 células-filhas. Os proeritroblastos são identificados como as primeiras células identificáveis, em seguida passam pelas diversas etapas de diferenciação até a formação do eritrócito maduro liberado para o sangue periférico.

    A mitose ocorre nos estágios iniciais da diferenciação celular, nos proeritroblastos, eritroblastos basófilos e policromáticos. Nos eritroblastos ortocromáticos, entretanto, a divisão celular cessa, e seu núcleo passa por um processo de expulsão. 

    PRÓ-ERITROBLASTO

    Nesta fase inicial da eritropoiese, as células-tronco hematopoiéticas se diferenciam em proeritroblastos. Essas células são grandes, com núcleo grande e pouco condensado. A cromatina é frouxa, e podem ser visíveis nucleolos. Podem ser notadas projeções no seu citoplasma, sendo um achado morfológico característico

    eritropoiese

    Proeritroblastos. Fonte CellWiki

    ERITROBLASTO BASOFÍLICO

    Os proeritroblastos se transformam em eritroblastos basófilos. Nesta fase, o núcleo ainda é grande, mas começa a se condensar. A cromatina torna-se mais densa, e os nucléolos desaparecem gradualmente. O citoplasma começa a adquirir coloração basófila devido à síntese de hemoglobina.

    eritropoiese

    Eritroblastos basófilos. Fonte CellWiki

    ERITROBLASTO POLICROMÁTICO

    Os eritroblastos basófilos se transformam em eritroblastos policromatófilos. Nesta fase, a célula diminui de tamanho, o núcleo continua a se condensar e a cromatina assume uma coloração mais densa. O citoplasma adquire uma coloração mais rosada devido à presença de hemoglobina em diferentes estágios de maturação.

    eritropoiese

    Eritroblastos policromatófilos. Fonte CellWiki

    ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO

    Os eritroblastos policromáticos se transformam em eritroblastos ortocromáticos. Nesta fase, o núcleo é pequeno, densamente condensado. O citoplasma é ricamente corado e contém grandes quantidades de hemoglobina. A maioria das vezes , esta fase é identificada graças a mesma coloração do citoplasma semelhante as hemácias em volta

    Eritroblastos ortocromáticos. Fonte CellWiki

    ERITRÓCITO POLICROMÁTICO

    Os eritrócitos policromáticos já não apresentam o núcleo, também chamado de reticulócitos (visíveis através da coloração azul cresil brilhante) são células jovens, ainda imaturas, contêm traços de ribossomos na forma de grânulos reticulares. Os reticulócitos são então liberados na corrente sanguínea, onde amadurecem completamente em eritrócitos maduros.

    Eritrócitos policromáticos. Fonte CellWiki

    ERITRÓCITOS MADUROS

    Os eritrócitos maduros são bicôncavos com um leve halo central.

    Eritrócitos maduros. Fonte CellWiki

    AVALIAÇÃO LABORATORIAL

    A avaliação laboratorial da eritropoese é crucial para diagnosticar e monitorar várias condições médicas. A contagem de eritroblastos e reticulócitos no sangue periférico é o principal parâmetro de alterações na fisiologia normal da eritropoiese. 

    Estes, podem indicar uma excessiva atividade medular por compensação, seja por perda aguda de sangue ou mesmo por condições patológicas, como anemias hemolíticas e hemoglobinopatias:

    Eritroblastos em Beta-Talassemia homozigótica. Fonte CellWiki

    Alguns analisadores já conseguem liberar a quantidade de eritroblastos/100 leucócitos, especificamente em relação aos analisadores que usam os princípios de impedância elétrica, dispersão ótica e análise das células por sinais de fluorescência de DNA/RNA do núcleo das células. 

    Contudo aos aparelhos que não possuem essa tecnologia, a presença de eritroblastos em sangue periférico pode aumentar falsamente o número de leucócitos (linfócitos) quantificados pela automação, sendo necessário realizar a correção da contagem global dos mesmos.

    Em resumo, a eritropoiese é um processo complexo e altamente regulado que garante a produção adequada de eritrócitos para manter a homeostase do organismo. A avaliação laboratorial de eritroblastos e reticulócitos no sangue periférico é uma ferramenta essencial na avaliação e monitoramento de distúrbios hematológicos, auxiliando os médicos no diagnóstico precoce e no manejo adequado dessas condições.

