ALTERAÇÕES NA COAGULAÇÃO POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA K
A vitamina K é um micronutriente lipossolúvel essencial para o funcionamento adequado do sistema de coagulação sanguínea. Sua principal função é atuar como cofator na síntese e ativação dos fatores de coagulação II (protrombina), VII, IX e X, além das proteínas anticoagulantes C e S, que são produzidas no fígado. Essa participação é fundamental para o equilíbrio hemostático do organismo, prevenindo eventos hemorrágicos potencialmente fatais.
A absorção da vitamina K ocorre principalmente no intestino delgado e é influenciada pela presença de sais biliares, sendo transportada pelo sistema linfático até o fígado, onde exerce sua principal função. A forma K1 (filoquinona) é obtida principalmente por meio da dieta, sendo abundante em vegetais de folhas verdes, enquanto a forma K2 (menaquinona) é sintetizada por bactérias da microbiota intestinal e encontrada em alimentos fermentados e derivados de origem animal.
No entanto, alguns fatores podem comprometer a disponibilidade dessa vitamina no organismo, como doenças hepáticas, distúrbios de absorção intestinal e o uso de certos medicamentos, como antibióticos e anticoagulantes cumarínicos.
Em recém-nascidos, a deficiência de vitamina K é um problema clínico preocupante, pois esses indivíduos apresentam baixos estoques ao nascimento, uma microbiota intestinal imatura e uma ingestão limitada dessa vitamina pelo leite materno.
Essa condição pode levar a sangramentos graves, como a doença hemorrágica do recém-nascido, que, se não tratada, pode resultar em sequelas neurológicas permanentes ou até mesmo óbito.
O armazenamento de vitamina K no organismo neonatal é limitado, representando apenas um quinto das reservas presentes em indivíduos adultos, e sua rápida depleção após o parto aumenta o risco de eventos hemorrágicos, especialmente em recém-nascidos alimentados exclusivamente com leite materno, que não fornece quantidades adequadas dessa vitamina. Esse risco é ainda mais acentuado em prematuros, uma vez que seu desenvolvimento hepático e a capacidade de síntese dos fatores de coagulação estão ainda mais imaturos, tornando-os propensos a hemorragias graves nos primeiros dias de vida.
Diante desse risco, a Academia Americana de Pediatria recomenda, desde 1961, a administração profilática de vitamina K intramuscular logo após o nascimento.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES:
Clinicamente, a deficiência de vitamina K se manifesta por uma tendência a sangramentos espontâneos e profusos, que podem ocorrer em diferentes locais, como pele, trato gastrointestinal, cordão umbilical e, em casos mais graves, no sistema nervoso central.
Os exames de coagulação revelam um prolongamento do tempo de protrombina (TP), enquanto o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) permanece dentro da normalidade.
Esse achado se deve à alta sensibilidade do TP à redução dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K, especialmente o fator VII, que possui a meia-vida mais curta entre eles e é o primeiro a ser impactado.
Geralmente, a hemoglobina e a contagem leucocitária permanecem dentro da normalidade, o INR é elevado e há deficiência de diversos fatores.
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Referências:
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DÔRES, Sílvia Maria Custódio das; PAIVA, Sergio Alberto Rupp de; CAMPANA, Alvaro Oscar. Vitamina K: metabolismo e nutrição. Revista de Nutrição, v. 14, p. 207-218, 2001.
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