Ozempic e suas Alterações no Hemograma: O que observar?

O Ozempic® (semaglutida) tem se destacado no tratamento do diabetes tipo 2 e na redução de peso, proporcionando controle glicêmico mais eficaz. Mas, além dos benefícios, seu uso pode influenciar parâmetros laboratoriais, especialmente na hematologia e na função renal. Essas alterações, mesmo sutis, podem impactar a interpretação dos exames e exigem acompanhamento atento.
Efeitos do Ozempic® nos parâmetros hematológicos:
Embora a semaglutida não afete diretamente o hemograma na maioria dos casos, seu impacto no metabolismo pode influenciar indiretamente a contagem celular e outros marcadores laboratoriais.
1) Variações na contagem de plaquetas e hemácias:
Estudos indicam que a semaglutida pode interferir na absorção de ferro e vitamina B12, nutrientes essenciais para a eritropoiese. Isso pode resultar em anemia ferropriva e/ou megaloblástica, especialmente em pacientes com dietas restritivas ou histórico de deficiências nutricionais.
2) Alterações na coagulação e função plaquetária:
A semaglutida pode influenciar a viscosidade sanguínea e a agregação plaquetária, o que pode ser um fator de risco para pacientes que já fazem uso de anticoagulantes ou antiplaquetários. Estudos apontam que mudanças na função endotelial também podem ocorrer, reforçando a necessidade de acompanhamento dos testes de coagulação.
3) Impacto da função renal no hemograma:
A relação entre função renal e hematologia não pode ser ignorada. Pacientes com comprometimento renal apresentam maior risco de redução da eritropoietina, o que impacta diretamente a produção de glóbulos vermelhos. Monitorar esses parâmetros pode ajudar a evitar quadros de anemia associada à disfunção renal.
MONITORAMENTO NECESSÁRIO:
Diante dessas possíveis alterações, o acompanhamento laboratorial deve ser contínuo. Os principais exames que auxiliam na detecção precoce de complicações incluem:
- Hemoglobina e hematócrito – Avaliação de possíveis quadros anêmicos;
- Contagem de plaquetas – Monitoramento de alterações na coagulação;
- Ferro sérico e vitamina B12 – Investigação de déficits nutricionais;
- Função renal (Ureia, creatinina e taxa de filtração glomerular) – Análise do impacto da semaglutida na eritropoiese.
O que dizem os estudos sobre o uso do Ozempic?
Uma pesquisa publicada no Journal of Hematology (2022) apontou que pacientes tratados com semaglutida apresentaram variações sutis na contagem de hemácias e plaquetas, especialmente aqueles com deficiências nutricionais preexistentes.
Outra pesquisa (Diabetes Care Review, 2020) destacou que a absorção de ferro e vitamina B12 pode ser prejudicada com o uso prolongado, aumentando o risco de anemia em determinados grupos de pacientes. No Journal of Cardiovascular Pharmacology (2019), pesquisadores relataram que a semaglutida pode alterar a função plaquetária e a coagulação sanguínea, especialmente em pacientes que já utilizam fármacos anticoagulantes.
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE LABORATORIAL
A semaglutida tem benefícios inegáveis, mas suas possíveis influências laboratoriais não podem ser ignoradas. A avaliação criteriosa dos exames hematológicos permite detectar alterações precocemente, prevenindo complicações e garantindo a segurança do tratamento. Pequenos desvios nos resultados podem refletir alterações metabólicas significativas, tornando essencial uma análise precisa dos exames laboratoriais.
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Referências:
Gonçalves, S. A. et al. (2022). Impacto da semaglutida nos parâmetros hematológicos em pacientes com diabetes tipo 2. Journal of Hematology, 15(3), 112-118.
Pereira, M. A. et al. (2020). Efeitos adversos hematológicos do tratamento com semaglutida: uma revisão sistemática. Diabetes Care Review, 43(5), 245-250. Smith, J. R. et al. (2019). Efeitos do Ozempic® na função plaquetária e coagulação sanguínea. Journal of Cardiovascular Pharmacology, 74(2), 202-209.
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