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    Referências

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006  

    Naoum, Flávio Augusto

    Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. –

    Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    BRITO JUNIOR, Lacy et al. Validação do analisador hematológico Mindray BC6000 para a contagem de eritroblastos em sangue periférico. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 58, p. e4422022, 2022.

    MENEZES, A. R. P. et al. CORREÇÃO DA CONTAGEM DE LEUCÓCITOS EM PACIENTE COM NEOPLASIA MIELOPROLIFERATIVA E FRAGMENTOS DE MEGACARIÓCITOS CIRCULANTES NO SANGUE PERIFÉRICO. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 44, p. S550, 2022.

  • MIELOFIBROSE PRIMÁRIA

    MIELOFIBROSE PRIMÁRIA

    A mielofibrose primária (MFP) é uma doença hematológica crônica rara, pertencente ao grupo dos neoplasias mieloproliferativos (NMP). Caracteriza-se pela substituição da medula óssea normal por tecido fibroso, o que resulta em uma hematopoiese ineficaz. Essa condição pode levar a uma série de complicações, incluindo anemia, esplenomegalia causada por hematopoiese extramedular e sintomas constitucionais significativos.

    A MFP acomete principalmente idosos com idade mediana maior que 60 anos, dentre as neoplasias proliferativas da medula é a que apresenta maior gravidade, sendo caracterizada inicialmente por uma hiperproliferação predominantemente megacariocítica e granulocítica.

    Na MFP, o megacariócito libera fatores de crescimento que promovem a proliferação de fibroblastos normais. Isso leva ao acúmulo de colágeno e ao desenvolvimento de fibrose na medula óssea. Os principais sintomas dessa condição incluem anemia, aumento do baço (esplenomegalia) e perda de peso. 

    O hemograma geralmente mostra anemia normocítica e normocrômica com um aumento de células em forma de lágrima (dacriócitos), além de eritroblastos e precursores de granulócitos no sangue (desvio à esquerda), formando o chamado quadro “leucoeritroblástico”. Além da leucocitose e plaquetose, também no início, podem ser notados fragmentos de megacariócitos no esfregaço. Nos estágios mais avançados, a pancitopenia torna-se predominante.

    A fibrose medular tem como resultado, tanto as células jovens quanto as maduras, a presença de características displásicas, como núcleo anormal e granulação reduzida.

    mielofibrose primária
    Neutrófilos displásicos em MFP. Fonte CellWiki

    Várias mutações pontuais foram relacionadas com o desenvolvimento desta patologia, destacando-se o gene JAK2 (Janus kinase 2), CALR (calreticulina) e MPL (myeloproliferative leukemia virus oncogene). 

    Alterações reacionais a quadros infecciosos e inflamatórios, entre outros, podem mimetizar a apresentação laboratorial, por isso é importante uma análise cuidadosa do hemograma. além de correlacionar cuidadosamente com a clínica e exame físico minucioso do paciente, os quais elucidam a natureza reacional ou neoplásica na maioria dos casos.

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    Referências

    VIEIRA, Rafaela Reis. Mielofibrose Primária: Análise do perfil clínico e genômico. 2021.

    Naoum, Flávio Augusto – Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • PIROPOIQUILOCITOSE

    PIROPOIQUILOCITOSE

    A Piropoiquilocitose é uma anemia hemolítica hereditária rara e grave caracterizada por morfologia anormal dos eritrócitos e aumento da sensibilidade das hemácias a danos induzidos pelo calor. Essa condição é considerada uma variante da eliptocitose hereditária e está associada a mutações em genes que codificam proteínas da membrana das hemácias, mais especificamente as proteínas Espectrina, uma proteína estrutural que forma uma rede semelhante a uma treliça, proporcionando estabilidade mecânica à membrana das hemácias; e proteína 4. 1 que atua estabilizando o complexo espectrina-actina.

    Mutações nos genes que codificam essas proteínas levam a defeitos na membrana das hemácias, causando aumento da fragilidade da membrana e diminuição da flexibilidade. Consequentemente, os eritrócitos se tornam mais suscetíveis à fragmentação e danos térmicos, resultando em suas formas anormais e aumento da destruição.

    Os sintomas muitas vezes se manifesta ainda na infância com icterícia, esplenomegalia e anemia significativa, muitas vezes com necessidade de transfusão sanguínea. No eritrograma, o VCM geralmente encontra-se entre 25 e 55 fl. e os eritrócitos assemelham-se aos das vítimas de queimaduras, com muitos microesferócitos, eliptócitos, ovalócitos e urna grande variedade de formas representando fragmentos de eritrócitos distorcidos.

