Velocidade de Hemossedimentação (VHS)

A Velocidade de Hemossedimentação (VHS) é um exame laboratorial que consegue mensurar taxa de sedimentação dos eritrócitos. Esse teste simples, quando aumentado, indica processos inflamatórios, infecciosos e algumas condições malignas, sendo também útil no acompanhamento de doenças crônicas.
O que é VHS e como funciona?
Os eritrócitos possuem carga negativa em sua membrana, o que gera uma repulsão natural entre eles (potencial zeta). Portanto ocorre um padrão de sedimentação natural no sangue normal.
No entanto, alterações em proteínas plasmáticas, como fibrinogênio e imunoglobulinas, reduzem a repulsão entre as hemácias, isso faz com que estas se agrupem e geram sedimentação mais rapidamente, aumentando os valores da VHS.
Fonte: Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos, 2016.
Método padrão-ouro: Westergren
O método de Westergren, recomendado pela International Council for Standardization in Haematology (ICSH), é o padrão-ouro para a medição da VHS.
Utiliza um tubo de Westergren (30 cm de altura e 2,5 mm de diâmetro), no qual o sangue venoso é misturado com citrato de sódio 3,8% na proporção de 1:4. A amostra deve ser mantida em posição vertical e em repouso por uma hora, e o resultado, expresso em milímetros por hora (mm/h), corresponde à altura da coluna de plasma separada das hemácias sedimentadas.
Fonte: WeMeds.
Embora o método de Westergren seja o mais amplamente aceito, existem outras abordagens, como o Westergren Modificado, que mantém o mesmo princípio, mas utiliza tubos menores adequados para amostras com EDTA; a automação, em que equipamentos aceleram a sedimentação por inclinação controlada, oferecendo resultados mais rápidos e reduzindo interferências; os tubos a vácuo, que permitem a realização da VHS diretamente na amostra coletada sem necessidade de transferência; e as pipetas de VHS descartáveis.
Analisador de velocidade de hemossedimentação automático VES-MATIC 30. Fonte: MedicalExpo
Fatores que influenciam o resultado:
A VHS pode ser afetada por diversos fatores técnicos, fisiológicos e patológicos, como:
- Técnicos: Inclinação inadequada da pipeta (acima de 3°), variações de temperatura (abaixo de 15°C ou acima de 30°C), incidência direta de luz solar, movimentação da estante durante a análise e proximidade com centrífugas;
- Fisiológicos: Gestação, ciclo menstrual e envelhecimento podem elevar a VHS sem indicar doença;
- Patológicos: Doenças inflamatórias crônicas, infecções, neoplasias e anemias aumentam a VHS. Já a policitemia vera e algumas doenças hepáticas podem reduzi-la;
- Morfologia eritrocitária: Em algumas condições, a VHS pode ser atipicamente baixa. Na anemia falciforme, por exemplo, a intensa pecilocitose impede o empilhamento eritrocitário, mantendo a VHS normal ou até diminuído;
- Medicamentos e hábitos: Uso de contraceptivos orais, penicilinas e tabagismo também podem influenciar os valores da VHS.
Interpretação clínica da VHS:
Valores elevados de VHS (> 80 mm) geralmente sugerem inflamações graves, infecções ou neoplasias. No entanto, esse exame deve sempre ser interpretado junto ao contexto clínico e outros exames laboratoriais, como PCR e hemograma.
Em algumas doenças, como artrite reumatoide e tuberculose, a VHS é útil para monitoramento. No entanto, há casos atípicos, como pacientes idosos saudáveis com VHS entre 35 e 40 mm ou mesmo doenças inflamatórias com valores normais.
Fonte: Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos, 2016.
A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ÁREA LABORATORIAL
Se você busca aprofundar seus conhecimentos sobre anisocitose e outras condições hematológicas, além de aprimorar suas habilidades analíticas, investir em uma pós-graduação é uma excelente opção.
A Pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica foi desenvolvida para profissionais que desejam se destacar no mercado, com um conteúdo atualizado e voltado para a prática. Oferecemos aulas 100% online e ao vivo, com flexibilidade para conciliar com sua rotina. Nosso corpo docente é formado por especialistas renomados, referências nas suas áreas de atuação, garantindo uma formação de excelência.
Com uma metodologia que integra teoria e prática, o curso proporciona uma imersão completa na rotina laboratorial, preparando você para ser uma referência no campo da hematologia.
No Instituto Nacional de Medicina Laboratorial, nosso compromisso é transformar você em um profissional altamente capacitado.
Toque no botão abaixo e conheça a pós-graduação em Hematologia Laboratorial e Clínica.
Referências:
MELO, Márcio Antonio Wanderley de; SILVEIRA, Cristina Magalhães da (org.). Laboratório de Hematologia: teorias, técnicas e atlas. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.
SILVA, Paulo Henrique da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
KRATZ, A. et al. ICSH recommendations for modified and alternate methods measuring the erythrocyte sedimentation rate. International Journal of Laboratory Hematology, v. 39, n. 5, p. 448-457, 2017. DOI: 10.1111/ijlh.12693.
0 Comentários