DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS

DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS

A doença renal crônica (DRC) é uma condição progressiva caracterizada pela deterioração gradual da função renal. À medida que a função renal reduz, uma série de alterações hematológicas pode ocorrer, refletindo a complexidade da interação entre os rins e o sistema hematológico.

A DRC avança de forma silenciosa, progressiva, e muitas vezes irreversível, uma vez que os sintomas só começam a aparecer quando há comprometimento renal. Alguns pacientes são considerados como grupo de risco para o desenvolvimento da DRC, estando entre eles pacientes diabéticos, hipertensos, idosos e pessoas com histórico familiar de DRC.

A DRC geralmente resulta de doenças subjacentes, como hipertensão arterial e diabetes. Nesta condição, os rins tornam-se progressivamente incapazes de exercer sua função, fazendo com que impurezas se acumulem no organismo. A DRC afeta o metabolismo hídrico, eletrolítico e ácido-básico, além de gerar alterações no metabolismo dos macronutrientes, ocasionando situações de hipercatabolismo, inflamação e oxidação.

A anemia é a principal complicação frequentemente observada em pacientes com doença renal crônica (DRC) e seu principal mecanismo é a deficiência de eritropoietina  (EPO),  hormônio  produzido  pelas  células peritubulares dos rins, é responsável pela manutenção da proliferação e diferenciação das células  progenitoras  eritroides  na  medula  óssea.  Assim,  a  ausência  de  EPO  levará  a  uma menor  produção  de  células  vermelhas  e  maior  perda  dessas  células,  uma  vez  que  o mecanismo  de  apoptose  fica  ativado  com  a  falta  da  EPO,  prejudicando  ainda  mais  o funcionamento dos rins na DRC, impulsionando a anemia hipoproliferativa nesses pacientes.

Além disso, o tempo de vida dos eritrócitos é reduzido nessa doença, e a ureia que acompanha o quadro supre a atividade hematopoiética e causa disfunção plaquetária, o que propicia a ocorrência de sangramentos e ferropenia, intensificando a anemia. Perdas de sangue em pequenas quantidades também são frequentes e inerentes aos procedimentos de hemodiálise. 

Outros fatores que podem contribuir para a anemia na DRC incluem deficiência de ácido fólico, intoxicação por alumínio, hipoparatireoidismo, hemólise e aumento do volume plasmático (hemodiluição). A intensidade do processo anêmico geralmente se correlaciona com a gravidade da disfunção renal, embora possa ocorrer mesmo em casos moderados. No hemograma, a anemia é caracteristicamente normocítica e normocrômica, com valores de hemoglobina variando entre 5 e 10 g/dL. No esfregaço sanguíneo, notam-se frequentemente equinócitos, além de alguns acantócitos e esquizócitos. 

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Anemia normocítica e normocrômica com destaque para presença de equinócitos em DRC. Fonte: CellWiki

Além da deficiência de eritropoietina causada pela perda da função renal, diversos outros fatores podem estar relacionados aos quadros de anemia em pacientes com insuficiência renal crônica. Entre eles, destacam-se a deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico, as perdas sanguíneas associadas ao procedimento de hemodiálise e a diminuição da sobrevida das hemácias. 

Esses fatores contribuem para a complexidade da anemia nesses pacientes e exigem uma abordagem multifacetada para o tratamento eficaz. É importante destacar que a anemia por deficiência de ferro é particularmente comum em pacientes com insuficiência renal crônica. Essa deficiência de ferro se caracteriza principalmente pela perda durante a hemodiálise e pela restrição dietética. Essa restrição dietética, combinada com a perda de ferro durante a hemodiálise, contribui para o desenvolvimento e a progressão da anemia ferropriva.

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Anemia ferropriva em DRC avançada. Fonte: CellWiki

As alterações hematológicas na doença renal crônica são complexas e multifacetadas, resultantes de uma combinação de fatores relacionados à função renal comprometida, inflamação crônica e efeitos diretos das toxinas urêmicas. A anemia é uma complicação proeminente, enquanto as alterações na contagem e função de leucócitos e plaquetas também desempenham papeis importantes. A gestão dessas alterações requer uma abordagem integrada, abordando não apenas a causa subjacente, mas também tratando os sintomas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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Referências

DRACZEVSKI, Luana; TEIXEIRA, Mário Lettieri. Avaliação do perfil bioquímico e parâmetros hematológicos em pacientes submetidos à hemodiálise. Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, 2011.

BARROS, Francisca et al. Anemia na Doença Renal Crónica: da evidência à prática clínica. Acta Médica Portuguesa, v. 24, p. 869-74, 2011.

Naoum, Flávio Augusto Doenças que alteram os exames hematológicos / Flávio Augusto Naoum. – 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

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