    Lâmina de piropoiquilocitose com  presença de diversas alterações morfológicas dos eritrócitos. Fonte: CellWiki

    O prognóstico para pacientes com piropoiquilocitose varia. Alguns indivíduos podem ter um curso relativamente brando com anemia controlável, enquanto outros podem apresentar complicações graves.

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    Referências

    Naoum, Flávio Augusto- Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    RIBEIRO, Leticia; MAIA, Tabita Magalhães. Anemias. 2017.

  • SÍNDROME HEMOLÍTICA URÊMICA

    SÍNDROME HEMOLÍTICA URÊMICA

    A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) é uma condição rara, mas grave, que afeta principalmente crianças pequenas. A SHU é mais frequentemente causada por infecções bacterianas, particularmente pela verotoxina produzida por diversas cepas de Escherichia coli. Esta condição causa danos ao endotélio, resultando em uma série de eventos como adesão e agregação plaquetária, além de depósitos de fibrina, que culminam na formação de trombos na microcirculação, conhecida como microangiopatia trombótica.

    A SHU se caracteriza pela combinação de insuficiência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática. Os fatores desencadeantes mais comuns são a diarreia e infecções do trato respiratório superior, causadas por Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC), que é transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Além da STEC, outras bactérias como Shigella dysenteriae também podem ser responsáveis. Existem formas não infecciosas da síndrome hemolítica urêmica, que podem estar associadas a doenças crônicas, condições autoimunes ou medicamentos.

    Na SHU, a hemólise é principalmente resultado de danos aos glóbulos vermelhos ao passarem por pequenos vasos sanguíneos afetados por trombos e lesões endoteliais.

    Observe a sequência de eventos:

    1. Produção de Verotoxina: A infecção por Escherichia coli produz a toxina que é absorvida pelo intestino e entra na circulação sanguínea.
    2. Ligação da Toxina Shiga: A toxina Shiga se liga aos receptores no endotélio dos vasos sanguíneos, particularmente nos rins, causando danos às células endoteliais. Este dano induz uma resposta inflamatória que expõe o colágeno subendotelial e outros fatores pró-coagulantes.
    3. Formação de Microtrombos: A lesão endotelial resulta na adesão e agregação de plaquetas, bem como na deposição de fibrina. Isso leva à formação de microtrombos nos pequenos vasos sanguíneos, uma condição conhecida como microangiopatia trombótica.
    4. Fragmentação dos Glóbulos Vermelhos: À medida que os glóbulos vermelhos passam através dos pequenos vasos sanguíneos obstruídos pelos trombos, eles são submetidos a forças mecânicas intensas. A passagem através de microtrombos e a interação com superfícies irregulares danificadas levam à fragmentação dos glóbulos vermelhos, resultando em esquizócitos (fragmentos de glóbulos vermelhos).
    5. Hemólise Intravascular: A fragmentação dos glóbulos vermelhos causa hemólise intravascular, onde os glóbulos vermelhos são destruídos dentro dos vasos sanguíneos. Esse processo libera hemoglobina na circulação, contribuindo para a anemia hemolítica observada na SHU.

    A SHU deve ser distinguida da Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), uma vez que existe uma superposição clínica e morfológica, porém as medidas terapêuticas diferem. Ambas as doenças compartilham fatores de microangiopatias trombóticas, causadas pela ativação e dano das células endoteliais, porém, por meio de mecanismos diferentes. Na SHU, o quadro de Microangiopatia Trombótica (MAT) ocorre pela hiperativação da via alternativa do complemento, enquanto na PTT é principalmente desencadeado pela deficiência grave na atividade de uma metaloprotease responsável pela clivagem de multímeros do Fator de von Willebrand (FvW).

    As principais alterações no hemograma incluem anemia e trombocitopenia, poiquilocitose com presença de esquizócitos (eritrócitos fragmentados), além de presença de reticulócitos e policromasia devido à hiperatividade medular que tenta compensar a destruição celular.

