ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM TRAUMA AGUDO

O trauma agudo, resultante de acidentes, quedas ou ferimentos penetrantes, é uma das principais emergências médicas. A avaliação rápida do paciente é essencial para definir o tratamento adequado. Entre os exames mais solicitados, o hemograma fornece informações importantes sobre o estado hematológico e a resposta do organismo ao trauma. Sua correta interpretação permite decisões ágeis e precisas, impactando diretamente o prognóstico do paciente.
Alterações hematológicas em trauma agudo:
1) Leucócitos: A contagem de leucócitos é uma das primeiras análises realizadas em pacientes traumatizados. A leucocitose é comum devido ao estresse físico agudo, trauma tecidual e ativação do sistema imunológico. Em contrapartida, traumas severos com risco de sepse podem apresentar leucopenia, reflexo do consumo excessivo de leucócitos ou mesmo a falência medular.
2) Hemoglobina e Hematócrito (Hb e Ht): A queda destes parâmetros indica hemorragia aguda. A reposição volêmica com fluidos intravenosos evidencia essa redução nas primeiras horas.
3) Plaquetas: A trombocitopenia está associada a sangramentos extensivos e ao risco de COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD). Já a trombocitose reativa pode ocorrer após o trauma, e sua persistência pode gerar complicações.
4) Índices Hematológicos (VCM, HCM): O Volume Corpuscular Médio (VCM) costuma permanecer normal em hemorragias agudas. No entanto, uma resposta regenerativa pode levar ao aumento do VCM e HCM devido à liberação de reticulócitos.
Possíveis achados em lâmina:
- Desvio à esquerda e leucocitose: O aumento dos leucócitos com presença de formas imaturas ( metamielócitos, mielócitos, promielócitos) reflete uma resposta inflamatória intensa. A mobilização da medula óssea, evidenciada pela predominância de granulócitos imaturos, pode ocorrer como resposta imediata ao trauma.
- Alterações plaquetárias: A redução do número de plaquetas, associada à presença de plaquetas gigantes ou agregados plaquetários, é comum em traumas com sangramentos extensos e pode indicar CIVD.
- Linfócitos atípicos e resposta imunológica: Linfócitos atípicos podem surgir em traumas complexos, indicando uma ativação imunológica exacerbada, frequentemente associada a infecções secundárias ou queimaduras extensas.
- Eritropoiese regenerativa: A presença de reticulócitos e eritroblastos na lâmina indica um aumento na produção de hemácias pela medula óssea. Esse achado ocorre em resposta a perdas sanguíneas significativas ou hipóxia.
A avaliação hematológica em pacientes com trauma agudo, por meio da análise detalhada do hemograma e da leitura de lâminas, é essencial para detectar algumas complicações. Embora o hemograma seja um exame fundamental na avaliação inicial, sua interpretação deve ser integrada a outros exames laboratoriais.
Mais do que uma análise numérica, a interpretação dos achados hematológicos permite compreender o impacto clínico do trauma e otimizar o cuidado do paciente. Essa abordagem integrada favorece diagnósticos mais precisos e decisões terapêuticas eficazes, reforçando a colaboração ativa na equipe interdisciplinar.
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Referências:
Cunningham, R., et al. (2022). Platelet count alterations in trauma patients and its clinical impact. Journal of Trauma and Injury.
Harvey, A., et al. (2020). The role of red blood cell indices in the acute management of trauma patients. British Journal of Haematology.
Hoffman, C., et al. (2019). Reticulocyte count as a guide for blood transfusion in trauma care. American Journal of Hematology.
Venn, K., et al. (2021). Hemoglobin and Hematocrit as Predictive Markers for Blood Transfusion Requirements in Trauma Patients. Trauma Surgery & Acute Care Open.
Vogler, J., et al. (2020). Leukocytosis and its clinical implications in trauma patients: A review. Journal of Trauma & Acute Care Surgery.
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