    Células fragmentadas e policromasia em SHU Fonte: CellWiki

    A Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) é uma condição complexa e potencialmente fatal que exige uma abordagem multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento eficazes. Considerar detalhadamente os dados clínicos do paciente é essencial para identificar precocemente os sinais e sintomas característicos da SHU, como insuficiência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática. A integração dos achados clínicos com os resultados laboratoriais, especialmente os exames hematológicos, é fundamental para uma avaliação precisa da gravidade da condição e para a implementação de intervenções terapêuticas adequadas.

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    Referências

    JAIME FAGUNDO, Juan Carlos et al. Síndrome hemolítica urémica. Revista Cubana de Hematología, Inmunología y Hemoterapia, v. 19, n. 2-3, p. 0-0, 2003.

    VAISBICH, Maria Helena. Síndrome hemolítico-urêmica na infância. Brazilian Journal of Nephrology, v. 36, p. 208-220, 2014.

    Naoum, Flávio Augusto. Doenças que alteram os exames hematológicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

  • LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA AGUDA

    LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA AGUDA

    A Leucemia Megacariocítica Aguda (LMA-M7) é um subtipo raro de leucemia mieloide aguda, originada a partir de megacarioblastos primitivos e corresponde a menos de 5% dos casos de LMA, está frequentemente associada à mielofibrose. Ocorre principalmente em crianças menores de três anos e idosos. 

    A LMA-M7 é a forma mais comum de leucemia mieloide aguda em crianças com Síndrome de Down (SD) e apresenta um ótimo prognóstico neste grupo de pacientes. Em outras crianças, a doença parece ser mais heterogênea e com pior fator prognóstico.

    Morfologicamente, os blastos da LMA-M7 se apresentarem como células pequenas, o núcleo geralmente é arredondado ou com contorno discretamente irregular, com cromatina frouxa, contendo alguns nucléolos, O citoplasma é tipicamente basofílico, apresentando projeções citoplasmáticas, às vezes com finas granulações, mas muitas vezes sem grânulos, assemelhando-se aos blastos linfoides L1 e L2.

    LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA AGUDA
    Blastos leucêmicos em LMA-M7. Fonte: CellWiki

    O hemograma apresenta pancitopenia com pronunciada leucopenia e anemia normocrômica e normocítica, com frequentes blastos leucêmicos.

    Recentemente, a imunofenotipagem tem se destacado pela sua capacidade de identificar glicoproteínas específicas de membrana, como CD41, CD42 e/ou CD61, tornando-se o método preferido para o diagnóstico preciso de leucemia megacariocítica aguda, além da demonstração de peroxidase plaquetária através da avaliação ultraestrutural por microscopia eletrônica e/ou expressão imunológica de antígenos que são glicoproteínas específicas de membrana, a GPIIb/IIIa (CD41a), GPIb (CD42b), GPIIIa (CD61). 

    Esses marcadores específicos são cruciais para diferenciar entre os diferentes tipos de leucemias mieloides e linfoides, auxiliando assim na escolha do tratamento mais adequado para cada paciente.

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    Referências

    GARDERET, Laurent et al. Hematopoietic stem cell transplantation for de novo acute megakaryocytic leukemia in first complete remission: a retrospective study of the European Group for Blood and Marrow Transplantation (EBMT). Blood, v. 105, n. 1, p. 405-409, 2005.

    FARIAS, Mariela Granero; BIERMANN, Maristela Bittencourt. Análise morfológica, imunofenotípica e molecular na identificação da leucemia megacariocítica aguda (LMA-M7) Revista brasileira de hematologia e hemoterapia. São Paulo. Vol. 29, n. 4 (2007), p. 387-393, 2007.

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006  

  • AGLUTINAÇÃO ERITROCITÁRIA

    AGLUTINAÇÃO ERITROCITÁRIA

    A aglutinação eritrocitária é um fenômeno em que os eritrócitos se agrupam, formando aglomerados visíveis ao microscópio. Esse processo pode ocorrer em laboratório, durante procedimentos in vitro, geralmente através da presença de crioaglutininas.

    A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é a principal causa da produção de crioaglutininas. Nesta forma de AHAI, os autoanticorpos, que são geralmente do tipo IgM, reagem especificamente com antígenos nos eritrócitos e se ligam mais intensamente a temperaturas entre 0 e 10°C no corpo, e entre 0 e 4°C no laboratório. A hemólise resultante é predominantemente extravascular, devido à capacidade desses anticorpos de se ligarem e ativarem o sistema, embora também possa ocorrer hemólise intravascular, mas de forma menos intensa.

    Clinicamente, a exposição ao frio dos portadores de AHAI por anticorpos frios, pode desencadear sintomas como o fenômeno de Raynaud (acrocianose) nas pontas dos dedos, nariz ou orelhas, além de anemia, icterícia e, ocasionalmente, hemoglobinemia e hemoglobinúria. No hemograma, observa-se agrupamento de hemácias, o que pode causar falsas elevações no VCM, bem como valores incorretos de HCM, CHCM e RBC. 

    Para melhorar a precisão dos índices hematimétricos, recomenda-se aquecer a amostra a 37°C por pelo menos 15 minutos antes da nova análise. O teste de Coombs direto geralmente resulta positivo quando se utiliza soro poliespecífico e soro monoespecífico para complemento (C3). A confirmação diagnóstica pode ser feita através da pesquisa e titulação de crioaglutininas.

    aglutinação eritrocitária
    Eritrócitos aglutinados mediante presença de crioaglutininas. Fonte: Cellwiki

    O diagnóstico e o tratamento adequado são essenciais para o manejo eficaz dessas condições. A correção da série vermelha após incubação em banho maria é importante para mensurar os reais valores dessa série no hemograma.

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    Referências

    Zagorski, E., Pawar, T., Rahimian, S., & Forman, D. (2020). Cold agglutinin autoimmune haemolytic anaemia associated with novel coronavirus (COVID‐19). British journal of haematology, 190(4), e183-e184. 

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. –

    Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

  • LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B

    LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B

    O Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) é um linfoma agressivo, heterogêneo, mas potencialmente curável. É o tipo mais comum de linfoma não-Hodgkin, correspondendo a cerca de 40% dos novos casos diagnosticados e aproximadamente 30% de todos os casos de  linfoma não-Hodgkin.

    Geralmente o LDGCB se manifesta nos linfonodos ou em sítios extra-nodais, como ossos, pele, tireoide, trato gastrointestinal, sistema nervoso central e testículos, afetando principalmente idosos acima de 70 anos.

    As neoplasias de células B maduras tendem a imitar os estágios de diferenciação das células B normais. O linfoblasto diferencia-se em uma célula pré-B, que ao se ligar ao antígeno sofre uma transformação blástica, proliferando e diferenciando-se em plasmócitos, que secretam anticorpos IgA ou IgG, e em células B de memória. A combinação de uma alta taxa proliferativa, expansão clonal das células B e a presença de mecanismos mutacionais, cria um ambiente propício para a transformação maligna.

    A maioria dos casos de LDGCB apresenta rearranjo dos genes das cadeias pesada e leve da imunoglobulina e mutações somáticas na região variável. A translocação (14;18) ocorre de 20 a 30% dos casos e, na maioria das vezes, está associada a uma menor taxa de sobrevida.

    Na citogenética, os resultados mais frequentemente observados em pacientes com LDGCB, são as translocações entre os cromossomos 11 e 18, e entre os cromossomos 14 e 18. Tanto a t(11;18)(q32;q21) quanto a t(14;18)(q32;q21) são características do linfoma folicular, sendo consideradas os eventos iniciais da linfomagênese. Essas translocações resultam de um erro durante o processo de recombinação VDJ, levando à desregulação da expressão do gene anti-apoptótico BCL2, colocando-o próximo de um gene enhancer na cadeia pesada da imunoglobulina.

    O BCL6 é um proto-oncogene que codifica um fator de transcrição com atividade repressora, normalmente expresso em células B e em células CD4 positivas localizadas no centro germinativo, mas não em células pré-germinativas, como as células da zona do manto, ou em células pós-germinativas, como os imunoblastos ou plasmócitos. O BCL6 desempenha um papel crucial no desenvolvimento do centro germinativo, integrando vários sinais que regulam sua formação e diferenciação. Consequentemente, está expresso nos linfomas não-Hodgkin que se originam no centro germinativo. O rearranjo do BCL6 pode ser detectado em aproximadamente 35% dos casos de LDGCB e em cerca de 5% a 10% dos linfomas foliculares.

    A morfologia celular é caracterizada por várias características distintivas: células maiores do que os linfócitos normais, com diâmetro geralmente maior que duas vezes o de um linfócito pequeno. Os núcleos são grandes, frequentemente vesiculosos, com cromatina dispersa e nucléolos evidentes e proeminentes. As células podem apresentar variação considerável em tamanho e forma (pleomorfismo), o que é uma característica importante do LDGCB.

    Linfoma Difuso de Grandes Células B
    Linfócitos aumentados com citoplasma irregular e nucléolos proeminentes 
    Fonte CellWiki.

    Para esclarecer a grande variabilidade do LDGCB, milhares de genes foram estudados por meio de microarrays, classificando os pacientes de acordo com “assinaturas de expressão gênica”, ou seja, grupos de genes que apresentam padrões semelhantes de expressão em um subgrupo de pacientes. Desta forma, delinearam três subgrupos distintos de linfoma difuso de grandes células:

    1. Um subgrupo com expressão de genes semelhante à de células B germinativas, compreendendo cerca de 50% dos casos, que apresentava uma sobrevida geral relativamente elevada;
    1. Um segundo subtipo com perfil de expressão semelhante ao de células B ativadas, presente em 30% dos casos, com prognóstico desfavorável;
    1. Um terceiro grupo que não apresenta características dos dois grupos anteriores, constituindo provavelmente um grupo heterogêneo.

    Essa noção de que os subgrupos de expressão gênica representam tipos distintos é reforçada pela análise de anormalidades cromossômicas recorrentes nesta neoplasia..

    Portanto, os LDGCB são neoplasias agressivas, mas potencialmente curáveis. O IPI (Índice Prognóstico Internacional), baseado em parâmetros clínicos, é fortemente preditivo do tipo de evolução. Um índice proliferativo elevado associa-se a uma pior sobrevida em algumas séries. A expressão aumentada de BCL2 e de P53 na maioria das células neoplásicas também é um indicador prognóstico desfavorável.

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    Referências

    DOS SANTOS GUILHERME, Roberta et al. Exames laboratoriais complementares indicados no apoio ao diagnóstico do Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB). Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. 33, n. 3, 2008.

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

    DA CONCEIÇÃO, Maria Fátima. LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B NO ADULTO.

  • LINFOMA DE BURKITT

    LINFOMA DE BURKITT

    O linfoma de Burkitt é um tipo raro e agressivo de linfoma não Hodgkin, caracterizado pelo rápido crescimento das células malignas.  É provavelmente a neoplasia  maligna  com  um  crescimento  mais  rápido que afeta os seres humanos. Pode duplicar de tamanho em 24 horas com 80% das suas células em mitose em qualquer ponto. 

    Sua incidência é maior em crianças e pacientes imunossuprimidos, sendo de rara ocorrência em adultos. Clinicamente, apresenta-se como tumoração de rápido crescimento acometendo, predominantemente, sítios extra linfáticos como maxila, íleo distal, ceco, mesentério, rins, ovários e mamas, podendo ou não apresentar invasão concomitante de sítios linfáticos e medula óssea.

    Todos os casos apresentam rearranjo gênico envolvendo o gene MYC localizado no 8q24 sendo o mais frequente a t(8;14)(q24;q32), em 80% dos casos, envolvendo o gene da cadeia pesada da Igg localizada no cromossomo 14q32. Menos frequentemente, ocorrem a t(2;8)(q24;qll), no Zoei da cadeia leve Ig kappa (15%) e t(8;22)(q24;qll) envolvendo o Ig lambda (5%).  

    O gene MYC é constitutivamente expresso secundário à influência dos promotores dos genes de imunoglobulina no cromossomo 14, 2 ou 22. A desregulação do MYC tem um papel decisivo na linfomagênese fazendo com que prossiga através do ciclo celular. 

    Esse gene é constitutivamente expresso secundário à influência dos promotores dos genes de imunoglobulina no cromossomo 14, 2 ou 22. A desregulação do MYC tem um papel decisivo na linfomagênese fazendo com que prossiga através do ciclo celular. 

    Nos casos esporádicos e associados à síndrome da Imunodeficiência Humana, a translocação envolve a região reguladora dos genes de imunoglobulina de troca, correspondendo a um estádio mais avançado na escala maturativa B e o ponto de quebra no cromossomo 8 ocorre muito próximo ao MYC, uma distância inferior a 3kb. Pacientes com infecção por HIV têm pelo menos 50 vezes mais probabilidade de desenvolver linfoma. 30-40% destes linfomas correspondem a LB, o que se traduz num risco individual ao longo da vida de 10-20% de LB para uma pessoa infectada pelo VIH.

    Laboratorialmente, o linfoma de Burkitt se apresenta como células linfoides monomórficas de médio a grande tamanho, com núcleo arredondado com múltiplos nucléolos evidentes e citoplasma basofílico agranular podendo apresentar vacúolos. A infiltração nodal é difusa, e podem ser encontradas frequentes figuras de mitose.

     linfoma de Burkitt
    Linfócitos Blastários em Linfoma de Burkitt. Fonte Cellwiki Disponível em: https://www.cellwiki.net/en/pathology/lymphocytic-lymphoma-burkitt-1

    Em conclusão, o linfoma de Burkitt é uma neoplasia altamente agressiva, mas, felizmente, tratável quando diagnosticada precocemente e tratada adequadamente.  o diagnóstico precoce e o tratamento intensivo são cruciais para o sucesso terapêutico. A pesquisa contínua é vital para entender melhor os mecanismos subjacentes e desenvolver novas abordagens terapêuticas para melhorar ainda mais os resultados dos pacientes. A compreensão detalhada de suas variantes, etiologia, patogênese e manifestações clínicas é crucial para o manejo eficaz da doença.

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    Referências

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 

    AFANAS, Nelea et al. Linfoma de Burkitt. Acta Médica Portuguesa, v. 24, n. 5, p. 735-8, 2011.

    TORRES, Coral et al. Linfoma de Burkitt associado a Virus de la Inmunodeficiencia Humana. Reporte de um caso clínico. Revista clínica de periodoncia, implantología y rehabilitación oral, v. 12, n. 3, p. 148-150, 2019.

  • LINFOMA FOLICULAR

    LINFOMA FOLICULAR

    O linfoma folicular (LF) é um tipo de câncer que acomete o sistema linfático. Este tipo de linfoma é caracterizado pelo crescimento anormal de células linfoides, principalmente linfócitos B, organizadas em um padrão folicular.

    O LF está frequentemente associado a uma translocação cromossômica específica, conhecida como t(14;18), que envolve o gene BCL2 no locus 18q21, resultando na superexpressão da proteína BCL2.

    O desenvolvimento dos linfomas ocorre quando há uma desregulação das vias de sinalização celulares envolvidas na proliferação, diferenciação e apoptose das células linfoides do sistema hematopoiético, em resultado de alterações genéticas e/ou epigenéticas, isso inibe a apoptose (morte celular programada) dos linfócitos B, levando à proliferação descontrolada dessas células.

    Os pacientes com linfoma folicular podem apresentar uma variedade de sintomas, incluindo linfomegalia, fadiga, suores noturnos, perda de peso inexplicada e prurido. No entanto, muitos pacientes podem permanecer assintomáticos por longos períodos, com a doença muitas vezes sendo descoberta incidentalmente em exames de imagem ou análises laboratoriais de rotina.

    O curso indolente dessa doença geralmente se reflete pela presença de adenomegalia generalizada e organomegalia ao diagnóstico. A medula óssea é frequentemente infiltrada, e 10% dos pacientes apresentam leucocitose caracterizada pela presença de células linfomatosas de tamanho pequeno (menores que os linfócitos normais), com citoplasma muito escasso (alta relação núcleo-citoplasmática) e núcleos frequentemente clivados ou endentados, com cromatina pouco condensada, mas sem nucléolos visíveis.

    linfoma folicular
    Pequenos linfócitos de núcleo clivado em linfoma folicular. Fonte CellWiki

    A presença concomitante de deleção 6q23-36 e as alterações de TP53 contribuem para a evasão da apoptose e transformação histológica do LF, associando-se a um pior prognóstico. 

    Portanto, o diagnóstico precoce e preciso, junto com a compreensão das características moleculares e celulares do linfoma folicular, são cruciais para o manejo adequado da doença. A evolução das terapias direcionadas e personalizadas continua a oferecer esperança para melhores resultados e qualidade de vida para os pacientes afetados por este tipo de linfoma, apesar de seu curso geralmente indolente, representa um desafio clínico significativo que requer uma abordagem multidisciplinar para seu diagnóstico e tratamento eficaz.

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    Referências

    Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

    Atlas de hematologia : clínica hematológica ilustrada/ Therezinha Ferreira Lorenzi, coordenadora. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 

    MARTINS, Cláudio Alexandre de Sousa. Linfoma folicular: o estado da arte. 2012. Dissertação de Mestrado.